O significado paleogeográfico das turfeiras costeiras do Rio Grande do Sul
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/250200 |
Resumo: | Na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRGS) depósitos de turfas afloram ao longo do litoral indicando os setores onde as barreiras costeiras exibem uma natureza transgressiva. Ao longo das últimas décadas várias causas foram apontadas para explicar oprocesso erosivo nestes setores, todas associadas a fenômenos naturais. Estas turfas aflorantes são tidas como elemento chave no entendimento da evolução costeira de longo termo deste litoral. O processamento químico das amostras foi realizado afrio com HCl (5%) e KOH (5%) e separação entre partículas orgânicas e inorgânicas com solução aquosa de ZnCl2. Este estudo se baseou em amostras de turfas obtidas de sondagens geológicas, afloramentos e perfilagens com Georradar nas praias de Itapeva e Hermenegildo. Os resultados indicam que o estrato basal que recobre os sedimentos pleistocênicos é formado por turfas, sinalizando cronologicamente o início da sedimentação holocênica na PCRGS em torno de 10.000 anos AP, quando ainda prevaleciam condições essencialmente lacustres, nas posições que viriam a se desenvolver os sistemas de barreiras costeiras holocênicas. Uma vez instaladas, estas barreiras criaram condições para o desenvolvimento de uma segunda geração de ambientes paludiais, desta vez, vinculadosà redução das profundidades dos sistemas lagunares em processo de colmatação, por volta de 710 anos AP. Este estudo fornece evidências de que a linha de costa atual da PCRGS encontra-se num processo contínuo de reorientação, conduzido por um déficit sedimentar nos setores costeiros onde as barreiras retrogradantes migram para o continente e no sentido N-NO, expondo depósitos turfáceos sistematicamente ao longo do litoral. |
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Lima, Leonardo Gonçalves deDillenburg, Sergio RebelloBuchmann, Francisco Sekiguchi de Carvalho eParise, Cláudia Klose2022-10-22T05:02:36Z20201980-900Xhttp://hdl.handle.net/10183/250200001116603Na Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRGS) depósitos de turfas afloram ao longo do litoral indicando os setores onde as barreiras costeiras exibem uma natureza transgressiva. Ao longo das últimas décadas várias causas foram apontadas para explicar oprocesso erosivo nestes setores, todas associadas a fenômenos naturais. Estas turfas aflorantes são tidas como elemento chave no entendimento da evolução costeira de longo termo deste litoral. O processamento químico das amostras foi realizado afrio com HCl (5%) e KOH (5%) e separação entre partículas orgânicas e inorgânicas com solução aquosa de ZnCl2. Este estudo se baseou em amostras de turfas obtidas de sondagens geológicas, afloramentos e perfilagens com Georradar nas praias de Itapeva e Hermenegildo. Os resultados indicam que o estrato basal que recobre os sedimentos pleistocênicos é formado por turfas, sinalizando cronologicamente o início da sedimentação holocênica na PCRGS em torno de 10.000 anos AP, quando ainda prevaleciam condições essencialmente lacustres, nas posições que viriam a se desenvolver os sistemas de barreiras costeiras holocênicas. Uma vez instaladas, estas barreiras criaram condições para o desenvolvimento de uma segunda geração de ambientes paludiais, desta vez, vinculadosà redução das profundidades dos sistemas lagunares em processo de colmatação, por volta de 710 anos AP. Este estudo fornece evidências de que a linha de costa atual da PCRGS encontra-se num processo contínuo de reorientação, conduzido por um déficit sedimentar nos setores costeiros onde as barreiras retrogradantes migram para o continente e no sentido N-NO, expondo depósitos turfáceos sistematicamente ao longo do litoral.In the Coastal Plain of Rio Grande do Sul (PCRGS), peat deposits appear along the coast indicating sectors where coastal barriers exhibit a transgressive nature. Throughout the last decades, many causes are composed to explain the erosiveprocess in these sectors, major associated with natural phenomena. These outcrops are considered as key elements in the understanding of the long term evolution of this coast. The chemical processing of the samples was made in cold mode with HCl (5%) and KOH (5%) and the separation of organic and inorganic particles with aqueous solution of ZnCl2.This study was based on peat samplings from geological surveys, outcrops and Georadar profiles in the beaches of Itapeva and Hermenegildo. The results of this study indicate that the basal layer covering the pleistocene sediments is formed by basal peat, chronologically signaling the beginning of Holocene sedimentation in the PCRGS around 10.000 years BP, when still essentially lacustrine conditions prevailed through the dominance of herbaceous and hydrophitic vegetation where the Holocene coastal barrier systems would develop. Once installed, these barriers created the conditions for the development of a second generation of paludal environments, this time linked to the reduction ofthe environmental depths during the process of filling since 710 years B.P. The results of the present study provide evidences that the current coastline of the Rio Grande do Sul is in a continuous process of reorientation, led by a sedimentary deficit inthe coastal sectors where the retrograde barriers migrate towards the mainland and to the N-NO direction, exposing peat deposits systematically along the coast.application/pdfporRevista Geociências [recurso eletrônico]. Rio Claro, SP : UNESP. Vol. 39, n.2 (2020), p. 393 - 410Turfa : Rio Grande do SulPaleogeografiaPlanície costeiraO significado paleogeográfico das turfeiras costeiras do Rio Grande do SulThe paleogeographic meaning of the coastal peats of Rio Grande do Sul info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001116603.pdf.txt001116603.pdf.txtExtracted Texttext/plain0http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250200/2/001116603.pdf.txtd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD52ORIGINAL001116603.pdfTexto completoapplication/pdf10332702http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250200/1/001116603.pdf0763d3203a73b9c8e15a217d9b71b8d4MD5110183/2502002024-05-25 06:48:15.838352oai:www.lume.ufrgs.br:10183/250200Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-05-25T09:48:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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