Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Knauth, Daniela Riva
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Leal, Andrea Fachel, Pilecco, Flávia Bulegon, Seffner, Fernando, Teixeira, Ana Maria Ferreira Borges
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/71447
Resumo: OBJETIVO: Analisar os fatores associados ao uso de substâncias estimulantes por caminhoneiros para se manterem acordados. MÉTODOS: Survey com 854 motoristas em oito locais de concentração de caminhoneiros (sete postos de gasolina e um posto aduaneiro em região de fronteira) em cinco municípios do Rio Grande do Sul, em 2006. O desfecho “uso de rebite” foi categorizado em “sim” ou “não”. Foi realizada análise de regressão de Poisson com variância robusta para a seleção de variáveis do modelo, que foi composto por níveis socioeconômicos, demográficos, de informações sobre a profissão e sobre o consumo de álcool. RESULTADOS: O consumo de rebite para se manter acordado foi declarado por 12,4% dos caminhoneiros de forma isolada ou em combinação com outras substâncias (café, guaraná em pó, energéticos, cocaína aspirada). O rebite foi a substância mais citada por aqueles que consumiam algo para ficar acordados. A ingestão de bebidas alcoólicas foi prática de mais de 70% dos entrevistados, dos quais 45,1% relataram consumo pelo menos uma vez por semana. O uso de rebite esteve associado às faixas etárias mais jovens, ao aumento da renda, à maior duração das viagens e ao consumo de álcool. DISCUSSÃO: O aumento da remuneração dos caminhoneiros implica aumento da carga de trabalho. Isso produz desgaste físico e emocional, levando-os a buscar solução temporária no consumo de substâncias estimulantes. A redução do consumo abusivo de álcool e do uso ilícito de substâncias como anfetaminas por motoristas profissionais depende não só de políticas voltadas para a prevenção e tratamento de drogas, mas de políticas intersetoriais articuladas que garantam melhores condições de trabalho e de saúde aos caminhoneiros.
id UFRGS-2_96c88d3a8698a466414012eedd1e89c7
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/71447
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Knauth, Daniela RivaLeal, Andrea FachelPilecco, Flávia BulegonSeffner, FernandoTeixeira, Ana Maria Ferreira Borges2013-05-14T02:08:13Z20120034-8910http://hdl.handle.net/10183/71447000868136OBJETIVO: Analisar os fatores associados ao uso de substâncias estimulantes por caminhoneiros para se manterem acordados. MÉTODOS: Survey com 854 motoristas em oito locais de concentração de caminhoneiros (sete postos de gasolina e um posto aduaneiro em região de fronteira) em cinco municípios do Rio Grande do Sul, em 2006. O desfecho “uso de rebite” foi categorizado em “sim” ou “não”. Foi realizada análise de regressão de Poisson com variância robusta para a seleção de variáveis do modelo, que foi composto por níveis socioeconômicos, demográficos, de informações sobre a profissão e sobre o consumo de álcool. RESULTADOS: O consumo de rebite para se manter acordado foi declarado por 12,4% dos caminhoneiros de forma isolada ou em combinação com outras substâncias (café, guaraná em pó, energéticos, cocaína aspirada). O rebite foi a substância mais citada por aqueles que consumiam algo para ficar acordados. A ingestão de bebidas alcoólicas foi prática de mais de 70% dos entrevistados, dos quais 45,1% relataram consumo pelo menos uma vez por semana. O uso de rebite esteve associado às faixas etárias mais jovens, ao aumento da renda, à maior duração das viagens e ao consumo de álcool. DISCUSSÃO: O aumento da remuneração dos caminhoneiros implica aumento da carga de trabalho. Isso produz desgaste físico e emocional, levando-os a buscar solução temporária no consumo de substâncias estimulantes. A redução do consumo abusivo de álcool e do uso ilícito de substâncias como anfetaminas por motoristas profissionais depende não só de políticas voltadas para a prevenção e tratamento de drogas, mas de políticas intersetoriais articuladas que garantam melhores condições de trabalho e de saúde aos caminhoneiros.OBJECTIVE: To analyze factors associated with the use of stimulants by truck drivers to stay awake. METHODS: A survey with 854 drivers was carried out at eight truck stops (seven gas stations and one border patrol post) located at fi ve cities in the State of Rio Grande do Sul (Southern Brazil) in 2006. The outcome “amphetamine use” was categorized as “yes” or “no”. Poisson regression analysis with robust variance was conducted in order to select the variables that would be included in the model, which was composed of variables regarding socioeconomic and demographic characteristics, information on the profession and on alcohol consumption. RESULTS: Amphetamine use to stay awake was reported by 12.4% of the truck drivers, either in isolation or in combination with other substances (coffee, guaraná powder, energy drinks, snorted cocaine). Amphetamine was the most cited substance by those who consumed something to stay awake. The consumption of alcoholic drinks was mentioned by more than 70% of the interviewees; among those who drink, 45.1% reported that they use alcohol at least once a week. Amphetamine use was associated with younger age groups, wage increase, longer trips, and alcohol use. CONCLUSIONS: The increase in the truck drivers’ wages implies increased workloads. This produces physical and emotional stress, which makes the truck drivers search for a temporary solution in the consumption of stimulants. The reduction in the abusive consumption of alcohol and in the illicit use of substances like amphetamines by professional drivers depends not only on policies addressing prevention and treatment for drug abuse, but also on integrated policies ensuring better working and health conditions to the truck drivers.application/pdfporRevista de saúde pública. São Paulo. Vol. 46, n. 5 (2012), p. 886-893Riscos ocupacionaisSaúde ocupacionalMeios de transporteRio Grande do SulTransportationOccupational risksAmphetamineMen’s healthOccupational healthHealth surveysManter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do SulStaying awake : truck drivers' vulnerability in Rio Grande do Sul, Southern Brazilinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000868136.pdf000868136.pdfTexto completoapplication/pdf149009http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/1/000868136.pdf763a52b6115e2477ecb8d19c008d4b47MD51000868136-02.pdf000868136-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf54416http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/2/000868136-02.pdf031be6497991f35b216d90ad4b52914fMD52TEXT000868136-02.pdf.txt000868136-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain30478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/3/000868136-02.pdf.txtf9d6efb9fa3fffc7f74604c250b9f72aMD53000868136.pdf.txt000868136.pdf.txtExtracted Texttext/plain34164http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/4/000868136.pdf.txt4b0c90bccbae4877be6378efd1e03159MD54THUMBNAIL000868136.pdf.jpg000868136.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1864http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/5/000868136.pdf.jpg7dec3ff2b29b3d3f7a6063d80eb53c14MD55000868136-02.pdf.jpg000868136-02.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1893http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/6/000868136-02.pdf.jpg9139a6cffa788a79adbb5b3d56ae58eaMD5610183/714472023-09-29 03:37:53.188402oai:www.lume.ufrgs.br:10183/71447Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2023-09-29T06:37:53Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Staying awake : truck drivers' vulnerability in Rio Grande do Sul, Southern Brazil
title Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
spellingShingle Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
Knauth, Daniela Riva
Riscos ocupacionais
Saúde ocupacional
Meios de transporte
Rio Grande do Sul
Transportation
Occupational risks
Amphetamine
Men’s health
Occupational health
Health surveys
title_short Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
title_full Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
title_fullStr Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
title_full_unstemmed Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
title_sort Manter-se acordado : a vulnerabilidade dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul
author Knauth, Daniela Riva
author_facet Knauth, Daniela Riva
Leal, Andrea Fachel
Pilecco, Flávia Bulegon
Seffner, Fernando
Teixeira, Ana Maria Ferreira Borges
author_role author
author2 Leal, Andrea Fachel
Pilecco, Flávia Bulegon
Seffner, Fernando
Teixeira, Ana Maria Ferreira Borges
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Knauth, Daniela Riva
Leal, Andrea Fachel
Pilecco, Flávia Bulegon
Seffner, Fernando
Teixeira, Ana Maria Ferreira Borges
dc.subject.por.fl_str_mv Riscos ocupacionais
Saúde ocupacional
Meios de transporte
Rio Grande do Sul
topic Riscos ocupacionais
Saúde ocupacional
Meios de transporte
Rio Grande do Sul
Transportation
Occupational risks
Amphetamine
Men’s health
Occupational health
Health surveys
dc.subject.eng.fl_str_mv Transportation
Occupational risks
Amphetamine
Men’s health
Occupational health
Health surveys
description OBJETIVO: Analisar os fatores associados ao uso de substâncias estimulantes por caminhoneiros para se manterem acordados. MÉTODOS: Survey com 854 motoristas em oito locais de concentração de caminhoneiros (sete postos de gasolina e um posto aduaneiro em região de fronteira) em cinco municípios do Rio Grande do Sul, em 2006. O desfecho “uso de rebite” foi categorizado em “sim” ou “não”. Foi realizada análise de regressão de Poisson com variância robusta para a seleção de variáveis do modelo, que foi composto por níveis socioeconômicos, demográficos, de informações sobre a profissão e sobre o consumo de álcool. RESULTADOS: O consumo de rebite para se manter acordado foi declarado por 12,4% dos caminhoneiros de forma isolada ou em combinação com outras substâncias (café, guaraná em pó, energéticos, cocaína aspirada). O rebite foi a substância mais citada por aqueles que consumiam algo para ficar acordados. A ingestão de bebidas alcoólicas foi prática de mais de 70% dos entrevistados, dos quais 45,1% relataram consumo pelo menos uma vez por semana. O uso de rebite esteve associado às faixas etárias mais jovens, ao aumento da renda, à maior duração das viagens e ao consumo de álcool. DISCUSSÃO: O aumento da remuneração dos caminhoneiros implica aumento da carga de trabalho. Isso produz desgaste físico e emocional, levando-os a buscar solução temporária no consumo de substâncias estimulantes. A redução do consumo abusivo de álcool e do uso ilícito de substâncias como anfetaminas por motoristas profissionais depende não só de políticas voltadas para a prevenção e tratamento de drogas, mas de políticas intersetoriais articuladas que garantam melhores condições de trabalho e de saúde aos caminhoneiros.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-05-14T02:08:13Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/71447
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0034-8910
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000868136
identifier_str_mv 0034-8910
000868136
url http://hdl.handle.net/10183/71447
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista de saúde pública. São Paulo. Vol. 46, n. 5 (2012), p. 886-893
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/1/000868136.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/2/000868136-02.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/3/000868136-02.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/4/000868136.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/5/000868136.pdf.jpg
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71447/6/000868136-02.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 763a52b6115e2477ecb8d19c008d4b47
031be6497991f35b216d90ad4b52914f
f9d6efb9fa3fffc7f74604c250b9f72a
4b0c90bccbae4877be6378efd1e03159
7dec3ff2b29b3d3f7a6063d80eb53c14
9139a6cffa788a79adbb5b3d56ae58ea
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br
_version_ 1817724879121678336