Análise das interpretações da teoria econômica através da epistemologia proposta por Thomas Kuhn no livro "A estrutura das revoluções científicas"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/97644 |
Resumo: | A ciência sempre foi tida como uma atividade cujo progresso ocorre de forma linear e cumulativa. Thomas Kuhn propôs no livro "A Estrutura das Revoluções Científicas", de 1962, que o desenvolvimento científico talvez não fosse retilíneo e que ocorressem algumas descontinuidades seguidas de períodos de estabilidade. E talvez nestes saltos alguns conteúdos fossem abandonados em prol da adoção de outros. A ciência segundo Kuhn se caracteriza pelo progresso obtido. Em ciências como a Economia, porém, o progresso pode ser cerceado pela necessidade de atendimento a questões sociais práticas. Kuhn propõe uma concepção histórica da ciência. A adoção de um paradigma por uma comunidade científica é o marco da transição entre o período de Imaturidade Científica para o estágio da Ciência Normal, que conhece um padrão de fazer científico e um consenso sobre questões metodológicas. Os cientistas então elaboram e resolvem enigmas no âmbito do paradigma vigente. Quando não são alcançadas as soluções de determinados enigmas, estas anomalias são deixadas de lado, até o momento em que não podem mais ser ignoradas. Surge então a crise, quando a validade do próprio paradigma é questionada e surgem diversas teorias concorrentes, período este denominado de Ciência Extraordinária. A Revolução Científica ocorre quando o antigo paradigma é finalmente substituído por outro, eficiente na resolução das anomalias. Retorna a ciência ao seu estado de normalidade, no qual os esforços de validação do paradigma são a força motriz do avanço científico. Mas o que é paradigma? Depois de criticado por Masterman (1965), Kuhn admite ter propiciado várias definições e apresenta uma nova concepção de paradigma: uma matriz disciplinar compartilhada por membros de uma comunidade científica e constituída por generalizações simbólicas, compromissos ontológicos com determinados modelos e valores metodológicos. Kunin e Weaver (1971) observam que a Economia seria a ciência com maior potencial para a aplicação do esquema kuhniano, exigindo para isso a ampliação do conceito de paradigma. Surgem também os embates entre Kuhn e Popper. Kuhn sustenta que a falseabilidade de Popper não seria de fato praticada. Popper (1970) reconhece que há momentos em que a Ciência Normal impera. Porém questiona qual seria o novo critério para a mensuração do avanço científico. Lakatos (1970) sai em defesa de Popper e apresenta sua metodologia de inspiração popperiana. Kuhn recebe ainda críticas de Stigler (1969), Bronfenbrenner (1971) e Blaug (1975). Coats (1972) vai ao encontro da concepção kuhniana de como a ciência avança. Por fim, destaca-se o surgimento da Teoria dos Jogos, na qual Von Neumann e Morgenstern forneceram o paradigma responsável pelo progresso da área. A transposição sem adaptação dos conceitos, oriundos da Física, à realidade social da Economia bem como a não delimitação da abrangência das comunidades científicas tornaram os resultados das análises da teoria econômica propostas divergentes. Entretanto, a visão da estrutura e progresso na Ciência proposta por Kuhn propicia uma melhor compreensão do desenvolvimento científico e, portanto, do desenvolvimento da teoria econômica. |
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Sipp, Arielle LeiteAraujo, Jorge Paulo de2014-07-12T02:12:32Z2013http://hdl.handle.net/10183/97644000915189A ciência sempre foi tida como uma atividade cujo progresso ocorre de forma linear e cumulativa. Thomas Kuhn propôs no livro "A Estrutura das Revoluções Científicas", de 1962, que o desenvolvimento científico talvez não fosse retilíneo e que ocorressem algumas descontinuidades seguidas de períodos de estabilidade. E talvez nestes saltos alguns conteúdos fossem abandonados em prol da adoção de outros. A ciência segundo Kuhn se caracteriza pelo progresso obtido. Em ciências como a Economia, porém, o progresso pode ser cerceado pela necessidade de atendimento a questões sociais práticas. Kuhn propõe uma concepção histórica da ciência. A adoção de um paradigma por uma comunidade científica é o marco da transição entre o período de Imaturidade Científica para o estágio da Ciência Normal, que conhece um padrão de fazer científico e um consenso sobre questões metodológicas. Os cientistas então elaboram e resolvem enigmas no âmbito do paradigma vigente. Quando não são alcançadas as soluções de determinados enigmas, estas anomalias são deixadas de lado, até o momento em que não podem mais ser ignoradas. Surge então a crise, quando a validade do próprio paradigma é questionada e surgem diversas teorias concorrentes, período este denominado de Ciência Extraordinária. A Revolução Científica ocorre quando o antigo paradigma é finalmente substituído por outro, eficiente na resolução das anomalias. Retorna a ciência ao seu estado de normalidade, no qual os esforços de validação do paradigma são a força motriz do avanço científico. Mas o que é paradigma? Depois de criticado por Masterman (1965), Kuhn admite ter propiciado várias definições e apresenta uma nova concepção de paradigma: uma matriz disciplinar compartilhada por membros de uma comunidade científica e constituída por generalizações simbólicas, compromissos ontológicos com determinados modelos e valores metodológicos. Kunin e Weaver (1971) observam que a Economia seria a ciência com maior potencial para a aplicação do esquema kuhniano, exigindo para isso a ampliação do conceito de paradigma. Surgem também os embates entre Kuhn e Popper. Kuhn sustenta que a falseabilidade de Popper não seria de fato praticada. Popper (1970) reconhece que há momentos em que a Ciência Normal impera. Porém questiona qual seria o novo critério para a mensuração do avanço científico. Lakatos (1970) sai em defesa de Popper e apresenta sua metodologia de inspiração popperiana. Kuhn recebe ainda críticas de Stigler (1969), Bronfenbrenner (1971) e Blaug (1975). Coats (1972) vai ao encontro da concepção kuhniana de como a ciência avança. Por fim, destaca-se o surgimento da Teoria dos Jogos, na qual Von Neumann e Morgenstern forneceram o paradigma responsável pelo progresso da área. A transposição sem adaptação dos conceitos, oriundos da Física, à realidade social da Economia bem como a não delimitação da abrangência das comunidades científicas tornaram os resultados das análises da teoria econômica propostas divergentes. Entretanto, a visão da estrutura e progresso na Ciência proposta por Kuhn propicia uma melhor compreensão do desenvolvimento científico e, portanto, do desenvolvimento da teoria econômica.Science has always been seen as an activity whose progress is linear and cumulative. Thomas Kuhn proposed in the 1962 book "The Structure of Scientific Revolutions" that the scientific development might not be straight and some discontinuities occur followed by periods of stability. And maybe some content in these heels were abandoned in favor of the adoption of others. The science according to Kuhn is characterized by progress made. In sciences like Economics, however, progress may be hamstrung by the need to comply to social practices. Kuhn proposes a historical conception of science. The adoption of a paradigm for a scientific community is the hallmark of the transition between the period of Scientific Immaturity to the stage of Normal Science, which meets a standard of scientific work and consensus on methodological issues. The scientists then develop and solve puzzles within the current paradigm. When the solutions are not reached for certain puzzles, these anomalies are left aside until the moment when they can no longer be ignored. Then comes the crisis, when the validity of the paradigm is challenged and several competing theories emerge, a period known as Extraordinary Science. The Scientific Revolution occurs when the old paradigm is finally replaced by another, efficient in the resolution of anomalies. Science returns to its normal state, in which the validation efforts of the paradigm are the driving force of scientific advancement. But what is a paradigm? Once criticized by Masterman (1965), Kuhn admits having undertaken various settings and features a new conception for paradigm: a disciplinary matrix shared by members of a scientific community, consisted by symbolic generalizations, ontological commitments to certain models and methodological values. Kunin and Weaver (1971) observe that the economy would be the science with the greatest potential for the application of the Kuhnian scheme, requiring for this an expansion of the concept of paradigm. Arise also clashes between Kuhn and Popper. Kuhn argues that Popper's falsifiability would not actually be practiced. Popper (1970) recognizes that there are times when the Normal Science reigns. But asked what would be the new criterion for the measurement of scientific advancement. Lakatos (1970) comes out in defense of Popper and presents its inspiration Popperian methodology. Kuhn also receives critical from Stigler (1969), Bronfenbrenner (1971) and Blaug (1975). Coats (1972) agrees the Kuhnian conception of how science progresses. Finally, there is the emergence of game theory, in which Von Neumann and Morgenstern provided the paradigm responsible for the progress of the area. Transposition without any adaptation of concepts derived from Physics to the social reality of the Economics, as well as the non-delineation of the scope of scientific communities, have made the results of analyzes of economic theory divergent proposals. However, the vision of the structure and progress in science proposed by Kuhn provides a better understanding of scientific development and, therefore, the development of economic theory.application/pdfporEconomiaTeoria dos jogosKuhn, ThomasThomas kuhnParadigmScientific revolutionsGame theoryNormal scienceAnálise das interpretações da teoria econômica através da epistemologia proposta por Thomas Kuhn no livro "A estrutura das revoluções científicas"info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPorto Alegre, BR-RS2013Ciências Econômicasgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000915189.pdf000915189.pdfTexto completoapplication/pdf385817http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/97644/1/000915189.pdf5be36f032fcf59b742024119a024af2bMD51TEXT000915189.pdf.txt000915189.pdf.txtExtracted Texttext/plain150962http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/97644/2/000915189.pdf.txt75b59a0a9f2eab45802e45a4ee1e1372MD52THUMBNAIL000915189.pdf.jpg000915189.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1045http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/97644/3/000915189.pdf.jpg05949d058d4849a86c7bd0ecf7e67de0MD5310183/976442020-07-09 03:41:02.834818oai:www.lume.ufrgs.br:10183/97644Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2020-07-09T06:41:02Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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