Menos repulsa, mais fascínio : feminização dos homens héteros no coito e repúdio freudiano da feminilidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mascarello, Fernando
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Weinmann, Amadeu de Oliveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/253060
Resumo: Nesse artigo, oferecemos uma reflexão sobre as práticas de feminização dos homens heterossexuais no espaço do erotismo, especialmente em suas formas mais contundentes e psiquicamente ameaçadoras, de que tomamos como exemplos a erotização anal masculina e os erotismos tântrico e taoísta. Essas práticas feminizantes, embora venham exercendo, nas últimas décadas, crescente fascínio sobre muitos homens héteros, seguem produzindo forte repulsa psíquica e permanecem, por consequência, segregadas no terreno da ininteligibilidade cultural. Com vistas a contribuir para a elaboração teórica sobre o tema em psicanálise, buscamos, mais especificamente, sugerir a relativização, expansão e complexificação da noção de repúdio à feminilidade pelos sujeitos masculinos heterossexuais formulada por Freud (1991 [1937]), atualizando-a pela e para a contemporaneidade cultural. Desse movimento de atualização, entendemos que deveria resultar, conceitualmente, uma menor ênfase dessa noção freudiana sobre a repulsa e um maior espaço, nela, ao fascínio dos homens héteros com respeito à sua feminização. Ao recorrer a conceitual não apenas do campo psicanalítico contemporâneo, mas também do campo dos estudos de gênero e sexualidade, procuramos ainda situar nosso trabalho teórico em um horizonte (micro)político, tendo em vista o papel central desempenhado pelo repúdio à feminilidade na reprodução da heteronormatividade, da misoginia e da homofobia.
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