Racismo e evasão escolar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/105138 |
Resumo: | O objetivo deste estudo é problematizar sobre o Racismo e a Evasão Escolar, o quanto os estigmas e estereótipos raciais relacionados à questão da cor da pele reproduzidos no espaço escolar e a organização familiar marcada pelo descaso e abandono social por parte do Estado contribuem para a reprodução do fracasso escolar das pessoas autodeclarados (as) negros (as). Dessa maneira pressuponho que, ao contrário de ser um espaço de promoção, democratização do acesso aos lugares de reconhecimento social e de inclusão, a escola é um dos espaços da sociedade em que as representações negativas dos negros são difundidas. Este estudo surge da necessidade de analisar como se dá esse processo, criar resistências e lutar contra essa violência em todos os espaços sociais sempre que se fizer necessário, cabendo também a mim, enquanto educador, resgatar o papel da escola como um dos importantíssimos locais de superação da produção dessas representações negativas. Para desenvolver o trabalho foram utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), análises bibliográficas e entrevistas semiestruturadas abertas para o levantamento de informações que fundamentem o presente trabalho. O trabalho empírico teve como objetivo perceber, através das narrativas e trajetórias de vida, o modo de sentir e viver o mundo social de um grupo de negros (as) de origem popular. Para analisar as informações coletadas, busquei apoio teórico nos seguintes autores: Bourdieu e Passeron e, mais contemporaneamente, Tomaz Tadeu da Silva em relação às perspectivas analíticas da teoria da reprodução; Bourdieu para tratar do poder simbólico, interpretando o racismo como uma dominação invisível e consentida; Michel Foucault, observando as relações de poder na instituição escolar, o poder da disciplina e a produção dos corpos dóceis e, por fim, como base histórica, a obra de Florestan Fernandes sobre a desintegração do negro na sociedade de classes, bem como outros referenciais em relação ao racismo e identidade, como estudos de Munanga Kabengele e a análise psicossocial do colonialismo de Franz Fanon. Através da pesquisa realizada pude considerar que enquanto a sociedade não assumir a existência do racismo em sua estrutura e o Estado não fortalecer as políticas públicas de acesso aos bens simbólicos que tornam possíveis o acesso a mobilidade social, o fracasso escolar, a manutenção dos privilégios e as desigualdades raciais serão uma questão ainda mal resolvida na sociedade brasileira. |
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