O ethos da mulher repórter no discurso de Nellie Bly : análise de dez dias num hospício (1887)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/274230 |
Resumo: | Esta pesquisa analisa a imagem de si construídí a pela jornalista estadunidense Nellie Bly na reportagem Dez dias num hospício, de 1887. Utilizando a Análise de Discurso francesa como método, acionamos o conceito de ethos para identificar os valores do jornalismo implicados na reportagem testemunhal escrita em primeira pessoa e produzida através do disfarce. Os objetivos específíicos do trabalho são reconhecer os aspectos da imagem de si valorizados pela narradora como repórter e como mulher, mapear os sentidos presentes no discurso sobre o jornalismo e os jornalistas e identificar os valores da profissão que começam a se constituir naquele momento e ainda permanecem vigentes. A partir da análise da reportagem, publicada originalmente em duas partes no jornal New York World e reunida no livro Dez dias num hospício (2021), identificamos a presença de oito núcleos de sentido relacionados à forma como a repórter fala de si, do jornalismo e de outros jornalistas. O sentido predominante é “descubro a verdade e sou fiel aos fatos”, que representa 29,78% das incidências de sentido e evoca o compromisso com a verdade e as práticas – naquele momento ainda incipientes – de objetividade. O segundo sentido mais prevalente é “sou corajosa e tenho uma missão”, com 22,54% das incidências, enquadrando o jornalismo como um dever. O terceiro, “sou obstinada e estratégica”, representa 16,20% do total e traz elementos específíicos da reportagem de disfarce. O quarto núcleo é “sou empática” e inclui 12,14% das incidências. O quinto sentido presente posiciona Bly como uma repórter que vive “experiências inesquecíví eis” e contempla 7,20% do material. O sexto é “sou uma boa moça”, com 5,20%. O sétimo destaca a capacidade de Bly para o disfarce – a ideia “sei me disfarçar” aparece em 4,34% das incidências. Por fim, o oitavo sentido, residual, introduz dilemas éticos da jornalista: “sou ética” se manifesta em apenas 2,60% das incidências. |
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Bressan, Valentina RuivoBenetti, Márcia2024-03-27T06:37:26Z2024http://hdl.handle.net/10183/274230001199429Esta pesquisa analisa a imagem de si construídí a pela jornalista estadunidense Nellie Bly na reportagem Dez dias num hospício, de 1887. Utilizando a Análise de Discurso francesa como método, acionamos o conceito de ethos para identificar os valores do jornalismo implicados na reportagem testemunhal escrita em primeira pessoa e produzida através do disfarce. Os objetivos específíicos do trabalho são reconhecer os aspectos da imagem de si valorizados pela narradora como repórter e como mulher, mapear os sentidos presentes no discurso sobre o jornalismo e os jornalistas e identificar os valores da profissão que começam a se constituir naquele momento e ainda permanecem vigentes. A partir da análise da reportagem, publicada originalmente em duas partes no jornal New York World e reunida no livro Dez dias num hospício (2021), identificamos a presença de oito núcleos de sentido relacionados à forma como a repórter fala de si, do jornalismo e de outros jornalistas. O sentido predominante é “descubro a verdade e sou fiel aos fatos”, que representa 29,78% das incidências de sentido e evoca o compromisso com a verdade e as práticas – naquele momento ainda incipientes – de objetividade. O segundo sentido mais prevalente é “sou corajosa e tenho uma missão”, com 22,54% das incidências, enquadrando o jornalismo como um dever. O terceiro, “sou obstinada e estratégica”, representa 16,20% do total e traz elementos específíicos da reportagem de disfarce. O quarto núcleo é “sou empática” e inclui 12,14% das incidências. O quinto sentido presente posiciona Bly como uma repórter que vive “experiências inesquecíví eis” e contempla 7,20% do material. O sexto é “sou uma boa moça”, com 5,20%. O sétimo destaca a capacidade de Bly para o disfarce – a ideia “sei me disfarçar” aparece em 4,34% das incidências. Por fim, o oitavo sentido, residual, introduz dilemas éticos da jornalista: “sou ética” se manifesta em apenas 2,60% das incidências.This research analyzes the self-image constructed by the American journalist Nellie Bly in the report Ten days in a mad-house, from 1887. By using French Discourse Analysis as a method, we prompt the concept of ethos to identify the journalistic values implied in the testimonial report written in the first person of the speech and conceived through undercover journalism. The study’s specific objectives are: to recognize the aspects of self-image valued by the narrator as a reporter and as a woman, to map the existing meanings about journalism and journalists in the discourse, and to identify the professional values that began to emerge at that time and are still in force. Based on the analysis of the report, originally published in two installments in the New York World newspaper and compiled in the book Ten days in a mad-house (2021), we identified the presence of eight core meanings related to the way the reporter talks about herself, journalism and other journalists. The prevailing meaning is “I uncover the truth and I am faithful to the facts”, which represents 29.78% of the incidences of meaning and evokes the commitment to truth and the practices – first emerging at that time – of objectivity. The second most prevalent meaning is “I’m brave and I have a mission”, with 22.54% of the incidences, framing journalism as a duty. The third, “I’m obstinate and strategic”, represents 16.20% and comprehends specific elements of undercover reporting. The fourth core is “I’m empathetic” and includes 12.14% of the incidences. The fifth existing meaning places Bly as a reporter who lives “unforgettable experiences” and it contemplates 7.20% of the material. The sixth is “I’m a good young lady”. The seventh emphasizes Bly’s ability to disguise herself – the idea “I know to disguise myself” appears in 4.34% of the incidences. Finally, the eight meaning, a residual one, introduces the journalist’s ethical dilemmas: “I’m ethical” manifests in only 2.60% of the incidences.application/pdfporMulher jornalista : Estados UnidosJournalismDiscourseEthosReporterNellie BlyWomen journalistsO ethos da mulher repórter no discurso de Nellie Bly : análise de dez dias num hospício (1887)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2024Comunicação Social: Habilitação em Jornalismograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001199429.pdf.txt001199429.pdf.txtExtracted Texttext/plain537748http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274230/2/001199429.pdf.txte367544f0d7957f3034c5108cd08c923MD52ORIGINAL001199429.pdfTexto completoapplication/pdf8457906http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274230/1/001199429.pdf76f26552cc9c27f32c44a174eef6f04eMD5110183/2742302024-05-25 06:49:01.216347oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274230Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-05-25T09:49:01Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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