Avaliação da influência do enriquecimento ambiental sobre o comportamento do bugio-ruivo Alouatta guariba clamitans Cabrera, 1940 e do bugio-preto Alouatta caraya Humboldt, 1812 no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/142137 |
Resumo: | Devido ao crescimento da população humana, cada vez mais nossa flora e fauna tem perdido seu hábitat. Áreas naturais estão sendo substituídas por cultivos agrícolas ou exploradas de forma insustentável, tendo como consequência à perda de hábitat, a fragmentação de áreas naturais, as extinções locais, a sobre-exploração de espécies nativas, a introdução de espécies exóticas. Além disso, o tráfico de animais silvestres também contribui para a perda da biodiversidade. Neste cenário, os Jardins Zoológicos se modernizaram e buscam a utilização de técnicas de enriquecimento ambiental, que visam à melhoria do bem-estar animal. Este estudo teve como objetivo avaliar o padrão de atividade dos animais durante e após o uso de enriquecimento ambiental, bem como verificar quais os dispositivos que são mais atrativos. A pesquisa foi realizada no Parque Zoológico do Rio Grande do Sul, aplicando-se seis diferentes tipos de enriquecimento ambiental em duas espécies do gênero Alouatta, o bugio-ruivo (A. clamitans) e o bugio-preto (A. caraya). A análise comportamental foi dividida em três etapas: habituação, construção de etograma e enriquecimento ambiental (EA). A última etapa foi dividida em três fases: pré-EA, EA e pós-EA, cada fase com duração de cinco semanas. Em cada semana foi elaborado um tipo de enriquecimento com um tipo de folha. Para determinar o padrão de atividades foi utilizada a amostragem do tipo scan (ou de varredura) e para avaliar os efeitos do uso do enriquecimento a amostragem utilizada foi a do tipo grupo focal de um grupo de cada espécie. As amostras de varredura eram feitas a cada 20 min. As amostras grupo focal tinham duração de 10 min, sendo realizada uma por hora. Os resultados demonstraram que os animais respondem aos estímulos aplicados, pois os grupos interagiram pelo menos com um dos enriquecimentos apresentados. O padrão de atividade somente teve uma variação significativa no Grupo 1 em relação à frequência de alimentação, aumentando na fase PÓS-EA (p<0,05; p=0,01025). Os enriquecimentos que associaram maiores quantidade de folhas e em locais mais altos dos recintos foram os mais bem explorados. Também foi observado um maior aproveitamento do enriquecimento físico no Grupo 2, pois era o menos enriquecido fisicamente. Conclui-se que o enriquecimento ambiental é uma alternativa para melhorar o bem-estar dos animais cativos, pois fornece oportunidades aos animais de exercerem comportamentos típicos da sua espécie, além de alterar a rotina deles. Em complemento, o enriquecimento ambiental é uma ferramenta importante na manutenção de espécimes em cativeiro cujo destino possa vir a ser a soltura em ambiente selvagem, dentro de um programa de conservação da espécie. |
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Devido ao crescimento da população humana, cada vez mais nossa flora e fauna tem perdido seu hábitat. Áreas naturais estão sendo substituídas por cultivos agrícolas ou exploradas de forma insustentável, tendo como consequência à perda de hábitat, a fragmentação de áreas naturais, as extinções locais, a sobre-exploração de espécies nativas, a introdução de espécies exóticas. Além disso, o tráfico de animais silvestres também contribui para a perda da biodiversidade. Neste cenário, os Jardins Zoológicos se modernizaram e buscam a utilização de técnicas de enriquecimento ambiental, que visam à melhoria do bem-estar animal. Este estudo teve como objetivo avaliar o padrão de atividade dos animais durante e após o uso de enriquecimento ambiental, bem como verificar quais os dispositivos que são mais atrativos. A pesquisa foi realizada no Parque Zoológico do Rio Grande do Sul, aplicando-se seis diferentes tipos de enriquecimento ambiental em duas espécies do gênero Alouatta, o bugio-ruivo (A. clamitans) e o bugio-preto (A. caraya). A análise comportamental foi dividida em três etapas: habituação, construção de etograma e enriquecimento ambiental (EA). A última etapa foi dividida em três fases: pré-EA, EA e pós-EA, cada fase com duração de cinco semanas. Em cada semana foi elaborado um tipo de enriquecimento com um tipo de folha. Para determinar o padrão de atividades foi utilizada a amostragem do tipo scan (ou de varredura) e para avaliar os efeitos do uso do enriquecimento a amostragem utilizada foi a do tipo grupo focal de um grupo de cada espécie. As amostras de varredura eram feitas a cada 20 min. As amostras grupo focal tinham duração de 10 min, sendo realizada uma por hora. Os resultados demonstraram que os animais respondem aos estímulos aplicados, pois os grupos interagiram pelo menos com um dos enriquecimentos apresentados. O padrão de atividade somente teve uma variação significativa no Grupo 1 em relação à frequência de alimentação, aumentando na fase PÓS-EA (p<0,05; p=0,01025). Os enriquecimentos que associaram maiores quantidade de folhas e em locais mais altos dos recintos foram os mais bem explorados. Também foi observado um maior aproveitamento do enriquecimento físico no Grupo 2, pois era o menos enriquecido fisicamente. Conclui-se que o enriquecimento ambiental é uma alternativa para melhorar o bem-estar dos animais cativos, pois fornece oportunidades aos animais de exercerem comportamentos típicos da sua espécie, além de alterar a rotina deles. Em complemento, o enriquecimento ambiental é uma ferramenta importante na manutenção de espécimes em cativeiro cujo destino possa vir a ser a soltura em ambiente selvagem, dentro de um programa de conservação da espécie. |
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