Avaliação das atitudes em relação ao câncer bucal e da postura frente à necessidade da realização de biópsias : uma análise dos cirurgiões-dentistas da rede pública de assistência à saúde

• Autor(a) principal: Strey, Jéssica Rodriguez
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/184559
• topic: Atenção primária à saúde; Diagnostico bucal; Neoplasias bucais; Patologia bucal; Primary health care; Oral diagnosis; Oral health services

O diagnóstico das doenças que se manifestam como lesões na boca faz parte das atribuições do cirurgião dentista (CD). Dentre elas, o câncer de boca representa um importante problema de saúde pública devido a suas altas taxas de morbidade e mortalidade. Uma das explicações para esta realidade é a dificuldade que os cirurgiões dentistas mostram com relação ao diagnóstico dessas lesões. Com frequência, esta dificuldade tem sido justificada pela pouca carga horária destinada a aulas teóricas e treinamento em Patologia Bucal e Estomatologia durante a sua formação. Em função disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a percepção dos dentistas que atuam na rede pública no Rio Grande do Sul com relação a sua formação para lidar com lesões bucais, suas atitudes em relação ao câncer bucal e sua postura diante da necessidade de realizar biópsias de lesões bucais. A amostra foi composta pelos questionários respondidos por 192 profissionais de saúde (153 mulheres e 39 homens) da rede pública que participaram das atividades de capacitação em diagnóstico do câncer de boca realizadas no mês de Julho de 2016. Durante o processo de inscrição para as atividades de capacitação, os profissionais preencheram um questionário online para avaliar as suas percepções em relação às questões relacionadas ao câncer de boca, a fim de planejar futuras ações para as atividades de capacitação A média de idade dos participantes foi de 37,57 anos (± 10,39). Em relação à realização de medidas preventivas, 96,88% dos profissionais afirmou realizar exame de toda a boca; 87,50% refere que faz aconselhamento antitabaco; 51,04% orientação sobre consumo excessivo de álcool; 69,27% orientação dietética e 59,90% orientação sobre riscos da exposição solar. Dentre os dentistas avaliados, 72,40% e 44,79% consideraram insuficiente o treinamento clínico e teórico, respectivamente, em Estomatologia/Patologia Bucal durante a sua formação. De forma geral, os CDs da rede pública têm pouca experiência com biópsia, visto que 20% e 48,96% sequer assistiu uma biópsia ao longo da graduação e da vida profissional, respectivamente, e menos de 25% realizou biópsias. Com relação à postura frente a necessidade de realização de biópsia, somente 8,33% afirmou que realiza biópsia, enquanto quase 90% opta por encaminhar o paciente para algum especialista da rede ou para faculdades. Falta de experiência (69,79%) foi o principal motivo para não realizar biópsia, seguido por falta de instrumental/condições técnicas (53,12%) e falta de segurança na interpretação dos resultados (18,23%). Conclui-se que os dentistas da rede pública do Estado do Rio Grande do Sul realizam medidas preventivas para o câncer bucal, mas que poucos realizam biópsias habitualmente. Esse fato é atribuído, principalmente a falta de preparo para realizar o procedimento devido ao ensino insuficiente durante a sua formação.