Estudo retrospectivo de herniorrafia perineal realizadas em cães no Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/170548 |
Resumo: | A hérnia perineal resulta da incapacidade do diafragma pélvico em sustentar a parede retal, havendo projeção do conteúdo pélvico e/ou abdominal entre a musculatura perineal e o reto. Os cães machos não castrados e com idade média de 10 anos são os mais acometidos, sendo raro em fêmeas. Os principais sinais clínicos são tumefação uni ou bilateral da região perineal, associado ou não a tenesmo, disúria e dor durante a defecação. O diagnóstico é obtido através do histórico e exame clínico, sendo raramente necessária a utilização de exames de imagem para confirmação do quadro, porém o exame ultrassonográfico é de grande valia na constatação do conteúdo herniado. O tratamento clínico pode ser feito em alguns casos, mas para dissolução do problema é necessária intervenção cirúrgica, a qual tem apresentado diversas complicações pós-operatórias e recidivas em até 50% dos casos. Pretende-se com este trabalho rever os fatores relacionados com a etiopatogenia, bem como as complicações pós-operatórias e recidivas, levando em consideração a técnica de herniorrafia empregada em cada caso. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de hérnia perineal em cães atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCV-UFRGS), durante o período de janeiro de 2012 a janeiro de 2017. A ênfase foi dada às técnicas de herniorrafia utilizadas e a ocorrência de complicações pósoperatórias e recidivas do quadro herniário. Foram selecionados 129 procedimentos cirúrgicos de correção de hérnia perineal, realizados em 104 cães. Entre os animais envolvidos no estudo a grande maioria eram machos (103/104) sexualmente intactos (88/104) e com idade superior a 10 anos (64/104). Os cães mais afetados foram os sem raça definida (47,12 %), seguido pelos da raça Poodle (10,58 %) e Maltês (5,77 %). Em relação ao lado acometido, 28 % apresentavam a hérnia do lado esquerdo, 54 % do lado direito e 18 % tinham acometimento bilateral. A técnica de herniorrafia mais comumente utilizada foi a tradicional (87,6 %), seguida pela combinação da técnica tradicional com o uso de tela de polipropileno (6,2 %). A maior parte dos procedimentos foi realizada por cirurgiões residentes (84 %), enquanto 16 % das herniorrafias perineais foram efetuadas por cirurgiões experientes. Entre as complicações ocorridas no pós-operatório as mais frequentes foram tenesmo (16,3 %) e deiscência de sutura (7,8 %). O índice de recidivas foi de 14 %, acometendo 8,7 % dos animais analisados neste estudo. |
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Conci, Franciele KäferTrindade, Anelise Bonilla2017-11-23T02:29:30Z2017http://hdl.handle.net/10183/170548001050806A hérnia perineal resulta da incapacidade do diafragma pélvico em sustentar a parede retal, havendo projeção do conteúdo pélvico e/ou abdominal entre a musculatura perineal e o reto. Os cães machos não castrados e com idade média de 10 anos são os mais acometidos, sendo raro em fêmeas. Os principais sinais clínicos são tumefação uni ou bilateral da região perineal, associado ou não a tenesmo, disúria e dor durante a defecação. O diagnóstico é obtido através do histórico e exame clínico, sendo raramente necessária a utilização de exames de imagem para confirmação do quadro, porém o exame ultrassonográfico é de grande valia na constatação do conteúdo herniado. O tratamento clínico pode ser feito em alguns casos, mas para dissolução do problema é necessária intervenção cirúrgica, a qual tem apresentado diversas complicações pós-operatórias e recidivas em até 50% dos casos. Pretende-se com este trabalho rever os fatores relacionados com a etiopatogenia, bem como as complicações pós-operatórias e recidivas, levando em consideração a técnica de herniorrafia empregada em cada caso. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de hérnia perineal em cães atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCV-UFRGS), durante o período de janeiro de 2012 a janeiro de 2017. A ênfase foi dada às técnicas de herniorrafia utilizadas e a ocorrência de complicações pósoperatórias e recidivas do quadro herniário. Foram selecionados 129 procedimentos cirúrgicos de correção de hérnia perineal, realizados em 104 cães. Entre os animais envolvidos no estudo a grande maioria eram machos (103/104) sexualmente intactos (88/104) e com idade superior a 10 anos (64/104). Os cães mais afetados foram os sem raça definida (47,12 %), seguido pelos da raça Poodle (10,58 %) e Maltês (5,77 %). Em relação ao lado acometido, 28 % apresentavam a hérnia do lado esquerdo, 54 % do lado direito e 18 % tinham acometimento bilateral. A técnica de herniorrafia mais comumente utilizada foi a tradicional (87,6 %), seguida pela combinação da técnica tradicional com o uso de tela de polipropileno (6,2 %). A maior parte dos procedimentos foi realizada por cirurgiões residentes (84 %), enquanto 16 % das herniorrafias perineais foram efetuadas por cirurgiões experientes. Entre as complicações ocorridas no pós-operatório as mais frequentes foram tenesmo (16,3 %) e deiscência de sutura (7,8 %). O índice de recidivas foi de 14 %, acometendo 8,7 % dos animais analisados neste estudo.Perineal hernia results from the inability of the pelvic diaphragm to support the rectal wall, with projection of the pelvic and/or abdominal contents between the perineal musculature and the rectum. Uncastrated male dogs with an average age of 10 years are the most affected, being rare in females. The main clinical signs are unilateral or bilateral swelling of the perineal region, associated or not with tenesmus, dysuria and pain during defecation. Diagnosis is obtained through the history and clinical examination, and it is rarely necessary to use imaging tests to confirm the condition, but ultrasound examination is of great value in the verification of the herniated contents. The clinical treatment can be done in some cases, but for surgical dissolution of the problem, surgical intervention is necessary, which has presented several postoperative complications and relapses in up to 50% of the cases. The aim of this study is to review the factors related to etiopathogenesis, as well as postoperative complications and relapses, taking into account the herniorrhaphy technique employed in each case. A retrospective study of the cases of perineal hernia in dogs attended at the Hospital of Veterinary Clinics of the Federal University of Rio Grande do Sul (HCV-UFRGS) was carried out during the period from January 2012 to January 2017. Emphasis was given to techniques Of herniorrhaphy used and the occurrence of postoperative complications and relapses of the hernia. We selected 129 surgical procedures for correction of perineal hernia, performed in 104 dogs. Among the animals involved in the study the majority were male (103/104) sexually intact (88/104) and over 10 years old (64/104). The dogs most affected were the uncreated dogs (47.12%), followed by the Poodle breed (10.58%) and Maltese (5.77%). Regarding the affected side, 28% had a left hernia, 54% had a right side, and 18% had bilateral involvement. The technique most commonly used was traditional herniorrhaphy (87.6%), followed by the combination of the traditional technique with the use of polypropylene mesh (6.2%). Most procedures were performed by resident surgeons (84%), while 16% of perineal herniorrhaphy were performed by experienced surgeons. Among the complications occurred in the postoperative period, the most frequent were tenesmus (16.3%) and suture dehiscence (7.8%). The relapse rate was 14%, affecting 8.7% of the animals analyzed in this study.application/pdfporCirurgia veterinaria : CaesHérniaPeríneoHerniorrafiaComplicações pós-operatóriasRecidivaPerineal herniaHerniorrhaphyDogsRelapseEstudo retrospectivo de herniorrafia perineal realizadas em cães no Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2017/1Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001050806.pdf001050806.pdfTexto completoapplication/pdf1247372http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/170548/1/001050806.pdf47fbf6d29bf7956cefbd839d1c867c06MD51TEXT001050806.pdf.txt001050806.pdf.txtExtracted Texttext/plain86619http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/170548/2/001050806.pdf.txt70f0be8f4894dcd66c6ab587612662feMD5210183/1705482017-11-24 02:27:29.277413oai:www.lume.ufrgs.br:10183/170548Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2017-11-24T04:27:29Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A hérnia perineal resulta da incapacidade do diafragma pélvico em sustentar a parede retal, havendo projeção do conteúdo pélvico e/ou abdominal entre a musculatura perineal e o reto. Os cães machos não castrados e com idade média de 10 anos são os mais acometidos, sendo raro em fêmeas. Os principais sinais clínicos são tumefação uni ou bilateral da região perineal, associado ou não a tenesmo, disúria e dor durante a defecação. O diagnóstico é obtido através do histórico e exame clínico, sendo raramente necessária a utilização de exames de imagem para confirmação do quadro, porém o exame ultrassonográfico é de grande valia na constatação do conteúdo herniado. O tratamento clínico pode ser feito em alguns casos, mas para dissolução do problema é necessária intervenção cirúrgica, a qual tem apresentado diversas complicações pós-operatórias e recidivas em até 50% dos casos. Pretende-se com este trabalho rever os fatores relacionados com a etiopatogenia, bem como as complicações pós-operatórias e recidivas, levando em consideração a técnica de herniorrafia empregada em cada caso. Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de hérnia perineal em cães atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCV-UFRGS), durante o período de janeiro de 2012 a janeiro de 2017. A ênfase foi dada às técnicas de herniorrafia utilizadas e a ocorrência de complicações pósoperatórias e recidivas do quadro herniário. Foram selecionados 129 procedimentos cirúrgicos de correção de hérnia perineal, realizados em 104 cães. Entre os animais envolvidos no estudo a grande maioria eram machos (103/104) sexualmente intactos (88/104) e com idade superior a 10 anos (64/104). Os cães mais afetados foram os sem raça definida (47,12 %), seguido pelos da raça Poodle (10,58 %) e Maltês (5,77 %). Em relação ao lado acometido, 28 % apresentavam a hérnia do lado esquerdo, 54 % do lado direito e 18 % tinham acometimento bilateral. A técnica de herniorrafia mais comumente utilizada foi a tradicional (87,6 %), seguida pela combinação da técnica tradicional com o uso de tela de polipropileno (6,2 %). A maior parte dos procedimentos foi realizada por cirurgiões residentes (84 %), enquanto 16 % das herniorrafias perineais foram efetuadas por cirurgiões experientes. Entre as complicações ocorridas no pós-operatório as mais frequentes foram tenesmo (16,3 %) e deiscência de sutura (7,8 %). O índice de recidivas foi de 14 %, acometendo 8,7 % dos animais analisados neste estudo. |
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