Oh Blue come forth : a imagem heautônoma de Blue e a estética Queer de Derek Jarman

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soll, Miguel do Canto
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/122670
Resumo: O presente trabalho analisará o filme Blue, do diretor inglês Derek Jarman. Lançado em 1993, o filme possui 75 minutos de duração, apresentando uma tela constantemente azul acompanhada, na trilha sonora, de narrações e divagações filosóficas do diretor e mais três atores e amigos. Blue serve como um relato íntimo da epidemia da AIDS nas décadas de 1980 e 1990, mostrando os últimos dias de Jarman e servindo como espécie de seu epitáfio cinematográfico, tendo em vista que o diretor morre 8 meses após o lançamento de seu filme. A partir disso, foi realizada uma análise inspirada na cartografia proposta por Guattari (2008), buscando os diversos territórios e agenciamentos presentes no fenômeno cinematográfico com o objetivo de entender como se constroi a formação de sentido do azul (em suas mais variadas atualizações, como cor, como personagem, como manifestação de uma doença oftalmológica...) no filme, a partir dos choques, afetos e agenciamentos dos componentes de sua imagem heautônoma com os corpos e imaginação da audiência. O trabalho, assim, é dividido em três capítulos. O primeiro fará uma contextualização histórica da obra de Jarman, sua aproximação com o trabalho de Yves Klein e analisará sobre os problemas de representação presentes no filme, através de trabalhos já realizados sobre Blue, destacando o de Lawrence (1997) e o de Fowler (2014). No segundo, será feita uma análise sobre as materialidades cinematográficas do filme, a partir do trabalho de Deleuze e Guattari (1995a; 1995b) sobre os agenciamentos, a máquina abstrata e o rizoma, além dos trabalhos de Shaviro (2014) sobre a materialidade e os afetos provocados pela exibição de Blue. O quarto capítulo é destinado à análise do filme a partir das teorias desenvolvidas nos capítulos anteriores. Por fim, concluímos ao encontrar uma singularidade estética Queer no filme, criada a partir da transmutação do corpo de Jarman em obra de arte. Assim, usa-se a experiência pessoal do diretor como forma de tocar politicamente o coletivo, combatendo a apropriação representacional hegemônica e usando a experiência da audiência como forma de recriar seu imaginário sobre a homossexualidade e a epidemia da AIDS.
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A partir disso, foi realizada uma análise inspirada na cartografia proposta por Guattari (2008), buscando os diversos territórios e agenciamentos presentes no fenômeno cinematográfico com o objetivo de entender como se constroi a formação de sentido do azul (em suas mais variadas atualizações, como cor, como personagem, como manifestação de uma doença oftalmológica...) no filme, a partir dos choques, afetos e agenciamentos dos componentes de sua imagem heautônoma com os corpos e imaginação da audiência. O trabalho, assim, é dividido em três capítulos. O primeiro fará uma contextualização histórica da obra de Jarman, sua aproximação com o trabalho de Yves Klein e analisará sobre os problemas de representação presentes no filme, através de trabalhos já realizados sobre Blue, destacando o de Lawrence (1997) e o de Fowler (2014). No segundo, será feita uma análise sobre as materialidades cinematográficas do filme, a partir do trabalho de Deleuze e Guattari (1995a; 1995b) sobre os agenciamentos, a máquina abstrata e o rizoma, além dos trabalhos de Shaviro (2014) sobre a materialidade e os afetos provocados pela exibição de Blue. O quarto capítulo é destinado à análise do filme a partir das teorias desenvolvidas nos capítulos anteriores. Por fim, concluímos ao encontrar uma singularidade estética Queer no filme, criada a partir da transmutação do corpo de Jarman em obra de arte. Assim, usa-se a experiência pessoal do diretor como forma de tocar politicamente o coletivo, combatendo a apropriação representacional hegemônica e usando a experiência da audiência como forma de recriar seu imaginário sobre a homossexualidade e a epidemia da AIDS.The present work will analyze the film Blue, by British director Derek Jarman. Released on 1993, the film is 75 minutes long, presenting a constant blue screen accompanied, in the soundtrack, with narrations and philosophical digressions made by the director and three more actors and friends. Blue serves as an intimate story of the AIDS epidemic on the 1980s and 1990s, showing Jarman’s last days and serving as a sort of cinematic epitaph, due to the fact that the director died 8 months after the premier of the film. From that, an analysis inspired by the cartography method proposed by Guattari (2008) is made, searching for the most diverse territories and agencies existent on the cinematographic phenomena in order to understand the process of signification of the blue (in its most varied actualizations, as color, as a character, as manifestation of an ophthalmologic disease...) on the film through its affections, agencies and shocks made by the components of the heautonomous image with the bodies and imagination of the audience. The work, therefore, is divided into three chapters. The first one will do a historical contextualization of Jarman’s work, his approximation with Yves Klein’s paintings and will analyze the problems of representation in the film, through works that has already been written about Blue, of which we highlight the one from Lawrence (1997) and the one from Fowler (2014). In the second chapter it will be made an analysis about the cinematographic materialities presented in the film, made from the works of Deleuze and Guattari (1995a; 1995b) on assemblages, abstract machine and the rhizome, besides the works made by Shaviro (2014) about the materiality and affections provoked by Blue’s exhibition. The forth chapter is destined for the analysis of the film made from the theories that were developed in the previous chapters. At the end, we conclude by finding a Queer aesthetic’s singularity on the film, created by the transmutation of Jarman’s body into work of art. In that way, the personal experience of the director is used as a way to politically touch the collective, fighting the hegemonic representational appropriation and using the audience’s experience as a way to recreate its imaginary about the homosexuality and the AIDS epidemic.application/pdfporSemióticaBlue (Filme). 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