Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/268528 |
Resumo: | Oríkì é um dos gêneros literários iorubá-africanos mais difundidos no Brasil, especialmente o oríkì òrìsà. No entanto, como parte do racismo linguístico e epistêmico, o seu potencial é pouco explorado nos cursos de Letras, no chão das escolas e dos espaços de promoção cultural. Os estudos linguísticos, literários, cancionistas e de tradução têm historicamente negligenciado os oríkì como importantes composições poéticas e musicais que traduzem filosofia e ontoepistemologia ancestrais. O nosso objetivo neste ensaio é destacar a importância da palavra escrita e da oralidade na construção desse corpo literário que tece memórias transatlânticas. Focamos a análise na obra oríkì da multiartista Iara Rennó e, a partir dela, promovemos uma discussão sobre o gênero oríkì no Brasil, caracterizando-o como poesia oral iorubá cantada. As discussões são feitas com base nos conceitos de oralitura e ancestralidade. Ao longo do texto, são feitos apontamentos sobre como os oríkì podem contribuir para nos ajudar a pensar as tensões entre a modernidade e a tradição, construindo relações descolonizadoras entre a produção literária-cancional universitária (escrita) e aquela articulada nas comunidades de terreiro (oralidade). Esperamos contribuir com exemplos de cosmologias contra-hegemônicas que têm nos ajudado a forjar um projeto robusto de educação antirracista no Brasil. |
id |
UFRGS-2_7d9e2385385d46e168bc2a4a3e3db66a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/268528 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Alves-Brito, Alan2023-12-16T03:26:49Z20230102-6267http://hdl.handle.net/10183/268528001175467Oríkì é um dos gêneros literários iorubá-africanos mais difundidos no Brasil, especialmente o oríkì òrìsà. No entanto, como parte do racismo linguístico e epistêmico, o seu potencial é pouco explorado nos cursos de Letras, no chão das escolas e dos espaços de promoção cultural. Os estudos linguísticos, literários, cancionistas e de tradução têm historicamente negligenciado os oríkì como importantes composições poéticas e musicais que traduzem filosofia e ontoepistemologia ancestrais. O nosso objetivo neste ensaio é destacar a importância da palavra escrita e da oralidade na construção desse corpo literário que tece memórias transatlânticas. Focamos a análise na obra oríkì da multiartista Iara Rennó e, a partir dela, promovemos uma discussão sobre o gênero oríkì no Brasil, caracterizando-o como poesia oral iorubá cantada. As discussões são feitas com base nos conceitos de oralitura e ancestralidade. Ao longo do texto, são feitos apontamentos sobre como os oríkì podem contribuir para nos ajudar a pensar as tensões entre a modernidade e a tradição, construindo relações descolonizadoras entre a produção literária-cancional universitária (escrita) e aquela articulada nas comunidades de terreiro (oralidade). Esperamos contribuir com exemplos de cosmologias contra-hegemônicas que têm nos ajudado a forjar um projeto robusto de educação antirracista no Brasil.The Oríkì is one of the most widespread Yoruba-African literary genres in Brazil, especially the oríkì òrìṣà. However, as part of linguistic and epistemic racism, its potential is little explored in language courses, in schools and spaces of cultural promotion. Linguistic, literary, songwriting and translation studies have historically neglected oríkì as key poetic and musical compositions that translate ancestral philosophy and onto-epistemology. Our objective in this essay is to highlight the importance of the written word and orality in the construction of this literary body that weaves transatlantic memories. We focused the analysis on the Oríkì work by the multi-artist Iara Rennó and, from it, we promoted a discussion about the oríkì genre in Brazil, characterizing it as sung Yoruba oral poetry. Discussions are made based on the concepts of “oralitura” andancestrality. Throughout the text, notes are made on how the oríkì can contribute to help us think about the tensions between modernity and tradition, building decolonizing relations between university literary-song production (written) and that articulated in “candomble” communities (orality). We hope to contribute with examples of counter-hegemonic cosmologies that have helped us to forge a robust anti-racist education project in Brazil.application/pdfporOrganon. Porto Alegre, RS. Vol. 38, n. 75 (jan./jul. 2023), 21 p.RacismoAncestralidadeLiteratura africanaYorubaOrikiLiteratureAncestralityRacismOríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no BrasilOríkì òrìsà : yoruban song and oral poetry in Brazilinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001175467.pdf.txt001175467.pdf.txtExtracted Texttext/plain55717http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268528/2/001175467.pdf.txt91464514ab9b4e9a3d8984efec4764dcMD52ORIGINAL001175467.pdfTexto completoapplication/pdf584431http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268528/1/001175467.pdfa308df4730d7976e8e40bd7cbea2519dMD5110183/2685282023-12-17 04:23:02.425291oai:www.lume.ufrgs.br:10183/268528Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-12-17T06:23:02Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Oríkì òrìsà : yoruban song and oral poetry in Brazil |
title |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
spellingShingle |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil Alves-Brito, Alan Racismo Ancestralidade Literatura africana Yoruba Oriki Literature Ancestrality Racism |
title_short |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
title_full |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
title_fullStr |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
title_full_unstemmed |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
title_sort |
Oríkì òrìsà : canção e poesia oral iorubana no Brasil |
author |
Alves-Brito, Alan |
author_facet |
Alves-Brito, Alan |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Alves-Brito, Alan |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Racismo Ancestralidade Literatura africana |
topic |
Racismo Ancestralidade Literatura africana Yoruba Oriki Literature Ancestrality Racism |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Yoruba Oriki Literature Ancestrality Racism |
description |
Oríkì é um dos gêneros literários iorubá-africanos mais difundidos no Brasil, especialmente o oríkì òrìsà. No entanto, como parte do racismo linguístico e epistêmico, o seu potencial é pouco explorado nos cursos de Letras, no chão das escolas e dos espaços de promoção cultural. Os estudos linguísticos, literários, cancionistas e de tradução têm historicamente negligenciado os oríkì como importantes composições poéticas e musicais que traduzem filosofia e ontoepistemologia ancestrais. O nosso objetivo neste ensaio é destacar a importância da palavra escrita e da oralidade na construção desse corpo literário que tece memórias transatlânticas. Focamos a análise na obra oríkì da multiartista Iara Rennó e, a partir dela, promovemos uma discussão sobre o gênero oríkì no Brasil, caracterizando-o como poesia oral iorubá cantada. As discussões são feitas com base nos conceitos de oralitura e ancestralidade. Ao longo do texto, são feitos apontamentos sobre como os oríkì podem contribuir para nos ajudar a pensar as tensões entre a modernidade e a tradição, construindo relações descolonizadoras entre a produção literária-cancional universitária (escrita) e aquela articulada nas comunidades de terreiro (oralidade). Esperamos contribuir com exemplos de cosmologias contra-hegemônicas que têm nos ajudado a forjar um projeto robusto de educação antirracista no Brasil. |
publishDate |
2023 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-12-16T03:26:49Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2023 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/268528 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0102-6267 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001175467 |
identifier_str_mv |
0102-6267 001175467 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/268528 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Organon. Porto Alegre, RS. Vol. 38, n. 75 (jan./jul. 2023), 21 p. |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268528/2/001175467.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/268528/1/001175467.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
91464514ab9b4e9a3d8984efec4764dc a308df4730d7976e8e40bd7cbea2519d |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1815447848225865728 |