Evidências clínicas e moleculares do consumo de brócolis, glicorafanina e sulforafano em humanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Conzatti, Adriana
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/86421
Resumo: Estudos epidemiológicos recentes demonstram uma correlação inversa entre o consumo de vegetais crucíferos, principalmente de brócolis, e o risco de muitas doenças crônicas, como as cardiovasculares e diferentes tipos de câncer. Este efeito protetor é atribuído aos glicosinolatos e isotiocianatos, fitoquímicos presentes nesses vegetais, sendo atualmente os mais estudados e com maiores evidências de efeito a glicorafanina (GRR) e o sulforafano (SFN). Devido ao grande número de estudos epidemiológicos, in vitro, em animais e estudos de coorte que apontaram benefícios do consumo de brócolis, GRR ou SFN para saúde, e a inexistência de estudos sintetizando as evidências em humanos, o objetivo deste trabalho foi revisar de forma sistemática estudos de intervenção, com foco em parâmetros clínicos e moleculares. Foram incluídos estudos do tipo ensaio clínico randomizado (ECR), publicados em inglês ou português, de 2003 a 2013, sobre os efeitos do consumo de brócolis, GRR ou SFN em humanos, sendo a pesquisa realizada nas bases eletrônicas de dados PuBmed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Após o processo de seleção e análise, realizados de acordo com as recomendações do Manual Cochrane, foram incluídos neste trabalho 17 estudos, com amostras, intervenções, tempo de seguimento e desfechos muito heterogêneos. Os principais e mais consistentes achados referem-se à melhora da glicemia, do perfil lipídico e do estado redox celular. Evidências menos sólidas indicam a diminuição da inflamação crônica de baixa intensidade, diminuição na colonização por Helicobacter pylori e maior proteção contra o câncer, por inibição de vias de tumorigênese ou por excreção de metabólitos potencialmente cancerígenos. Nem todos os estudos determinaram a quantidade de GRR ou SFN presente na intervenção realizada, não havendo consenso sobre dose ou concentração recomendada. Dessa forma, concluiu-se que há evidências de potenciais benefícios do consumo de brócolis, GRR e SFN sobre parâmetros clínicos e moleculares em humanos, especialmente glicemia de jejum, perfil lipídico e estresse oxidativo, porém estas evidências ainda são limitadas.
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