Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , , , , , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/56259 |
Resumo: | Objetivo: Avaliar os modos de morte e fatores associados à limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil. Método: Estudo transversal e retrospectivo em que foram revisados todos os óbitos ocorridos em 2002 em três unidades de terapia intensiva pediátrica de referência de Porto Alegre por uma equipe de pesquisadores treinados para esse fim. Foram avaliadas as características gerais, o modo de morte (ressuscitação cardiopulmonar, morte encefálica, ordem de não reanimar, não oferta e retirada de suporte vital . esses três últimos agrupados em limitação de suporte de vida), o tempo de internação . hospitalar e na unidade de terapia intensiva pediátrica ., o plano de final de vida e a participação da família nessa decisão. Para as comparações, foram utilizados o teste t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado, odds ratio e análise multivariada. Resultados: Aproximadamente 53,3% dos óbitos receberam ressuscita ção cardiopulmonar. A incidência de limitação de suporte de vida foi de 36,1%, havendo diferença significativa (p = 0,014) entre os hospitais (25 versus 54,3 e 45,5%). A forma de limitação de suporte de vida mais freqüente foi .ordem de não reanimar. (70%). Observou-se associação entre limitação de suporte de vida com presença de doença crônica (odds ratio = 8,2; IC95% = 3,2-21,3) e tempo de internação na unidade de terapia intensiva pediátrica > 24h (odds ratio = 4,4; IC95% = 1,6-11,8). A participação da família e dos comitês de ética no plano de final de vida foi inferior a 10%. Conclusões: A ressuscitação cardiopulmonar ainda é oferecida em uma freqüência maior do que a descrita nos países do hemisfério norte, enquanto que a limitação de suporte vital é realizada preferentemente através da ordem de não reanimar. Esses achados e a pequena participação da família refletem dificuldades em relação às decisões de final de vida enfrentadas por intensivistas do sul do Brasil. |
id |
UFRGS-2_8a329e64f6555f86ff12eb7162a64482 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/56259 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Lago, Patricia Miranda doPiva, Jefferson PedroKipper, Délio JoséGarcia, Pedro Celiny RamosBueno, FernandaTraiber, CristianePretto, CristianeGiongo, MateusBranco, RicardoAraújo, Taisa Elena deWortmann, DanielaLibrelato, GrazielaSoardi, Deise2012-10-10T01:35:58Z20050021-7557http://hdl.handle.net/10183/56259000528253Objetivo: Avaliar os modos de morte e fatores associados à limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil. Método: Estudo transversal e retrospectivo em que foram revisados todos os óbitos ocorridos em 2002 em três unidades de terapia intensiva pediátrica de referência de Porto Alegre por uma equipe de pesquisadores treinados para esse fim. Foram avaliadas as características gerais, o modo de morte (ressuscitação cardiopulmonar, morte encefálica, ordem de não reanimar, não oferta e retirada de suporte vital . esses três últimos agrupados em limitação de suporte de vida), o tempo de internação . hospitalar e na unidade de terapia intensiva pediátrica ., o plano de final de vida e a participação da família nessa decisão. Para as comparações, foram utilizados o teste t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado, odds ratio e análise multivariada. Resultados: Aproximadamente 53,3% dos óbitos receberam ressuscita ção cardiopulmonar. A incidência de limitação de suporte de vida foi de 36,1%, havendo diferença significativa (p = 0,014) entre os hospitais (25 versus 54,3 e 45,5%). A forma de limitação de suporte de vida mais freqüente foi .ordem de não reanimar. (70%). Observou-se associação entre limitação de suporte de vida com presença de doença crônica (odds ratio = 8,2; IC95% = 3,2-21,3) e tempo de internação na unidade de terapia intensiva pediátrica > 24h (odds ratio = 4,4; IC95% = 1,6-11,8). A participação da família e dos comitês de ética no plano de final de vida foi inferior a 10%. Conclusões: A ressuscitação cardiopulmonar ainda é oferecida em uma freqüência maior do que a descrita nos países do hemisfério norte, enquanto que a limitação de suporte vital é realizada preferentemente através da ordem de não reanimar. Esses achados e a pequena participação da família refletem dificuldades em relação às decisões de final de vida enfrentadas por intensivistas do sul do Brasil.Objectives: To describe causes of death and factors involved in the decision-making process related to life support limitation at three university-affiliated pediatric intensive care units in the south of Brazil. Methods: A retrospective study was conducted, based on a review of the medical records of all deaths occurring during 2002 at three pediatric intensive care units in Porto Alegre. Three previously trained pediatric fellows from each service performed the study. Data were assessed relating to general case characteristics, causes of death (failed cardiopulmonary resuscitation, brain death, do-not-resuscitate orders, withholding or withdrawing life-sustaining treatment - the last three modes were classified as the life support limitation group), length of stay in hospital, end-of-life plans and the participation of patients. families and Ethics Committees. The Student t test, Mann Whitney, chisquare, odds ratio and multivariate analyses were used for comparisons. Results: Close to 53.3% of fatal cases had received full cardiopulmonary resuscitation. The incidence of life support limitation was 36%, with statistical differences (p = 0.014) between the three hospitals (25 versus 54.3 and 45.5%, respectively). The most frequent form of life support limitation was a do-not-resuscitate order (70%). Life support limitation was associated with the presence of chronic disease (odds ratio = 8.2; 95%CI 3.2-21.3) and length stay in the pediatric intensive care unit (odds ratio = 4.4; 95%CI 1.6-11.8). The rate of involvement of families and Ethics Committees in the decisionmaking process was lesser than 10%. Conclusions: Cardiopulmonary resuscitation is offered more frequently than is observed in northern countries. In contrast, life support limitation is offered through do-not-resuscitate orders. These findings and the low participation of the families in the decision-making process reflect the difficulties to be overcome by those professionals who are responsible for handling critically ill children in southern Brazil.application/pdfporJornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 81, n. 2 (mar./abr. 2005), p. 111-117Unidades de terapia intensiva pediátricaÉtica médicaCriançaMorteCuidados para prolongar a vidaReanimação cardiopulmonarAssistência terminalEstudos transversaisBioéticaTomada de decisõesAtitude do pessoal de saúdeSuporte vital cardíaco avançadoBrasil, Região SulEstudos retrospectivosDeathEthicsPediatric intensive careForgoing life supportDo-not-resuscitate ordersLimitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do BrasilLife support limitation at three pediatric intensive care units in southern Brazil info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000528253.pdf000528253.pdfTexto completoapplication/pdf155681http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/1/000528253.pdf4811fc57a4bfc62adc3779a0afb4288aMD51000528253-02.pdf000528253-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf150708http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/2/000528253-02.pdfe6010eed936e723c9f7dbd106f191b3aMD52TEXT000528253-02.pdf.txt000528253-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain32070http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/3/000528253-02.pdf.txt9ef2ce7d86b2f1c747405530b2fa12deMD53000528253.pdf.txt000528253.pdf.txtExtracted Texttext/plain36531http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/4/000528253.pdf.txt27383e05519c3e8dd4063475a113896dMD54THUMBNAIL000528253.pdf.jpg000528253.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1875http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/5/000528253.pdf.jpgbb19e7f9c2b31b5daecc6d95b826ed3dMD55000528253-02.pdf.jpg000528253-02.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1588http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/6/000528253-02.pdf.jpg7b0b61baa8068e63393d1df449ddad8cMD5610183/562592024-06-26 06:30:31.943258oai:www.lume.ufrgs.br:10183/56259Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-06-26T09:30:31Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Life support limitation at three pediatric intensive care units in southern Brazil |
title |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
spellingShingle |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil Lago, Patricia Miranda do Unidades de terapia intensiva pediátrica Ética médica Criança Morte Cuidados para prolongar a vida Reanimação cardiopulmonar Assistência terminal Estudos transversais Bioética Tomada de decisões Atitude do pessoal de saúde Suporte vital cardíaco avançado Brasil, Região Sul Estudos retrospectivos Death Ethics Pediatric intensive care Forgoing life support Do-not-resuscitate orders |
title_short |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
title_full |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
title_fullStr |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
title_full_unstemmed |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
title_sort |
Limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil |
author |
Lago, Patricia Miranda do |
author_facet |
Lago, Patricia Miranda do Piva, Jefferson Pedro Kipper, Délio José Garcia, Pedro Celiny Ramos Bueno, Fernanda Traiber, Cristiane Pretto, Cristiane Giongo, Mateus Branco, Ricardo Araújo, Taisa Elena de Wortmann, Daniela Librelato, Graziela Soardi, Deise |
author_role |
author |
author2 |
Piva, Jefferson Pedro Kipper, Délio José Garcia, Pedro Celiny Ramos Bueno, Fernanda Traiber, Cristiane Pretto, Cristiane Giongo, Mateus Branco, Ricardo Araújo, Taisa Elena de Wortmann, Daniela Librelato, Graziela Soardi, Deise |
author2_role |
author author author author author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lago, Patricia Miranda do Piva, Jefferson Pedro Kipper, Délio José Garcia, Pedro Celiny Ramos Bueno, Fernanda Traiber, Cristiane Pretto, Cristiane Giongo, Mateus Branco, Ricardo Araújo, Taisa Elena de Wortmann, Daniela Librelato, Graziela Soardi, Deise |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Unidades de terapia intensiva pediátrica Ética médica Criança Morte Cuidados para prolongar a vida Reanimação cardiopulmonar Assistência terminal Estudos transversais Bioética Tomada de decisões Atitude do pessoal de saúde Suporte vital cardíaco avançado Brasil, Região Sul Estudos retrospectivos |
topic |
Unidades de terapia intensiva pediátrica Ética médica Criança Morte Cuidados para prolongar a vida Reanimação cardiopulmonar Assistência terminal Estudos transversais Bioética Tomada de decisões Atitude do pessoal de saúde Suporte vital cardíaco avançado Brasil, Região Sul Estudos retrospectivos Death Ethics Pediatric intensive care Forgoing life support Do-not-resuscitate orders |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Death Ethics Pediatric intensive care Forgoing life support Do-not-resuscitate orders |
description |
Objetivo: Avaliar os modos de morte e fatores associados à limitação de suporte de vida em três unidades de terapia intensiva pediátrica do sul do Brasil. Método: Estudo transversal e retrospectivo em que foram revisados todos os óbitos ocorridos em 2002 em três unidades de terapia intensiva pediátrica de referência de Porto Alegre por uma equipe de pesquisadores treinados para esse fim. Foram avaliadas as características gerais, o modo de morte (ressuscitação cardiopulmonar, morte encefálica, ordem de não reanimar, não oferta e retirada de suporte vital . esses três últimos agrupados em limitação de suporte de vida), o tempo de internação . hospitalar e na unidade de terapia intensiva pediátrica ., o plano de final de vida e a participação da família nessa decisão. Para as comparações, foram utilizados o teste t de Student, Mann Whitney, qui-quadrado, odds ratio e análise multivariada. Resultados: Aproximadamente 53,3% dos óbitos receberam ressuscita ção cardiopulmonar. A incidência de limitação de suporte de vida foi de 36,1%, havendo diferença significativa (p = 0,014) entre os hospitais (25 versus 54,3 e 45,5%). A forma de limitação de suporte de vida mais freqüente foi .ordem de não reanimar. (70%). Observou-se associação entre limitação de suporte de vida com presença de doença crônica (odds ratio = 8,2; IC95% = 3,2-21,3) e tempo de internação na unidade de terapia intensiva pediátrica > 24h (odds ratio = 4,4; IC95% = 1,6-11,8). A participação da família e dos comitês de ética no plano de final de vida foi inferior a 10%. Conclusões: A ressuscitação cardiopulmonar ainda é oferecida em uma freqüência maior do que a descrita nos países do hemisfério norte, enquanto que a limitação de suporte vital é realizada preferentemente através da ordem de não reanimar. Esses achados e a pequena participação da família refletem dificuldades em relação às decisões de final de vida enfrentadas por intensivistas do sul do Brasil. |
publishDate |
2005 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2005 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2012-10-10T01:35:58Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/56259 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0021-7557 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000528253 |
identifier_str_mv |
0021-7557 000528253 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/56259 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Jornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 81, n. 2 (mar./abr. 2005), p. 111-117 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/1/000528253.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/2/000528253-02.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/3/000528253-02.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/4/000528253.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/5/000528253.pdf.jpg http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/56259/6/000528253-02.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
4811fc57a4bfc62adc3779a0afb4288a e6010eed936e723c9f7dbd106f191b3a 9ef2ce7d86b2f1c747405530b2fa12de 27383e05519c3e8dd4063475a113896d bb19e7f9c2b31b5daecc6d95b826ed3d 7b0b61baa8068e63393d1df449ddad8c |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1815447476822343680 |