O fazer e o sentir do enfermeiro no cuidado ao paciente com comorbidade clínico-psiquiátrica em uma emergência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/178767 |
Resumo: | O objetivo deste estudo é analisar o fazer e o sentir do enfermeiro no cuidado ao paciente com Comorbidade Clínico-Psiquiátrica (CCP) no Serviço de Emergência (SE) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com caráter exploratório-descritivo, cujos participantes foram dois enfermeiros de cada turno de trabalho, totalizando 12 profissionais, selecionados intencionalmente, tendo em vista suas posições em locais estratégicos no atendimento de pacientes com CCP.Os dados deste estudo foram extraídos do banco de dados do projeto guarda-chuva, cuja coleta foi realizada no período de julho à setembro de 2016 por meio de entrevista semi-estruturada com perguntas abertas e fechadas, que foram gravadas e posteriormente transcritas na íntegra de forma literal. As perguntas fechadas foram analisadas e apresentadas através de percentuais simples. As perguntas abertas foram analisadas a partir da análise temática proposta por Minayo. O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. Os resultados apontam que o fazer do enfermeiro em relação ao paciente com CCPem emergência compreende cuidados diretos e indiretos, que envolvem desde o atendimento da crise psiquiátrica, realização de manejo verbal, contenção mecânica e química, avaliação dos riscos para esse paciente e garantia da sua proteção no SE e a promoção de um ambiente mais seguro e menos perturbador, e incluem também o gerenciamento de todo o atendimento prestado, a solicitação de permanência de acompanhante ou familiar junto ao paciente, acionamento de consultoria da especialidade psiquiátrica e a realização de encaminhamentos desse paciente aos serviços de referência da rede saúde. Diante desses fazeres, desvelam-se sentimentos que emergem nos enfermeiros, destacando-se sensação de impotência perante os casos, angústia pela falta de estrutura e recursos humanos do SE, medo das reações dos pacientes, descaso e indiferença em relação ao paciente psiquiátrico, despreparo para prestar o devido atendimento a esse perfil de paciente. No entanto, mesmo vivenciando determinadas limitações e condições inadequadas no serviço, alguns enfermeiros se sentem satisfeitos quanto ao atendimento prestado ao paciente com CCPno SE, por terem realizado a assistência que estava ao seu alcance. Considerando-se que o fazer e o sentir estão intimamente relacionados, é essencial investir em ações e intervenções que busquem diminuir a perpetuação de abordagens preconceituosas e possibilitar mudanças de concepções, o enfrentamento de estigmas e superação de sentimentos que denotem negatividade em relação ao paciente psiquiátrico. Sugerem-se estratégias com vistas a sensibilização dos profissionais, como proporcionar espaços para a reflexão, expressão de sentimentos e compartilhamento de vivências, conflitos e dificuldades enfrentadas, de modo que seja possível discutir, avaliar e aprimorar o fazer dos enfermeiros frente ao paciente com comorbidade clínico-psiquiátrica no SE. Possibilitando, assim, a construção de práticas mais potencializadas e fortalecedoras, bem como o constante aprimoramento e qualificação do processo de cuidar. |
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