Conhecimento que empodera ou nem tanto : uma análise sociológica da reforma curricular do ensino médio a partir da teoria do conhecimento poderoso de Michael Young
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/261921 |
Resumo: | Em uma sociedade como a nossa, onde o conhecimento desempenha o papel de motor do desenvolvimento econômico, a questão da educação e, por extensão, do currículo, adquire uma importância central. Um dos enfoques através dos quais o currículo é analisado é o sociológico e, dentro da chamada Sociologia do Currículo, uma das teorias mais modernas é a do “conhecimento poderoso” do sociólogo inglês Michael Young. Basicamente, conhecimento poderoso seria aquele que possui o real potencial de promover desenvolvimento intelectual do estudante. Por outro lado, a reforma do ensino médio promulgada em 2017e implantada em 2022 trouxe profundas modificações curriculares para essa etapa da educação básica, incluindo a disciplina de Sociologia. Diante do exposto, a presente pesquisa procurou responder à seguinte pergunta: qual é o diagnóstico sociológico crítico do currículo do novo ensino médio brasileiro à luz da teoria do conhecimento poderoso de Michael Young, tendo como referência a reforma curricular operada na disciplina de Sociologia? A revisão da literatura referente ao conhecimento poderoso permitiu estabelecer sete pontos principais dessa teoria:1) objetividade e confiabilidade do conhecimento; 2) imprescindibilidade da escola; 3) currículo pautado no conhecimento poderoso; 4) conhecimento estruturado em disciplinas; 5) existência de diretrizes curriculares nacionais; 6) disciplinas estruturadas em complexidade crescente; e 7) conhecimentos capazes de gerar novos conhecimentos A abordagem de pesquisa adotada foi a qualitativa e o método, o bibliográfico/documental. A análise empreendida tanto da reforma do ensino médio de forma ampla(seu histórico e modelo final adotado)quanto das alterações promovidas na disciplina de Sociologia, permitiu sugerir a seguinte resposta à pergunta de pesquisa proposta: o currículo do novo ensino médio, tendo como referência a reforma curricular operada na disciplina de Sociologia, não atende aos preceitos da teoria do conhecimento poderoso em termos de objetividade e confiabilidade do conhecimento, da imprescindibilidade da escola, do currículo baseado no conhecimento e estruturado em disciplinas, da existência de diretrizes curriculares nacionais e de disciplinas estruturadas em complexidade crescente; e atende em termos da capacidade dos conhecimentos ensinados gerarem novos conhecimentos. |
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Oliveira, Sabrina Rossi deOliveira, DanielaCamargo, Carla Souza de2023-07-10T10:28:38Z2023http://hdl.handle.net/10183/261921001172907Em uma sociedade como a nossa, onde o conhecimento desempenha o papel de motor do desenvolvimento econômico, a questão da educação e, por extensão, do currículo, adquire uma importância central. Um dos enfoques através dos quais o currículo é analisado é o sociológico e, dentro da chamada Sociologia do Currículo, uma das teorias mais modernas é a do “conhecimento poderoso” do sociólogo inglês Michael Young. Basicamente, conhecimento poderoso seria aquele que possui o real potencial de promover desenvolvimento intelectual do estudante. Por outro lado, a reforma do ensino médio promulgada em 2017e implantada em 2022 trouxe profundas modificações curriculares para essa etapa da educação básica, incluindo a disciplina de Sociologia. Diante do exposto, a presente pesquisa procurou responder à seguinte pergunta: qual é o diagnóstico sociológico crítico do currículo do novo ensino médio brasileiro à luz da teoria do conhecimento poderoso de Michael Young, tendo como referência a reforma curricular operada na disciplina de Sociologia? A revisão da literatura referente ao conhecimento poderoso permitiu estabelecer sete pontos principais dessa teoria:1) objetividade e confiabilidade do conhecimento; 2) imprescindibilidade da escola; 3) currículo pautado no conhecimento poderoso; 4) conhecimento estruturado em disciplinas; 5) existência de diretrizes curriculares nacionais; 6) disciplinas estruturadas em complexidade crescente; e 7) conhecimentos capazes de gerar novos conhecimentos A abordagem de pesquisa adotada foi a qualitativa e o método, o bibliográfico/documental. A análise empreendida tanto da reforma do ensino médio de forma ampla(seu histórico e modelo final adotado)quanto das alterações promovidas na disciplina de Sociologia, permitiu sugerir a seguinte resposta à pergunta de pesquisa proposta: o currículo do novo ensino médio, tendo como referência a reforma curricular operada na disciplina de Sociologia, não atende aos preceitos da teoria do conhecimento poderoso em termos de objetividade e confiabilidade do conhecimento, da imprescindibilidade da escola, do currículo baseado no conhecimento e estruturado em disciplinas, da existência de diretrizes curriculares nacionais e de disciplinas estruturadas em complexidade crescente; e atende em termos da capacidade dos conhecimentos ensinados gerarem novos conhecimentos.In a society like ours, where knowledge plays the role of engine of economic development, the question of education and, by extension, the curriculum, acquiresa central importance.One of the approaches through which the curriculum is analyzed is sociological and, within theso-called Sociology of the Curriculum,one of the most modern theories is that of “powerful knowledge” by the English sociologist Michael Young. Basically, powerful knowledge would be that which has the real potential to promote the student's intellectual development. On the other hand, the hight school reform enacted in 2017 and implemented in 2022 brought profound curricular changes to this stage of basic education, including the subject of Sociology.Given the above, this research sought to answer the following question: what is the critical sociological diagnosis of the curriculum of the new Brazilian high schoolin the light of Michael Young's theory of powerful knowledge, with reference to the curricular reform operated in the discipline of Sociology? The review of the literature referring to powerful knowledge allowed establishing seven main points of this theory: 1) objectivity and reliability of knowledge; 2) indispensability of the school; 3) curriculum based on powerful knowledge;4) knowledge structured in disciplines; 5) existence of national curriculum guidelines; 6) disciplines structured in increasing complexity; and 7) knowledge capable of generating new knowledge. The research approach adopted was qualitative and the method, bibliographical/documentary. The analysis undertaken both of the hight school reform in a broad way (its history and final model adopted) and of the changes promoted in the discipline of Sociology, allowed us to suggest the following answer to the proposed research question: the curriculum of the new high school, having as a reference the curricular reform operated in the discipline of Sociology, does not meet the precepts of the theory of powerful knowledge in terms of objectivity and reliability of knowledge, the indispensability of the school, the curriculum based on knowledge and structured indisciplines, the existence of national curriculum guidelines and disciplines structured in increasing complexity; and meets in terms of the ability of the knowledge taught to generate new knowledge.application/pdfporCiências sociais : EnsinoCurrículoReforma do ensinoSociologiaCurriculumHigh school reformPowerful knowledgeSociologyConhecimento que empodera ou nem tanto : uma análise sociológica da reforma curricular do ensino médio a partir da teoria do conhecimento poderoso de Michael Younginfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCampus Litoral NorteTramandaí, BR-RS2023Ciências Sociais – Litoral Norte: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001172907.pdf.txt001172907.pdf.txtExtracted Texttext/plain136886http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/261921/2/001172907.pdf.txtbe5ad218473fc2fc1d7aed08cff40526MD52ORIGINAL001172907.pdfTexto completoapplication/pdf1728967http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/261921/1/001172907.pdfb7c08be34682a32fa04e3235b15247efMD5110183/2619212023-07-10 10:44:42.964oai:www.lume.ufrgs.br:10183/261921Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-10T13:44:42Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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