Memórias póstumas : o narrador diletante e o leitor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sanseverino, Antônio Marcos Vieira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/174060
Resumo: O romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, se constrói na dimensão do livro, tematizando procedimentos de escrita, formato de edição, possíveis leitores, diferentes reações de leitura. A partir dessa base, Brás Cubas (enquanto narrador) apropria-se de obras da tradição e constrói metáforas a partir da imagem do livro. Para interpretar esses indícios de como a elite brasileira construía sua relação com o livro, a leitura e a tradição literária, é retomada a fortuna crítica acumulada (de José Veríssimo a Abel Barros Batista, tendo como referência principal Roberto Schwarz). Leva-se em conta a oposição forte na crítica literária entre uma leitura universalista preocupada em inserir Machado no cânone ocidental (sátira menipéia, Sterne, Dante, Shakespeare, Goethe...) que se opõe à outra que pressupõe o diálogo com a tradição local e o vínculo com a matéria histórica brasileira. Interessa, então, dimensionar o sentido da obra a partir do lugar do livro no Segundo Império, em que a escravidão e o analfabetismo impunham duros limites para formação de uma opinião pública brasileira.
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