Avaliação do desempenho da Nutritional Risk Screening (NRS-2002) em predizer mortalidade e tempo de internação utilizando o índice prognóstico SAPS 3
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/199047 |
Resumo: | INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: As ferramentas de triagem são fundamentais para guiar o nutricionista no planejamento da conduta dietoterápica individual de pacientes em estado crítico, uma vez que são capazes de distinguir aqueles que podem se beneficiar de terapia nutricional enteral precoce. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho da Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002) em predizer mortalidade e tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), utilizando o Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3). MÉTODOS: estudo de coorte retrospectivo onde foram incluídos pacientes adultos, admitidos na UTI de um hospital público do Sul do Brasil, entre maio e dezembro de 2018, que receberam 2 pontos no escore de gravidade da doença quando triado o risco nutricional através da NRS-2002. Os dados foram obtidos através de consulta ao prontuário médico eletrônico. As variáveis avaliadas foram: sexo, idade, motivo da admissão na UTI, escore SAPS 3, classificação do risco nutricional (NRS-2002), tempo de permanência no UTI, tempo de permanência no hospital e status vital na alta. RESULTADOS: um total de 140 pacientes foram incluídos. A mediana dos dias de internação foi semelhante para as duas variantes da NRS-2002, sendo de 15 dias para a internação hospitalar e 3 dias para internação na UTI. O ponto de corte do SAPS 3 foi ≥ 45. Risco nutricional foi encontrado em 68,6% dos pacientes triados com a NRS-2002 sem considerar o SAPS 3 e 82,2% quando foi utilizado o SAPS 3. A chance de óbito, daqueles classificados com alto risco nutricional pela NRS-2002, sem o SAPS 3, foi 7,19 vezes maior do que aqueles classificados como sem risco. Ao considerar o SAPS 3, a chance de óbito foi 5,33 vezes maior para aqueles com alto risco do em relação aos sem risco. A área sob a curva ROC para a NRS-2002 sem o SAPS 3 foi de 66,9% (IC 95%: 56% a 77,8%) enquanto que para a NRS-2002 com o SAPS3, foi de 64,2% (IC 95%: 52,7% a 75,7%). A sensibilidade e especificidade foram, respectivamente, 88,9% e 36,3 % para a NRS-2002 sem o SAPS 3 e 92,6% e 20,4% para a NRS-2002 com o SAPS 3. CONCLUSÕES: o uso do SAPS 3 ≥ 45 na triagem nutricional pela NRS-2002 tornou a ferramenta mais sensível para indicar a presença de risco ou alto risco nutricional, porém não tornou a ferramenta mais efetiva como preditora de óbito. |
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Ferrareze, Patricia CarlaSantos, Zilda Elizabeth de Albuquerque2019-09-10T03:38:51Z2019http://hdl.handle.net/10183/199047001098643INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: As ferramentas de triagem são fundamentais para guiar o nutricionista no planejamento da conduta dietoterápica individual de pacientes em estado crítico, uma vez que são capazes de distinguir aqueles que podem se beneficiar de terapia nutricional enteral precoce. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho da Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002) em predizer mortalidade e tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), utilizando o Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3). MÉTODOS: estudo de coorte retrospectivo onde foram incluídos pacientes adultos, admitidos na UTI de um hospital público do Sul do Brasil, entre maio e dezembro de 2018, que receberam 2 pontos no escore de gravidade da doença quando triado o risco nutricional através da NRS-2002. Os dados foram obtidos através de consulta ao prontuário médico eletrônico. As variáveis avaliadas foram: sexo, idade, motivo da admissão na UTI, escore SAPS 3, classificação do risco nutricional (NRS-2002), tempo de permanência no UTI, tempo de permanência no hospital e status vital na alta. RESULTADOS: um total de 140 pacientes foram incluídos. A mediana dos dias de internação foi semelhante para as duas variantes da NRS-2002, sendo de 15 dias para a internação hospitalar e 3 dias para internação na UTI. O ponto de corte do SAPS 3 foi ≥ 45. Risco nutricional foi encontrado em 68,6% dos pacientes triados com a NRS-2002 sem considerar o SAPS 3 e 82,2% quando foi utilizado o SAPS 3. A chance de óbito, daqueles classificados com alto risco nutricional pela NRS-2002, sem o SAPS 3, foi 7,19 vezes maior do que aqueles classificados como sem risco. Ao considerar o SAPS 3, a chance de óbito foi 5,33 vezes maior para aqueles com alto risco do em relação aos sem risco. A área sob a curva ROC para a NRS-2002 sem o SAPS 3 foi de 66,9% (IC 95%: 56% a 77,8%) enquanto que para a NRS-2002 com o SAPS3, foi de 64,2% (IC 95%: 52,7% a 75,7%). A sensibilidade e especificidade foram, respectivamente, 88,9% e 36,3 % para a NRS-2002 sem o SAPS 3 e 92,6% e 20,4% para a NRS-2002 com o SAPS 3. CONCLUSÕES: o uso do SAPS 3 ≥ 45 na triagem nutricional pela NRS-2002 tornou a ferramenta mais sensível para indicar a presença de risco ou alto risco nutricional, porém não tornou a ferramenta mais efetiva como preditora de óbito.BACKGROUND AND AIMS: Screening tools are fundamental to guide the dietitian in the planning of the individual dietary management of critically ill patients, since they are able to distinguish those who may benefit from early enteral nutritional therapy. The aim of the study was to evaluate the performance of the Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002) in predicting mortality and length of stay in the Intensive Care Unit (ICU) using the Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3). METHODS: Adult patients admitted to the ICU of a public hospital in the South of Brazil between May and December 2018 were included, who received 2 points in the disease severity score when nutritional risk was assessed through the NRS-2002. Data were obtained by consulting the electronic medical record. The variables evaluated were gender, age, reason for admission to the ICU, SAPS 3 score, nutritional risk classification (NRS-2002), length of ICU stay, length of hospital stay and vital status at discharge. The study proposed the comparison of two NRS-2002 variants: NRS-2002 without considering the SAPS 3 prognostic index, and the NRS-2002 with SAPS 3, and the cut-off point considered for inclusion in the study was to have a SAPS 3 ≥ 45. RESULTS: A total of 140 patients were included. Median length of stay were similar for the two NRS-2002 variants, with 15 days for hospital admission and 3 days for ICU admission. Nutritional risk was found in 68.6% of patients screened with NRS-2002 without considering SAPS 3 and 82.2% when SAPS 3 was used. The odds ratio (OR) for death, of those classified as having high nutritional risk by NRS-2002, without SAPS 3, was 7.19 times higher than those classified as non-risk. When considering SAPS 3, the OR for death was 5.33 times higher for those at high risk than those without risk. The area under the ROC curve for NRS-2002 without SAPS 3 was 66.9% (95% CI: 56% to 77.8%) whereas for NRS-2002 with SAPS 3, it was 64.2% % (95% CI: 52.7% to 75.7%). The sensitivity and specificity were, respectively, 88.9% and 36.3% for NRS-2002 without SAPS 3 and 92.6% and 20.4% for NRS-2002 with SAPS 3. CONCLUSIONS: The use of SAPS 3 ≥ 45 in nutritional screening by NRS-2002 made the tool more sensitive to indicate the presence of risk or high nutritional risk, but did not make the tool more effective as a predictor of mortality and length of stay in hospital and ICU.application/pdfporCuidados críticosDesnutriçãoFatores de riscoMortalidadeUnidades de terapia intensivaÍndice de gravidade de doençaNRS-2002Nutritional screeningCritical illnessNutritional riskAvaliação do desempenho da Nutritional Risk Screening (NRS-2002) em predizer mortalidade e tempo de internação utilizando o índice prognóstico SAPS 3info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2019Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001098643.pdf.txt001098643.pdf.txtExtracted Texttext/plain70628http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/199047/2/001098643.pdf.txtdf7e911ec901cdbd584e0525fc1935a8MD52ORIGINAL001098643.pdfTexto completoapplication/pdf713661http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/199047/1/001098643.pdf1d23f1c26b1abf365e40f79336f17ba1MD5110183/1990472023-05-26 03:30:11.971513oai:www.lume.ufrgs.br:10183/199047Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-05-26T06:30:11Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: As ferramentas de triagem são fundamentais para guiar o nutricionista no planejamento da conduta dietoterápica individual de pacientes em estado crítico, uma vez que são capazes de distinguir aqueles que podem se beneficiar de terapia nutricional enteral precoce. O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho da Nutritional Risk Screening 2002 (NRS-2002) em predizer mortalidade e tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), utilizando o Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3). MÉTODOS: estudo de coorte retrospectivo onde foram incluídos pacientes adultos, admitidos na UTI de um hospital público do Sul do Brasil, entre maio e dezembro de 2018, que receberam 2 pontos no escore de gravidade da doença quando triado o risco nutricional através da NRS-2002. Os dados foram obtidos através de consulta ao prontuário médico eletrônico. As variáveis avaliadas foram: sexo, idade, motivo da admissão na UTI, escore SAPS 3, classificação do risco nutricional (NRS-2002), tempo de permanência no UTI, tempo de permanência no hospital e status vital na alta. RESULTADOS: um total de 140 pacientes foram incluídos. A mediana dos dias de internação foi semelhante para as duas variantes da NRS-2002, sendo de 15 dias para a internação hospitalar e 3 dias para internação na UTI. O ponto de corte do SAPS 3 foi ≥ 45. Risco nutricional foi encontrado em 68,6% dos pacientes triados com a NRS-2002 sem considerar o SAPS 3 e 82,2% quando foi utilizado o SAPS 3. A chance de óbito, daqueles classificados com alto risco nutricional pela NRS-2002, sem o SAPS 3, foi 7,19 vezes maior do que aqueles classificados como sem risco. Ao considerar o SAPS 3, a chance de óbito foi 5,33 vezes maior para aqueles com alto risco do em relação aos sem risco. A área sob a curva ROC para a NRS-2002 sem o SAPS 3 foi de 66,9% (IC 95%: 56% a 77,8%) enquanto que para a NRS-2002 com o SAPS3, foi de 64,2% (IC 95%: 52,7% a 75,7%). A sensibilidade e especificidade foram, respectivamente, 88,9% e 36,3 % para a NRS-2002 sem o SAPS 3 e 92,6% e 20,4% para a NRS-2002 com o SAPS 3. CONCLUSÕES: o uso do SAPS 3 ≥ 45 na triagem nutricional pela NRS-2002 tornou a ferramenta mais sensível para indicar a presença de risco ou alto risco nutricional, porém não tornou a ferramenta mais efetiva como preditora de óbito. |
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