Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Mirella Kielek Galvan
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/223269
Resumo: A idade gestacional (IG) e o peso ao nascer são fatores associados à asfixia perinatal (AP), a qual pode levar à encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) que possui elevada morbimortalidade e pode comprometer o desenvolvimento da criança. O presente estudo de coorte retrospectivo avaliou a incidência de AP grave e moderada no município de Porto Alegre e sua relação com a adequação de peso para a IG, o peso e a idade gestacional ao nascer. Também foi analisada a associação entre a AP grave e moderada e a mortalidade infantil (MI) neonatal (precoce e tardia) e pós-neonatal. Para isso, foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para avaliar os recém-nascidos em Porto Alegre (RS) entre os anos de 2011 e 2016 e sua mortalidade até o ano de 2017. O escore de Apgar no 5º minuto foi usado para diagnóstico de AP. Um escore de 0-3 foi indicativo de AP grave, enquanto de 4-6 foi o critério para AP moderada. A associação da AP com os componentes do estado nutricional do neonato e com a MI foi verificada essencialmente pela regressão logística multinomial ajustada para variáveis confundidoras. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (protocolo 2.940.235) e da Secretaria Municipal de Saúde (protocolo 3.153.671). Nascer PIG (pequenos para a IG) foi associado à AP grave (p<0,005) e moderada (p<0,001). A AP grave também foi relacionada ao extremo baixo peso (BP) (p=0,009) e BP (p=0,008). Já a AP moderada foi associada ao extremo BP, muito BP e BP (p<0,001). Todas as categorias que compõem o parto pré-termo indicaram uma chance maior para AP grave e moderada (p<0,001). A AP grave e moderada mostrou impacto na MI neonatal (precoce e tardia). A AP grave permaneceu associada à MI no período pós-neonatal. A incidência de AP grave variou de 2,15 a 2,29 e de AP moderada de 8,69 a 7,43 a cada 1.000 nascidos vivos e não apresentou redução ao longo dos anos avaliados (p=0,107). Considerando o grande impacto do crescimento fetal sobre a chance de AP, fica evidente que o aconselhamento nutricional deve ser prioridade na assistência pré-natal, de forma a reduzir os casos de AP grave e moderada e a MI associada.
id UFRGS-2_b1feea64625019e2656315d37ad17e32
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/223269
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Andrade, Mirella Kielek GalvanFraga, Luciano Sturmer deSilva, Clecio Homrich da2021-07-06T04:46:40Z2021http://hdl.handle.net/10183/223269001126555A idade gestacional (IG) e o peso ao nascer são fatores associados à asfixia perinatal (AP), a qual pode levar à encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) que possui elevada morbimortalidade e pode comprometer o desenvolvimento da criança. O presente estudo de coorte retrospectivo avaliou a incidência de AP grave e moderada no município de Porto Alegre e sua relação com a adequação de peso para a IG, o peso e a idade gestacional ao nascer. Também foi analisada a associação entre a AP grave e moderada e a mortalidade infantil (MI) neonatal (precoce e tardia) e pós-neonatal. Para isso, foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para avaliar os recém-nascidos em Porto Alegre (RS) entre os anos de 2011 e 2016 e sua mortalidade até o ano de 2017. O escore de Apgar no 5º minuto foi usado para diagnóstico de AP. Um escore de 0-3 foi indicativo de AP grave, enquanto de 4-6 foi o critério para AP moderada. A associação da AP com os componentes do estado nutricional do neonato e com a MI foi verificada essencialmente pela regressão logística multinomial ajustada para variáveis confundidoras. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (protocolo 2.940.235) e da Secretaria Municipal de Saúde (protocolo 3.153.671). Nascer PIG (pequenos para a IG) foi associado à AP grave (p<0,005) e moderada (p<0,001). A AP grave também foi relacionada ao extremo baixo peso (BP) (p=0,009) e BP (p=0,008). Já a AP moderada foi associada ao extremo BP, muito BP e BP (p<0,001). Todas as categorias que compõem o parto pré-termo indicaram uma chance maior para AP grave e moderada (p<0,001). A AP grave e moderada mostrou impacto na MI neonatal (precoce e tardia). A AP grave permaneceu associada à MI no período pós-neonatal. A incidência de AP grave variou de 2,15 a 2,29 e de AP moderada de 8,69 a 7,43 a cada 1.000 nascidos vivos e não apresentou redução ao longo dos anos avaliados (p=0,107). Considerando o grande impacto do crescimento fetal sobre a chance de AP, fica evidente que o aconselhamento nutricional deve ser prioridade na assistência pré-natal, de forma a reduzir os casos de AP grave e moderada e a MI associada.Gestational age (GA) and birth weight (BW) are perinatal asphyxia (PA) associated factors, which possibly may lead to hypoxic-ischemic encephalopathy (HIE), which presents high morbimortality, presumably compromising future growth and neurodevelopment of these children. The present retrospective cohort study evaluated moderate and severe PA incidence in Porto Alegre city, and its relation to the adequation of weight for GA, BW, and birth GA. Association between moderate and severe PA, and early, late, and postnatal infant mortality (IM) was verified too. In this regard, data were collected from the Brazilian Information System on Live Births (SINASC) and the Mortality Information System (SIM) to evaluate the newborn babies in Porto Alegre between the years of 2011 and 2016. The mortality was evaluated until 2017. The 5-minute Apgar score was used as PA diagnostic criteria. The 0-3 score indicated severe PA, while the 4-6 score indicated moderate PA. The association of moderate and severe PA, along with the newborn nutritional state components, as well as with the IM, was verified by multi nomial logistic regression adjusted for confounding variables. The Project was approved by The Ethics Committee from Hospital de Clínicas de Porto Alegre (no of protocol: 2.940.235) and Health State Secretary (no of protocol: 3.153.671). Large for Gestational Age (LGA) babies’ birth was associated with severe (p<0.005) and moderate (p<0.001) PA. Also, severe AP was related to extremely low birth weight (ELBW), very low birth weight (VLBW), and low birth weight (LBW) (p<0.001). All preterm birth-related categories have indicated a greater chance of severe and moderate PA incidence (p<0.001) when compared to term births. In addition, severe and moderate PA also have demonstrated significant impact in early as much as in late neonatal IM. Severe PA remained in association with IM even in the postnatal period. The severe PA incidence has ranged from 2.15 to 2.29, while in the moderate PA, it has ranged from 8.69 to 7.43 in 1000 live births and has not presented a significant reduction over thee valuated years (p=0.107). Taking into account the great fetal development impact on the PA incidence risk, it is clear that nutritional monitoring must be a priority in prenatal assistance to ensure reasonable maternal and fetal nutrition, to reduce severe and moderate PA, and the IM associated.application/pdfporFatores de riscoRecém-nascidoNascimento prematuroMortalidade infantilEstado nutricionalAsfixia neonatalHipóxia-isquemia encefálicaPorto Alegre (RS)Hypoxic-ischemic encephalophathyInfant mortalityPremature birthAssociação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2021Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001126555.pdf.txt001126555.pdf.txtExtracted Texttext/plain151922http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223269/2/001126555.pdf.txtcc37d04808324bdeb28679262837052aMD52ORIGINAL001126555.pdfTexto completoapplication/pdf618662http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223269/1/001126555.pdf0e7284f40814f306674143e30784f4d1MD5110183/2232692023-07-06 03:52:56.462713oai:www.lume.ufrgs.br:10183/223269Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-06T06:52:56Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
title Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
spellingShingle Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
Andrade, Mirella Kielek Galvan
Fatores de risco
Recém-nascido
Nascimento prematuro
Mortalidade infantil
Estado nutricional
Asfixia neonatal
Hipóxia-isquemia encefálica
Porto Alegre (RS)
Hypoxic-ischemic encephalophathy
Infant mortality
Premature birth
title_short Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
title_full Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
title_fullStr Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
title_full_unstemmed Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
title_sort Associação entre a asfixia perinatal e o estado nutricional do recém-nascido e seu impacto na mortalidade infantil no Município de Porto Alegre
author Andrade, Mirella Kielek Galvan
author_facet Andrade, Mirella Kielek Galvan
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Andrade, Mirella Kielek Galvan
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fraga, Luciano Sturmer de
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Silva, Clecio Homrich da
contributor_str_mv Fraga, Luciano Sturmer de
Silva, Clecio Homrich da
dc.subject.por.fl_str_mv Fatores de risco
Recém-nascido
Nascimento prematuro
Mortalidade infantil
Estado nutricional
Asfixia neonatal
Hipóxia-isquemia encefálica
Porto Alegre (RS)
topic Fatores de risco
Recém-nascido
Nascimento prematuro
Mortalidade infantil
Estado nutricional
Asfixia neonatal
Hipóxia-isquemia encefálica
Porto Alegre (RS)
Hypoxic-ischemic encephalophathy
Infant mortality
Premature birth
dc.subject.eng.fl_str_mv Hypoxic-ischemic encephalophathy
Infant mortality
Premature birth
description A idade gestacional (IG) e o peso ao nascer são fatores associados à asfixia perinatal (AP), a qual pode levar à encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) que possui elevada morbimortalidade e pode comprometer o desenvolvimento da criança. O presente estudo de coorte retrospectivo avaliou a incidência de AP grave e moderada no município de Porto Alegre e sua relação com a adequação de peso para a IG, o peso e a idade gestacional ao nascer. Também foi analisada a associação entre a AP grave e moderada e a mortalidade infantil (MI) neonatal (precoce e tardia) e pós-neonatal. Para isso, foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para avaliar os recém-nascidos em Porto Alegre (RS) entre os anos de 2011 e 2016 e sua mortalidade até o ano de 2017. O escore de Apgar no 5º minuto foi usado para diagnóstico de AP. Um escore de 0-3 foi indicativo de AP grave, enquanto de 4-6 foi o critério para AP moderada. A associação da AP com os componentes do estado nutricional do neonato e com a MI foi verificada essencialmente pela regressão logística multinomial ajustada para variáveis confundidoras. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (protocolo 2.940.235) e da Secretaria Municipal de Saúde (protocolo 3.153.671). Nascer PIG (pequenos para a IG) foi associado à AP grave (p<0,005) e moderada (p<0,001). A AP grave também foi relacionada ao extremo baixo peso (BP) (p=0,009) e BP (p=0,008). Já a AP moderada foi associada ao extremo BP, muito BP e BP (p<0,001). Todas as categorias que compõem o parto pré-termo indicaram uma chance maior para AP grave e moderada (p<0,001). A AP grave e moderada mostrou impacto na MI neonatal (precoce e tardia). A AP grave permaneceu associada à MI no período pós-neonatal. A incidência de AP grave variou de 2,15 a 2,29 e de AP moderada de 8,69 a 7,43 a cada 1.000 nascidos vivos e não apresentou redução ao longo dos anos avaliados (p=0,107). Considerando o grande impacto do crescimento fetal sobre a chance de AP, fica evidente que o aconselhamento nutricional deve ser prioridade na assistência pré-natal, de forma a reduzir os casos de AP grave e moderada e a MI associada.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-07-06T04:46:40Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/223269
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001126555
url http://hdl.handle.net/10183/223269
identifier_str_mv 001126555
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223269/2/001126555.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223269/1/001126555.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv cc37d04808324bdeb28679262837052a
0e7284f40814f306674143e30784f4d1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224608719831040