Caracterização das denúncias recebidas no disque vigilância 150 durante a pandemia do covid-19 no Rio Grande do Sul em 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, Francine Balzaretti
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/230625
Resumo: Em dezembro de 2019, foram reportados, à Organização Mundial da Saúde (OMS), casos de pneumonia de origem desconhecida originados em Wuhan, província de Hubei, na China. Diante do avanço do número de casos e de países que referiram casos confirmados de severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV- 2), em 11 de março de 2020, a OMS declarou a situação como pandemia. A fim de frear a transmissão viral e, assim, a evolução da pandemia, muitos países, entre eles o Brasil, instituíram medidas de intervenção não farmacológicas, tais como: incentivo à higienização das mãos, etiqueta respiratória e uso de máscaras, além de medidas para evitar a circulação e aglomeração de pessoas, como fechamento de escolas, do comércio e atividades de lazer, entre outros. Frente a essa nova realidade, em meio ao pânico instaurado pela pandemia, a população buscou canais de informação em saúde (ouvidorias), que fossem capazes de receber e responder suas dúvidas, bem como registrar denúncias de desrespeito às normas de prevenção, como, por exemplo, a ocorrência de aglomerações, visando intervenções para restabelecer o necessário cumprimento das medidas preventivas. Diante das particularidades do período, este trabalho caracteriza os atendimentos relacionados à Covid-19, registrados pelo Disque Vigilância, no RS, oriundos de profissionais de saúde (consulta técnica) e da população em geral, nos anos de 2019 e 2020. Do total dos atendimentos registrados no Disque Vigilância, em 2020, 89,46% (23.711) foram relacionados à Covid-19. Esta demanda levou a um aumento de 1.693,48% nos registros no Disque Vigilância se comparado ao ano de 2019. Dentre os meios para realização das notificações, o telefone foi a fonte mais comum, representando 96,69% (22.926) dos casos. Quanto ao objetivo do contato, a solicitação de informações ocorreu em 77,55% (18.387); e, em relação ao setor ao qual o assunto correspondia, foram de competência do Centro de Operações Estratégicas do RS (COE-RS) em 99,77% (23.656) dos atendimentos. Entretanto, somente para 9,5% (2.268) dos atendimentos houve registro sobre esse ser ou não oriundo de profissional da saúde. Desta parcela, 76,76% (1.741) foram registrados como realizados por profissionais do setor e 23,24% (527) pela população em geral. Observou-se que somente 2,4 % (567) dos registros apresentaram a informação quanto ao município de origem da demanda, no Disque Vigilância, referentes à Covid-19, em 2020. Entre os que tiveram registrada a origem da demanda, Porto Alegre representou 39% (222), município que pertence à 1ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), e 51,5% (286) dos atendimentos do Disque Vigilância, em 2020, foram da área da abrangência da 2ª CRS, com sede, também, em Porto Alegre. Considerando a quantidade de atendimentos com registros incompletos no Disque Vigilância durante a pandemia do coronavírus, em 2020, pondera-se que foi utilizado um canal de atendimento à comunidade do RS que não estava suficientemente preparado para receber o aumento da demanda registrada para este serviço, seja pela falta de orientação à população sobre qual o serviço de atendimento responsável por atender estas demandas, seja por carência de recursos humanos e de suporte tecnológico disponíveis no Disque Vigilância.
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