Caracterização do registro estratigráfico transicional entre as porções transgressivas e regressivas da Barreira Costeira Holocênica, Litoral Norte Do Rio Grande Do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Watanabe, Débora Sayuri Zanchi
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/150883
Resumo: A Planície Costeira do Rio Grande do Sul apresenta em seu registro sedimentar dois processos sedimentares de natureza antagônica ocorrendo no mesmo intervalo de tempo. Uma porção da barreira holocênica possui caráter retrogradacional com linha de costa transgressiva, representada pela morfologia de projeção costeira localizada no extremo norte do Litoral Médio, e outra porção apresenta características progradacionais com linha de costa regressiva, representada pelo embaiamento do Litoral Norte. Os processos transgressivos e regressivos são identificáveis pela geomorfologia e pelo padrão de empilhamento do registro estratigráfico. O presente estudo buscou investigar o que ocorre no setor de transição entre duas regiões da barreira holocênica que possuem comportamento antagônico previamente definido, compreendendo o trecho entre Xangri-lá e Dunas Altas. Para tanto, os padrões estratigráficos foram caracterizados através da ferramenta geofísica do georradar (GPR- Ground Penetrating Radar), coletando-se seções bidimensionais perpendiculares à linha de costa, permitindo a visualização da geometria deposicional e estratigrafia desses depósitos. Foram utilizadas antenas de frequência central de 80 e 270 MHz, com a aquisição de dados em nove localidades distintas. O trecho estudado foi classificado permitindo definir três setores: entre Xangri-Lá e Santa Teresinha, no norte da área, a barreira é progradacional; no setor sul, entre as localidades de Imbé e Quintão, o comportamento é retrogradacional; e no extremo sul, na região do balneário de Dunas Altas foi identificado um comportamento progradacional. Além da definição do comportamento da linha de costa, a barreira foi caracterizada através da interpretação de dados em subsuperfície de paleofeições como inlets/canais de ligação, ativos durante o processo evolutivo da barreira holocênica, e superfícies delimitadoras de antigos corpos lagunares. Variações significativas no registro estratigráfico foram encontradas em Imbé e Tramandaí, posicionadas no extremo do setor com comportamento transgressivo/retrogradacional. A profundidade do sinal de GPR para essas duas localidades foram similares e menores do que as demais seções analisadas, com a ocorrência de feições indicativas de inlets que demonstraram uma grande dinamicidade, uma vez que se estendem por toda a extensão das seções. Esta configuração indica uma evolução diferenciada para este setor que, associada ao posicionamento com relação aos pacotes retrogradacionais, ao sul, e progradacionais, ao norte, permite estabelecer as características do setor de transição. Dessa forma, pode-se concluir que variações de comportamento de maior frequência estão presentes mesmo dentro de segmentos costeiros cuja morfologia indicaria um comportamento uniforme. A delimitação dos segmentos regressivo, transgressivo e transicional, presentes em um setor de transição, indica variações nos processos envolvidos local e regionalmente, compondo um comportamento de alternância dos registros como um fractal da costa como um todo.
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spelling Watanabe, Débora Sayuri ZanchiBarboza, Eduardo GuimarãesRosa, Maria Luiza Correa da Camara2017-01-17T02:19:44Z2016http://hdl.handle.net/10183/150883001008875A Planície Costeira do Rio Grande do Sul apresenta em seu registro sedimentar dois processos sedimentares de natureza antagônica ocorrendo no mesmo intervalo de tempo. Uma porção da barreira holocênica possui caráter retrogradacional com linha de costa transgressiva, representada pela morfologia de projeção costeira localizada no extremo norte do Litoral Médio, e outra porção apresenta características progradacionais com linha de costa regressiva, representada pelo embaiamento do Litoral Norte. Os processos transgressivos e regressivos são identificáveis pela geomorfologia e pelo padrão de empilhamento do registro estratigráfico. O presente estudo buscou investigar o que ocorre no setor de transição entre duas regiões da barreira holocênica que possuem comportamento antagônico previamente definido, compreendendo o trecho entre Xangri-lá e Dunas Altas. Para tanto, os padrões estratigráficos foram caracterizados através da ferramenta geofísica do georradar (GPR- Ground Penetrating Radar), coletando-se seções bidimensionais perpendiculares à linha de costa, permitindo a visualização da geometria deposicional e estratigrafia desses depósitos. Foram utilizadas antenas de frequência central de 80 e 270 MHz, com a aquisição de dados em nove localidades distintas. O trecho estudado foi classificado permitindo definir três setores: entre Xangri-Lá e Santa Teresinha, no norte da área, a barreira é progradacional; no setor sul, entre as localidades de Imbé e Quintão, o comportamento é retrogradacional; e no extremo sul, na região do balneário de Dunas Altas foi identificado um comportamento progradacional. Além da definição do comportamento da linha de costa, a barreira foi caracterizada através da interpretação de dados em subsuperfície de paleofeições como inlets/canais de ligação, ativos durante o processo evolutivo da barreira holocênica, e superfícies delimitadoras de antigos corpos lagunares. Variações significativas no registro estratigráfico foram encontradas em Imbé e Tramandaí, posicionadas no extremo do setor com comportamento transgressivo/retrogradacional. A profundidade do sinal de GPR para essas duas localidades foram similares e menores do que as demais seções analisadas, com a ocorrência de feições indicativas de inlets que demonstraram uma grande dinamicidade, uma vez que se estendem por toda a extensão das seções. Esta configuração indica uma evolução diferenciada para este setor que, associada ao posicionamento com relação aos pacotes retrogradacionais, ao sul, e progradacionais, ao norte, permite estabelecer as características do setor de transição. Dessa forma, pode-se concluir que variações de comportamento de maior frequência estão presentes mesmo dentro de segmentos costeiros cuja morfologia indicaria um comportamento uniforme. A delimitação dos segmentos regressivo, transgressivo e transicional, presentes em um setor de transição, indica variações nos processos envolvidos local e regionalmente, compondo um comportamento de alternância dos registros como um fractal da costa como um todo.The Coastal Plain of Rio Grande do Sul presents in its sedimentary record two sedimentary processes of an antagonistic nature occurring in the same time. A portion of the Holocene barrier has a retrogradational behavior with transgressive coastline, represented by the coastal projection morphology located at the northern end of the Middle Coast (Litoral Médio), and another portion presents progradational characteristics with a regressive coastline, represented by the North Coast embayment. Transgressive and regressive processes are identifiable by the geomorphology and stacking pattern of the stratigraphic record. The present study attempt to investigate what happens in the transition sector between two regions of the Holocene barrier that have antagonistic behavior previously defined, comprising the stretch between Xangri-lá and Dunas Altas. In order to do so, the stratigraphic patterns were characterized by the GPR (Ground Penetrating Radar),collecting two-dimensional sections perpendicular to the coastline, allowing the visualization of the depositional geometry and stratigraphy of these deposits. Central frequency antennas of 80 and 270 MHz were used, with the data acquisition in nine different locations. The studied section was classified allowing to define three sectors: between Xangri-Lá and Santa Teresinha, in the north of the area, the barrier is progradational; In the southern sector, between the localities of Imbé and Quintão, the behavior is retrogradational; and in the extreme south, in the region of Dunas Altas a progradational behavior was identified. In addition to the definition of coastline behavior, the barrier was characterized by the interpretation of subsurface data of paleofeatures as inlets / channels of connection, active during the evolutionary process of the Holocene barrier, and delimiting surfaces of old lagoon bodies. Significant variations in the stratigraphic record were found at Imbé and Tramandaí, positioned at the extreme of the sector with transgressive / retrogradational behavior. The depth of the GPR signal for these two locations were similar and smaller than the other sections analyzed, with the occurrence of features that indicate inlets that demonstrated a great dynamicity, since they extend throughout the length of the sections. This configuration indicates a different evolution for this sector, which, in addition with the positioning in relation to the retrogradational record southward, and progradational packages in the north, allows to establish the characteristics of the transition sector. In this way, it can be concluded that higher frequency behavior variations are present even within coastal segments whose morphology would indicate an uniform behavior. The delimitation of the regressive, transgressive and transitional segments presented in a transitional sector indicates variations in the processes involved locally and regionally, composing a behavior of alternating registers as a fractal of the coast as a whole.application/pdfporBarreiras costeirasHolocenoGPRPlanície costeira (RS)Coastal barrierHoloceneGround Penetrating Radar (GPR)Caracterização do registro estratigráfico transicional entre as porções transgressivas e regressivas da Barreira Costeira Holocênica, Litoral Norte Do Rio Grande Do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2016Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001008875.pdf001008875.pdfTexto completoapplication/pdf6677737http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150883/1/001008875.pdfc0c94218ba0f80df54499c9c21d09e8cMD51TEXT001008875.pdf.txt001008875.pdf.txtExtracted Texttext/plain110011http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150883/2/001008875.pdf.txtc14ee41205b4cf92d0e1dfc7070e740aMD52THUMBNAIL001008875.pdf.jpg001008875.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1159http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150883/3/001008875.pdf.jpg2ee21af8ce6fdadcb7e962c9fad579f5MD5310183/1508832024-03-22 05:07:42.143297oai:www.lume.ufrgs.br:10183/150883Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2024-03-22T08:07:42Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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