Geologia e mineralogia dos depósitos de ametista da região entre Progresso e Nova Bréscia, RS.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hoppe, Bruno Souza
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/65637
Resumo: Em várias localidades entre os municípios de Progresso e Nova Bréscia, no Rio Grande do Sul, existem depósitos de ametista nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral (Bacia do Paraná), que vem sendo explotados de forma esporádica nos últimos anos. A ametista ocorre preenchendo cavidades em uma rocha vitrofírica, de cor preta e brilho vítreo a resinoso, que foi identificada em dois níveis com diferentes altitudes (± 280m e ± 490m). Associado a essa rocha portadora do minério, ocorrem níveis de rochas afaníticas a afíricas de coloração acastanhada a cinza. Através de análises petrográficas e químicas, auxiliadas por difratometria de Raios-X e microscopia eletrônica de varredura, essas rochas foram identificadas como riodacitos, caracterizados como sendo do magma ácido tipo Palmas (ATP). Tanto as rochas mineralizadas como as demais, são sempre hipocristalinas, constituídas por microfenocristais de plagioclásio (andesina/labradorita), piroxênio (augita/pigeonita) e opacos (magnetita titanífera), com micrólitos de mesma composição, envolvidos por uma matriz vítrea. A ametista ocorre em cavidades decimétricas, associada a quartzo incolor a esverdeado e calcedônia. Os cristais são em geral centimétricos e a cor varia de violeta claro a violeta escuro, podendo apresentar zonação e distribuição irregular de cor. Através de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura, foram identificadas inclusões de goethita, como minúsculos cristais aciculares a fibrosos, em agregados radiados e por vezes esferulíticos. É comum esses cristais aparecerem depositados sobre antigas faces cristalinas da ametista, marcando fases de crescimento desse mineral. Ao microscópio petrográfico e microscópio gemológico de imersão, foram identificadas inclusões fluidas exclusivamente monofásicas na ametista e no quartzo incolor. A associação de minerais nos geodos e a presença de inclusões de goethita e de inclusões fluidas monofásicas, apontam para uma origem hidrotermal de baixa temperatura para esses depósitos, semelhante à descrita para outros depósitos de ametista no Rio Grande do Sul.
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spelling Hoppe, Bruno SouzaJuchem, Pedro Luiz2013-01-30T01:38:56Z2012http://hdl.handle.net/10183/65637000870488Em várias localidades entre os municípios de Progresso e Nova Bréscia, no Rio Grande do Sul, existem depósitos de ametista nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral (Bacia do Paraná), que vem sendo explotados de forma esporádica nos últimos anos. A ametista ocorre preenchendo cavidades em uma rocha vitrofírica, de cor preta e brilho vítreo a resinoso, que foi identificada em dois níveis com diferentes altitudes (± 280m e ± 490m). Associado a essa rocha portadora do minério, ocorrem níveis de rochas afaníticas a afíricas de coloração acastanhada a cinza. Através de análises petrográficas e químicas, auxiliadas por difratometria de Raios-X e microscopia eletrônica de varredura, essas rochas foram identificadas como riodacitos, caracterizados como sendo do magma ácido tipo Palmas (ATP). Tanto as rochas mineralizadas como as demais, são sempre hipocristalinas, constituídas por microfenocristais de plagioclásio (andesina/labradorita), piroxênio (augita/pigeonita) e opacos (magnetita titanífera), com micrólitos de mesma composição, envolvidos por uma matriz vítrea. A ametista ocorre em cavidades decimétricas, associada a quartzo incolor a esverdeado e calcedônia. Os cristais são em geral centimétricos e a cor varia de violeta claro a violeta escuro, podendo apresentar zonação e distribuição irregular de cor. Através de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura, foram identificadas inclusões de goethita, como minúsculos cristais aciculares a fibrosos, em agregados radiados e por vezes esferulíticos. É comum esses cristais aparecerem depositados sobre antigas faces cristalinas da ametista, marcando fases de crescimento desse mineral. Ao microscópio petrográfico e microscópio gemológico de imersão, foram identificadas inclusões fluidas exclusivamente monofásicas na ametista e no quartzo incolor. A associação de minerais nos geodos e a presença de inclusões de goethita e de inclusões fluidas monofásicas, apontam para uma origem hidrotermal de baixa temperatura para esses depósitos, semelhante à descrita para outros depósitos de ametista no Rio Grande do Sul.In the region around the municipalities of Progresso and Nova Bréscia (Rio Grande do Sul State, Brazil), there are several amethyst deposits in volcanic rocks of Serra Geral Formation (Paraná Basin), which has been sporadically exploited in recent years. Amethyst occurs filling cavities in a glassy black rock, which occurs in two layers with different altitudes (± 280 m and ± 490 m ). Aphanitic to aphiric brownish and gray rocks are associated with the mineralized glassy rocks. Petrographic, chemical, X-ray diffractometry and scanning electron microscopy where carried out to characterize both, mineralized and no mineralized rocks, which were been identified as rhyodacites of Palmas magma type. These rocks are hipocrystalline with micro-phenocrysts of plagioclase (andesine/labradorite), pyroxen (augite/pigeonite) and opaque crystals (titaniferous magnetite), with smaller crystals of the same composition, enclosed by a glassy groundmass. Amethyst occurs in decimetric cavities, associated with colorless to greenish quartz and chalcedony. The crystals are of centimetric size with light to dark violet colors, which may exhibit color zonation and irregular color distribution. Inclusions of goethite as minute acicular to fibrous crystals in radiated and spherulitic aggregates were identified with optical and scanning electronic microscopy. This inclusions may deposited over late mineral faces, marking growth phases of this mineral. Using a petrographic and immersion gemological microscope, it was possible to identify monophasic fluid inclusions in amethyst and colorless associated quartz. The minerals inside the geodes, the occurrence of ghoetite as crystalline inclusions and of monophasic fluid inclusions suggest that amethyst from this region has a lowtemperature hydrothermal origin, as described for other amethyst deposits in Rio Grande do Sul.application/pdfporAmetistaVulcanismo Serra GeralGemasDepósitos mineraisProgresso (RS)Nova Bréscia (RS)Geologia e mineralogia dos depósitos de ametista da região entre Progresso e Nova Bréscia, RS.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2012Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000870488.pdf000870488.pdfTexto completoapplication/pdf2013182http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/65637/1/000870488.pdf9fc11658769950e924f1c8493f15a68cMD51TEXT000870488.pdf.txt000870488.pdf.txtExtracted Texttext/plain101917http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/65637/2/000870488.pdf.txt205e7d02db7fe35de10a5e7a238615fcMD52THUMBNAIL000870488.pdf.jpg000870488.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1405http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/65637/3/000870488.pdf.jpg5d196497226d328dbcc34b8a0bbdb1b4MD5310183/656372018-10-16 09:32:40.294oai:www.lume.ufrgs.br:10183/65637Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-16T12:32:40Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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