Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/249039 |
Resumo: | RESUMO Atualmente, já está bem estabelecido que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Entre os tipos de HPV mais frequentes, podemos citar o HPV 16 e o HPV 18, os quais são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero. A proliferação descontrolada e acelerada de células anormais observada em neoplasias requer uma reprogramação metabólica para suprir as necessidades energéticas utilizadas na divisão celular. Proteínas, lipídios e ácidos nucleicos são fundamentais para que a célula tumoral possa proliferar. A síntese de novo de ácidos graxos surge como um mecanismo importante no fornecimento de lipídios. Este processo ocorre no citoplasma das células e é realizado pela enzima metabólica ácido graxo sintase (FASN) através de reações de condensação entre acetil CoA e malonil CoA. Ainda, a proteína FASN possui um papel importante na homeostase energética, pois converte o excesso de carbono ingerido em ácidos graxos que podem ser utilizados para produzir energia através da b oxidação. A FASN contribui para a produção de lipídios de membrana através da formação do seu principal produto, o palmitato. Devido a dieta rica em ácidos graxos, a síntese de novo e a atividade da FASN encontram se em níveis baixos na maioria dos tecidos, com exceção do fígado, cérebro, tecido adiposo, pulmão e glândulas mamárias lactantes. Estudos tem demonstrado que muitas neoplasias malignas apresentam níveis elevados de FASN e que sua inibição, específica ou farmacológica, resulta em atividade antitumoral. A fármaco orlistate (ORL), foi originalmente desenvolvida para o tratamento da obesidade pois é um inibidor de lipases pancreáticas no trato gastrointestinal. No entanto, este composto mostrou ser um inibidor irreversível de FASN ao se ligar ao domínio tioesterase (TE), o qual é responsável pela liberação do palmitato. Neste trabalho foram utilizadas diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero (C 33A, ME 180, HeLa e SiHa), com objetivo de estudar os efeitos da inibição da FASN sobre a proliferação celular e indução de apoptose. As linhagens celulares foram tratadas com diferentes concentrações de ORL e estudos de proliferação e determinação de morte celular foram realizados através de contagem celular e marcação com Anexina V e iodeto de propídio. Assim como para outras linhagens celulares de diferentes neoplasias malignas, a inibição da FASN pelo ORL foi capaz de diminuir a viabilidade celular e causar apoptose em todas as linhagens celulares. No entanto, as linhagens SiHa e HeLa, que apresentaram uma maior expressão de FASN, foram também as linhagens em que a inibição da proliferação foi maior quando comparada com as linhagens C 33A e ME 180. Entre todas as linhagens estudadas a que menos expressou FASN foi a linhagem ME 180, que também mostrou ter menor redução na viabilidade celular. Também foi possível verificar que a diminuição na viabilidade ocorreu por apoptose e não por necrose, visto que, a porcentagem de células em necrose foi baixa em todas as linhagens após o tratamento com ORL. O presente trabalho, demonstrou pela primeira vez que diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero expressam FASN de forma desigual e que podem ser afetadas pela inibição farmacológica desta com ORL. |
id |
UFRGS-2_8efd8122f4e456d74cfaa9cddab0e639 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249039 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Nascimento, JéssicaBuffon, Andreia2022-09-16T05:02:16Z2016http://hdl.handle.net/10183/249039001020760RESUMO Atualmente, já está bem estabelecido que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Entre os tipos de HPV mais frequentes, podemos citar o HPV 16 e o HPV 18, os quais são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero. A proliferação descontrolada e acelerada de células anormais observada em neoplasias requer uma reprogramação metabólica para suprir as necessidades energéticas utilizadas na divisão celular. Proteínas, lipídios e ácidos nucleicos são fundamentais para que a célula tumoral possa proliferar. A síntese de novo de ácidos graxos surge como um mecanismo importante no fornecimento de lipídios. Este processo ocorre no citoplasma das células e é realizado pela enzima metabólica ácido graxo sintase (FASN) através de reações de condensação entre acetil CoA e malonil CoA. Ainda, a proteína FASN possui um papel importante na homeostase energética, pois converte o excesso de carbono ingerido em ácidos graxos que podem ser utilizados para produzir energia através da b oxidação. A FASN contribui para a produção de lipídios de membrana através da formação do seu principal produto, o palmitato. Devido a dieta rica em ácidos graxos, a síntese de novo e a atividade da FASN encontram se em níveis baixos na maioria dos tecidos, com exceção do fígado, cérebro, tecido adiposo, pulmão e glândulas mamárias lactantes. Estudos tem demonstrado que muitas neoplasias malignas apresentam níveis elevados de FASN e que sua inibição, específica ou farmacológica, resulta em atividade antitumoral. A fármaco orlistate (ORL), foi originalmente desenvolvida para o tratamento da obesidade pois é um inibidor de lipases pancreáticas no trato gastrointestinal. No entanto, este composto mostrou ser um inibidor irreversível de FASN ao se ligar ao domínio tioesterase (TE), o qual é responsável pela liberação do palmitato. Neste trabalho foram utilizadas diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero (C 33A, ME 180, HeLa e SiHa), com objetivo de estudar os efeitos da inibição da FASN sobre a proliferação celular e indução de apoptose. As linhagens celulares foram tratadas com diferentes concentrações de ORL e estudos de proliferação e determinação de morte celular foram realizados através de contagem celular e marcação com Anexina V e iodeto de propídio. Assim como para outras linhagens celulares de diferentes neoplasias malignas, a inibição da FASN pelo ORL foi capaz de diminuir a viabilidade celular e causar apoptose em todas as linhagens celulares. No entanto, as linhagens SiHa e HeLa, que apresentaram uma maior expressão de FASN, foram também as linhagens em que a inibição da proliferação foi maior quando comparada com as linhagens C 33A e ME 180. Entre todas as linhagens estudadas a que menos expressou FASN foi a linhagem ME 180, que também mostrou ter menor redução na viabilidade celular. Também foi possível verificar que a diminuição na viabilidade ocorreu por apoptose e não por necrose, visto que, a porcentagem de células em necrose foi baixa em todas as linhagens após o tratamento com ORL. O presente trabalho, demonstrou pela primeira vez que diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero expressam FASN de forma desigual e que podem ser afetadas pela inibição farmacológica desta com ORL.application/pdfporFarmáciaInibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervicalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de FarmáciaPorto Alegre, BR-RS2016Farmáciagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001020760.pdf.txt001020760.pdf.txtExtracted Texttext/plain104682http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249039/2/001020760.pdf.txt9e39f7aa6bbab7eb2ea8a1d72de3d16cMD52ORIGINAL001020760.pdfTexto completoapplication/pdf2206273http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249039/1/001020760.pdf22146f4878456e464b5af7a1bda80cf5MD5110183/2490392022-09-17 05:10:50.288809oai:www.lume.ufrgs.br:10183/249039Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-09-17T08:10:50Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
title |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
spellingShingle |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical Nascimento, Jéssica Farmácia |
title_short |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
title_full |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
title_fullStr |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
title_full_unstemmed |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
title_sort |
Inibidor da ácido graxo-sintase orlistate reduz a proliferação celular e induz apoptose em células de câncer cervical |
author |
Nascimento, Jéssica |
author_facet |
Nascimento, Jéssica |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nascimento, Jéssica |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Buffon, Andreia |
contributor_str_mv |
Buffon, Andreia |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Farmácia |
topic |
Farmácia |
description |
RESUMO Atualmente, já está bem estabelecido que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Entre os tipos de HPV mais frequentes, podemos citar o HPV 16 e o HPV 18, os quais são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo de útero. A proliferação descontrolada e acelerada de células anormais observada em neoplasias requer uma reprogramação metabólica para suprir as necessidades energéticas utilizadas na divisão celular. Proteínas, lipídios e ácidos nucleicos são fundamentais para que a célula tumoral possa proliferar. A síntese de novo de ácidos graxos surge como um mecanismo importante no fornecimento de lipídios. Este processo ocorre no citoplasma das células e é realizado pela enzima metabólica ácido graxo sintase (FASN) através de reações de condensação entre acetil CoA e malonil CoA. Ainda, a proteína FASN possui um papel importante na homeostase energética, pois converte o excesso de carbono ingerido em ácidos graxos que podem ser utilizados para produzir energia através da b oxidação. A FASN contribui para a produção de lipídios de membrana através da formação do seu principal produto, o palmitato. Devido a dieta rica em ácidos graxos, a síntese de novo e a atividade da FASN encontram se em níveis baixos na maioria dos tecidos, com exceção do fígado, cérebro, tecido adiposo, pulmão e glândulas mamárias lactantes. Estudos tem demonstrado que muitas neoplasias malignas apresentam níveis elevados de FASN e que sua inibição, específica ou farmacológica, resulta em atividade antitumoral. A fármaco orlistate (ORL), foi originalmente desenvolvida para o tratamento da obesidade pois é um inibidor de lipases pancreáticas no trato gastrointestinal. No entanto, este composto mostrou ser um inibidor irreversível de FASN ao se ligar ao domínio tioesterase (TE), o qual é responsável pela liberação do palmitato. Neste trabalho foram utilizadas diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero (C 33A, ME 180, HeLa e SiHa), com objetivo de estudar os efeitos da inibição da FASN sobre a proliferação celular e indução de apoptose. As linhagens celulares foram tratadas com diferentes concentrações de ORL e estudos de proliferação e determinação de morte celular foram realizados através de contagem celular e marcação com Anexina V e iodeto de propídio. Assim como para outras linhagens celulares de diferentes neoplasias malignas, a inibição da FASN pelo ORL foi capaz de diminuir a viabilidade celular e causar apoptose em todas as linhagens celulares. No entanto, as linhagens SiHa e HeLa, que apresentaram uma maior expressão de FASN, foram também as linhagens em que a inibição da proliferação foi maior quando comparada com as linhagens C 33A e ME 180. Entre todas as linhagens estudadas a que menos expressou FASN foi a linhagem ME 180, que também mostrou ter menor redução na viabilidade celular. Também foi possível verificar que a diminuição na viabilidade ocorreu por apoptose e não por necrose, visto que, a porcentagem de células em necrose foi baixa em todas as linhagens após o tratamento com ORL. O presente trabalho, demonstrou pela primeira vez que diferentes linhagens celulares de câncer de colo de útero expressam FASN de forma desigual e que podem ser afetadas pela inibição farmacológica desta com ORL. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-09-16T05:02:16Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/249039 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001020760 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/249039 |
identifier_str_mv |
001020760 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249039/2/001020760.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/249039/1/001020760.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
9e39f7aa6bbab7eb2ea8a1d72de3d16c 22146f4878456e464b5af7a1bda80cf5 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1815447319327277056 |