Petrologia dos escarnitos hospedados nos mármores da Mina Ibaré, Vila Palma, RS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/132692 |
Resumo: | Os mármores da Mina Ibaré, pertencentes à Formação Cerro do Ouro do Grupo Palma, hospedam rochas geradas por metassomatismo denominados escarnitos. A hipótese desse trabalho é de que essas rochas foram geradas a partir da interação de fluidos de origem magmática, provenientes de diques máficos, e a rocha encaixante carbonática. A metodologia de estudo foi desenvolvida com o objetivo de descrever detalhadamente a mineralogia, inferir as reações ocorridas entre os fluidos magmáticos e o mármore, além de estabelecer uma correlação das rochas com base na sua afinidade geoquímica. A partir do trabalho de campo, foi possível observar que os corpos de escarnitos encontram-se nas adjacências de diques máficos, onde ocorrem feições que indicam infiltração de fluidos. Os diques estão metamorfisados na fácies xisto verde devido à circulação de fluidos de baixa temperatura, e apresentam diferentes graus de alteração. Texturas ígneas hipabissais e alguns minerais primários preservados podem ser observados no dique menos alterado, classificado como lamprófiro espessartítico. Nos diques com maior intensidade de alteração, os fenocristais de anfibólio estão integralmente substituídos por actinolita, clorita, quartzo, clinozoisita e calcita. Esses diques apresentam maior interação com a rocha hospedeira carbonática. As análises químicas de rocha total dos diques quando plotadas no diagrama classificatório para rochas vulcânicas posicionam-se no campo dos andesitos e andesitos basálticos. Os escarnitos foram classificados como exoescarnitos calcíticos de contato, de granulação média a grossa. Apresentam porfiroblastos de granada andradita associados a agregados de actinolita fina em uma matriz composta dominantemente por calcita. A presença da andradita e magnetita, combinado com ausência de piroxênio, indica que a formação dessas rochas se deu em ambiente oxidante e temperaturas em torno de 350 a 450°C. Os mesmos fluidos que alteraram os diques também produziram uma paragênese retrogressiva nos escarnitos, formando minerais como a actinolita, epidoto, quartzo, calcita e óxidos de ferro. Os escarnitos apresentam notavelmente baixos valores de Al2O3 e TiO2 comparados com aqueles encontrados nos diques máficos, devido a imobilidade relativa desses elementos. Quando comparados com depósitos escarníticos clássicos, a tipologia presente nesse trabalho indica seu potencial para depósitos escarníticos de Cu-Fe (Au). |
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Melissa Abrão Zeni, Melissa Abrão ZeniRemus, Marcus Vinicius Dorneles2016-02-05T02:03:58Z2015http://hdl.handle.net/10183/132692000983663Os mármores da Mina Ibaré, pertencentes à Formação Cerro do Ouro do Grupo Palma, hospedam rochas geradas por metassomatismo denominados escarnitos. A hipótese desse trabalho é de que essas rochas foram geradas a partir da interação de fluidos de origem magmática, provenientes de diques máficos, e a rocha encaixante carbonática. A metodologia de estudo foi desenvolvida com o objetivo de descrever detalhadamente a mineralogia, inferir as reações ocorridas entre os fluidos magmáticos e o mármore, além de estabelecer uma correlação das rochas com base na sua afinidade geoquímica. A partir do trabalho de campo, foi possível observar que os corpos de escarnitos encontram-se nas adjacências de diques máficos, onde ocorrem feições que indicam infiltração de fluidos. Os diques estão metamorfisados na fácies xisto verde devido à circulação de fluidos de baixa temperatura, e apresentam diferentes graus de alteração. Texturas ígneas hipabissais e alguns minerais primários preservados podem ser observados no dique menos alterado, classificado como lamprófiro espessartítico. Nos diques com maior intensidade de alteração, os fenocristais de anfibólio estão integralmente substituídos por actinolita, clorita, quartzo, clinozoisita e calcita. Esses diques apresentam maior interação com a rocha hospedeira carbonática. As análises químicas de rocha total dos diques quando plotadas no diagrama classificatório para rochas vulcânicas posicionam-se no campo dos andesitos e andesitos basálticos. Os escarnitos foram classificados como exoescarnitos calcíticos de contato, de granulação média a grossa. Apresentam porfiroblastos de granada andradita associados a agregados de actinolita fina em uma matriz composta dominantemente por calcita. A presença da andradita e magnetita, combinado com ausência de piroxênio, indica que a formação dessas rochas se deu em ambiente oxidante e temperaturas em torno de 350 a 450°C. Os mesmos fluidos que alteraram os diques também produziram uma paragênese retrogressiva nos escarnitos, formando minerais como a actinolita, epidoto, quartzo, calcita e óxidos de ferro. Os escarnitos apresentam notavelmente baixos valores de Al2O3 e TiO2 comparados com aqueles encontrados nos diques máficos, devido a imobilidade relativa desses elementos. Quando comparados com depósitos escarníticos clássicos, a tipologia presente nesse trabalho indica seu potencial para depósitos escarníticos de Cu-Fe (Au).The marble from Ibare Mine, on the Cerro do Ouro Formation of Palma Group, hosts peculiar rocks generated by metasomatism called skarns. The hypothesis of this study is that these rocks were generated from the interaction of magmatic derived fluids, from mafic dykes, and the carbonate host rock. The methodology was concentrated in to describe the mineralogy in detail, to infer the reactions occurred between magmatic fluids and marble, as well as establishing a correlation of rocks based on their geochemical affinity. Field work observations show that the skarn bodies are adjacent to the mafic dykes, where there are clear evidences of fluid infiltration. The dykes are metamorphosed at greenschist facies due to the lowtemperature fluid percolation, and have variable degrees of mineralogical changes. Hypabyssal igneous textures and preserved primary minerals can be observed in the least altered dyke, classified as spessartitic lamprophyre. In the most altered dyke, the amphibole phenocrysts are fully replaced by actinolite, chlorite, quartz, clinozoisite and calcite. These dykes have more interaction with the carbonate host rock. The whole rock chemical analyses of the dykes, when plotted on the classification diagram for volcanic rocks, are placed in the domain of andesite and basaltic andesite. The skarns were classified as contact calcitic exoskarns, of medium to large grain size. They have porphyroblasts of andradite garnet associated with fine actinolite aggregates in a matrix composed predominantly by calcite. The presence of andradite and magnetite, combined with the absence of pyroxene, indicates that the formation of these rocks occurred at 350 to 450°C and oxidant environment conditions. The same fluids that altered the dykes also caused a retrogressive paragenesis in the skarns, forming minerals such as actinolite, epidote, quartz, calcite, and iron oxides. The skarns exhibit remarkably low Al2O3 and TiO2 values compared to those found in mafic dykes, due to the relative immobility of these elements. When compared to classic skarn deposits, the typology in this work suggests the potential for skarn deposits of Cu-Fe (Au).application/pdfporEscarnitoMetabasitosMármoreMetassomatismoSkarnMetabasiteMarbleMetasomatismPetrologia dos escarnitos hospedados nos mármores da Mina Ibaré, Vila Palma, RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2015Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000983663.pdf000983663.pdfTexto completoapplication/pdf3617351http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132692/1/000983663.pdf6280461152b260fa18023e1d15fbfb6dMD51TEXT000983663.pdf.txt000983663.pdf.txtExtracted Texttext/plain144100http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132692/2/000983663.pdf.txtc24a7b1122740f1873f5e7e44433da4aMD52THUMBNAIL000983663.pdf.jpg000983663.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1144http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132692/3/000983663.pdf.jpgd5331cc19874dd87142cd9ab73f05537MD5310183/1326922018-10-26 09:42:06.313oai:www.lume.ufrgs.br:10183/132692Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-26T12:42:06Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Os mármores da Mina Ibaré, pertencentes à Formação Cerro do Ouro do Grupo Palma, hospedam rochas geradas por metassomatismo denominados escarnitos. A hipótese desse trabalho é de que essas rochas foram geradas a partir da interação de fluidos de origem magmática, provenientes de diques máficos, e a rocha encaixante carbonática. A metodologia de estudo foi desenvolvida com o objetivo de descrever detalhadamente a mineralogia, inferir as reações ocorridas entre os fluidos magmáticos e o mármore, além de estabelecer uma correlação das rochas com base na sua afinidade geoquímica. A partir do trabalho de campo, foi possível observar que os corpos de escarnitos encontram-se nas adjacências de diques máficos, onde ocorrem feições que indicam infiltração de fluidos. Os diques estão metamorfisados na fácies xisto verde devido à circulação de fluidos de baixa temperatura, e apresentam diferentes graus de alteração. Texturas ígneas hipabissais e alguns minerais primários preservados podem ser observados no dique menos alterado, classificado como lamprófiro espessartítico. Nos diques com maior intensidade de alteração, os fenocristais de anfibólio estão integralmente substituídos por actinolita, clorita, quartzo, clinozoisita e calcita. Esses diques apresentam maior interação com a rocha hospedeira carbonática. As análises químicas de rocha total dos diques quando plotadas no diagrama classificatório para rochas vulcânicas posicionam-se no campo dos andesitos e andesitos basálticos. Os escarnitos foram classificados como exoescarnitos calcíticos de contato, de granulação média a grossa. Apresentam porfiroblastos de granada andradita associados a agregados de actinolita fina em uma matriz composta dominantemente por calcita. A presença da andradita e magnetita, combinado com ausência de piroxênio, indica que a formação dessas rochas se deu em ambiente oxidante e temperaturas em torno de 350 a 450°C. Os mesmos fluidos que alteraram os diques também produziram uma paragênese retrogressiva nos escarnitos, formando minerais como a actinolita, epidoto, quartzo, calcita e óxidos de ferro. Os escarnitos apresentam notavelmente baixos valores de Al2O3 e TiO2 comparados com aqueles encontrados nos diques máficos, devido a imobilidade relativa desses elementos. Quando comparados com depósitos escarníticos clássicos, a tipologia presente nesse trabalho indica seu potencial para depósitos escarníticos de Cu-Fe (Au). |
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