Entre corpos e o anonimato : uma análise da relação entre a morte heroica iliádica e o catálogo troiano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/259199 |
Resumo: | A morte heroica ocupa uma posição central nos versos iliádicos. O herói homérico luta e perece em campo de batalha visando romper com sua condição específica de existência, na qual a mestiçagem de sua ascendência lhe fornece a excelência, pelo lado divino, enquanto sua porção humana o prende aos grilhões da mortalidade e envelhecimento. Morrer em combate, jovem e gloriosamente, é a solução encontrada para a obtenção da juventude imorredoura, uma vez que os poetas perpetuariam a glória heroica por meio de seus cantos que perpassam as gerações vindouras. No presente trabalho foi produzida uma análise quantitativa e qualitativa das mortes heroicas descritas na Ilíada. Desta forma, foram realizadas tabulação das mortes iliádicas, tanto no nível geral, com a especificação dos agentes envolvidos nas fatalidades encontradas ao longo dos cantos; quanto com as especificidades de cada contingente e das posições hierárquicas ocupadas pelos heróis. Para tal, foi adotado como critério o estudo da relação entre a morte e os heróis descritos no Catálogo Troiano, presente no canto II da obra homérica. Assim, são abordadas as particularidades da belicosidade dos heróis descritos como líderes dos contingentes da aliança troiana, comparando-os com os heróis não-líderes de contingente que atuavam em defesa de Ílion, e também com os líderes do contingente aqueu apresentados no Catálogo das Naus. Verifica-se uma situação na qual a relevância bélica, principalmente sobre a capacidade de pôr fim a vida de aqueus, é uma característica que não está ligada diretamente com a posição de destaque dos heróis que lideram os contingentes, mas sim com a origem dos personagens, uma vez que a Trôade, mais especificamente Ílion, é responsável por grande parte embates troianos bem sucedidos, relegando ao restante da aliança uma posição secundária ou de irrelevância. Ainda assim, o que constata-se é que Homero utiliza a presença e a glória fornecida aos personagens pertencentes a aliança troiana como um todo para que as suas mortes culminem em uma potencialização da excelência aqueia. |
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Sigales, Franchescolly RibeiroVargas, Anderson Zalewski2023-06-20T03:29:59Z2023http://hdl.handle.net/10183/259199001171515A morte heroica ocupa uma posição central nos versos iliádicos. O herói homérico luta e perece em campo de batalha visando romper com sua condição específica de existência, na qual a mestiçagem de sua ascendência lhe fornece a excelência, pelo lado divino, enquanto sua porção humana o prende aos grilhões da mortalidade e envelhecimento. Morrer em combate, jovem e gloriosamente, é a solução encontrada para a obtenção da juventude imorredoura, uma vez que os poetas perpetuariam a glória heroica por meio de seus cantos que perpassam as gerações vindouras. No presente trabalho foi produzida uma análise quantitativa e qualitativa das mortes heroicas descritas na Ilíada. Desta forma, foram realizadas tabulação das mortes iliádicas, tanto no nível geral, com a especificação dos agentes envolvidos nas fatalidades encontradas ao longo dos cantos; quanto com as especificidades de cada contingente e das posições hierárquicas ocupadas pelos heróis. Para tal, foi adotado como critério o estudo da relação entre a morte e os heróis descritos no Catálogo Troiano, presente no canto II da obra homérica. Assim, são abordadas as particularidades da belicosidade dos heróis descritos como líderes dos contingentes da aliança troiana, comparando-os com os heróis não-líderes de contingente que atuavam em defesa de Ílion, e também com os líderes do contingente aqueu apresentados no Catálogo das Naus. Verifica-se uma situação na qual a relevância bélica, principalmente sobre a capacidade de pôr fim a vida de aqueus, é uma característica que não está ligada diretamente com a posição de destaque dos heróis que lideram os contingentes, mas sim com a origem dos personagens, uma vez que a Trôade, mais especificamente Ílion, é responsável por grande parte embates troianos bem sucedidos, relegando ao restante da aliança uma posição secundária ou de irrelevância. Ainda assim, o que constata-se é que Homero utiliza a presença e a glória fornecida aos personagens pertencentes a aliança troiana como um todo para que as suas mortes culminem em uma potencialização da excelência aqueia.The heroic death occupies a central position in the Iliadic verses. The homeric hero fights and perishes on the battlefield in order to break with his specific condition of existence, in which the miscegenation of his provenance provides him with excellence, on the divine side, while his human portion binds him to the shackles of mortality and aging. To die in combat, young and glorious, is the solution found to obtain undying youth, since poets would perpetuate heroic glory through their books that permeate future generations. In the present work, a quantitative and qualitative analysis of the heroic deaths described in the Iliad was carried out. Thus, the iliadic deaths were tabulated, both at the general level, with the specification of the agents involved in the fatalities found along the books; as well as with the specificities of each contingent and the hierarchical positions occupied by the heroes. To this end, it was adopted as a criterion the study of the relationship between death and the heroes described in the Trojan Catalogue, present in book II of the homeric production. Thus, the particularities of the bellicosity of the heroes described as leaders of the contingents of the trojan alliance are addressed comparing them with the non-leader heroes of the contingent who acted in defense of Ilium, and also with the leaders of the achaean contingent, presented in the Catalogue of the Ships. There is a situation in which the military relevance, mainly regarding the ability to put an end to the lives of achaeans, is a characteristic that is not directly linked to the prominent position of the heroes who lead the contingents, but rather to the origin of the characters, since the Troad, more specifically Ilium, is responsible for most successful Trojan battles, relegating the rest of the alliance to a secondary or irrelevant position. Still, what is found is that Homer uses the presence and glory provided to the characters belonging to the Trojan alliance in order that their deaths culminate in a potentiation of achaean excellence.application/pdfporHomero. 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