Geotermobarometria e estrutura dos paragnaisses pelíticos do Complexo Várzea do Capivarita na região de Encruzilhada do Sul, RS

• Autor(a) principal: Costa, Elisa Oliveira da
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/189210
• topic: Geologia estrutural; Petrologia metamórfica; Termodinâmica; Termodynamic Modelling; Exhumation; Migmatites; Metamorphic Petrology; Structural Geology

Localizado na porção leste do Escudo Sul-rio-grandense, o Complexo Várzea do Capivarita (CVC) é uma das unidades de embasamento do Batólito Pelotas. Congrega ortognaisses tonalíticos e paragnaisses calciossilicáticos e pelíticos, metamorfizados há ca. 650Ma (U-Pb em zircão), além de sienitos sintectônicos. Devido a divergência de trabalhos anteriores acerca das condições geotermobarométricas registrados nos gnaisses pelíticos e também as diferentes interpretações sobre as estruturas na região de estudo, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a deformação e o metamorfismo registrados nos gnaisses pelíticos do CVC, próximos a Encruzilhada do Sul. Uma importante premissa foi o desenvolvimento de domínios composicionais subsaturados em sílica (Crd-Sil-Hc-Ilm-Gt-Bt-Pl-Kfs), os quais registrariam condições diferentes daquelas registradas pela paragênese principal (Gt-Bt-Qz-Pl-Kfs-Op-Sil-Crd). A metodologia para caracterizar as estruturas, baseou-se em observações de campo, bem como na coleta de dados estruturais e tratamento dos dados em softwares gráficos. Para caracterização do metamorfismo utilizou-se amostragem, petrografia, geoquímica de rocha total e química mineral para modelagem termodinâmica de pseudosseções. Os resultados de geologia estrutural mostraram estruturas ligadas a D1 as quais corroboram com a interpretação de uma sinforme com eixo de baixo caimento mergulhando para SW. Durante o trabalho de campo e as análises petrográficas observou-se evidências de fusão parcial em proporções relevantes: injeções leucogranitícas milimétricas a decimétricas (por vezes pouco contínuas), melt films, melt pockets, e texturas equigranulares alotriomórficas. Tais resultados permitem sugerir que as litologias usualmente descritas como gnaisses pelíticos do CVC na região de Encruzilhada sejam melhor descritas como metatexitos estromáticos. Dados de química mineral e geoquímica de rocha total foram utilizados para a modelagem termodinâmica das amostras EE-15C (~800 ºC / 5,5-2,5 kbar), EE-12A (760-800 ºC / 3,4-4,6 kbar) e para a paragênese principal da amostra PEP-4128C (800-810 ºC / ~4,5 kbar), enquanto que mapas composicionais quantitativos e química mineral permitiram calcular condições de 830-850 ºC e 2,6-3 kbar para o domínio composicional. Conclui-se que os gnaisses pelíticos/metatexitos estromáticos do CVC sofreram uma exumação (~16 km / 4,5 kbar para ~10km / 2,6 kbar) sob condições aproximadamente constantes de temperatura (~800 ºC), os quais indicam uma exumação isotermal provavelmente ligada a processos de adveção durante a orogênese. Esta interpretação é preferida devido ao contexto geológico do CVC que se encontra dentro do Batólito Pelotas.