A influência da pressão antrópica sobre a saúde da fauna silvestre nativa brasileira no contexto de enfermidades parasitárias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Luciana Machado da
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/104890
Resumo: O Brasil abriga a maior biodiversidade da Terra, sendo detentor de 20% das espécies totais existentes na biosfera. Seu território se constitui de 6 biomas, sendo caracterizados por um tipo principal de vegetação ou outro aspecto identificador de paisagem. A lista oficial brasileira das espécies ameaçadas de extinção, no entanto, registra 395 espécies entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios, insetos e invertebrados terrestres, além de 232 espécies de peixes e invertebrados aquáticos. A perda e a degradação de habitat têm sido apontadas com uma das principais causas de extinção de espécies. O ambiente natural se transforma para dar espaço ao meio urbano ou para expansão de fronteiras agrícolas, impactando o ambiente e, de forma geral, não exercendo a função de sustentar uma sociedade em equilíbrio com a natureza. Os processos vinculados à atividade humana alteram os processos ecológicos das populações pertencentes, dando origem ao habitat antropizado. Além da urbanização, há diversos outros componentes que elucidam o conceito de ações antrópicas: queimadas, desmatamento para a produção agropecuária, construções de rodovias e hidrelétricas, caça predatória, tráfico de animais silvestres, introdução de espécies invasoras assim como a poluição terrestre e aquática. Todos esses componentes interferem na saúde da fauna silvestre, de forma direta ou indiretamente, modificando as estruturas ecológicas de tal ambiente proporcionando novos hospedeiros e consequentemente novos ciclos de enfermidades emergentes. Até o presente momento 77% dos patógenos de animais de produção e 91% dos patógenos de carnívoros domésticos infectam múltiplos hospedeiros apontando, dessa forma, a relação entre hospedeiros domésticos e selvagens. O objetivo do presente trabalho foi analisar, através de revisão bibliográfica, as relações da pressão antrópica com as enfermidades parasitárias zoonóticas utilizando como exemplo a Fasciolose e a infecção por Baylisascaris procyonis. Os processos de fragmentação, obrigatoriamente, aumentam o contato do homem com os animais silvestres proporcionando um fator de risco para a propagação de enfermidades zoonóticas. A seleção natural, nesses ambientes, pressiona para a dominância de patógenos que se adaptem a essas novas condições e, devido à baixa variabilidade genética, a vida selvagem se torna mais susceptível a essas doenças. Essas alterações, proporcionadas pelo homem, podem acarretar contato com novas espécies de hospedeiros e patógenos, levando a uma dinâmica de enfermidades ainda não conhecida. Os animais selvagens, por sua vez, tornam-se o reservatório e, em muitos casos, as principais vítimas dessas moléstias, podendo tomar o papel de “sentinela” para diversas doenças. Há necessidade do conhecimento ecológico dessas enfermidades para a criação de medidas de controles para essas zoonoses.
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Os processos vinculados à atividade humana alteram os processos ecológicos das populações pertencentes, dando origem ao habitat antropizado. Além da urbanização, há diversos outros componentes que elucidam o conceito de ações antrópicas: queimadas, desmatamento para a produção agropecuária, construções de rodovias e hidrelétricas, caça predatória, tráfico de animais silvestres, introdução de espécies invasoras assim como a poluição terrestre e aquática. Todos esses componentes interferem na saúde da fauna silvestre, de forma direta ou indiretamente, modificando as estruturas ecológicas de tal ambiente proporcionando novos hospedeiros e consequentemente novos ciclos de enfermidades emergentes. Até o presente momento 77% dos patógenos de animais de produção e 91% dos patógenos de carnívoros domésticos infectam múltiplos hospedeiros apontando, dessa forma, a relação entre hospedeiros domésticos e selvagens. O objetivo do presente trabalho foi analisar, através de revisão bibliográfica, as relações da pressão antrópica com as enfermidades parasitárias zoonóticas utilizando como exemplo a Fasciolose e a infecção por Baylisascaris procyonis. Os processos de fragmentação, obrigatoriamente, aumentam o contato do homem com os animais silvestres proporcionando um fator de risco para a propagação de enfermidades zoonóticas. A seleção natural, nesses ambientes, pressiona para a dominância de patógenos que se adaptem a essas novas condições e, devido à baixa variabilidade genética, a vida selvagem se torna mais susceptível a essas doenças. Essas alterações, proporcionadas pelo homem, podem acarretar contato com novas espécies de hospedeiros e patógenos, levando a uma dinâmica de enfermidades ainda não conhecida. Os animais selvagens, por sua vez, tornam-se o reservatório e, em muitos casos, as principais vítimas dessas moléstias, podendo tomar o papel de “sentinela” para diversas doenças. Há necessidade do conhecimento ecológico dessas enfermidades para a criação de medidas de controles para essas zoonoses.Brazil has the largest reservoir of biodiversity on earth, it is also home of 20% of all the biodiversity found on the planet. Its territory is composed of 6 biomes, being characterized by a major vegetation type or other identifier aspect of landscape. On the other hand, the official Brazillian list of endangered species recorded 395 species of mammals, birds, reptiles, amphibians, insects and terrestrial invertebrates and 232 species of fish and aquatic invertebrates. The habitat loss and degradation have been identified as a major cause of species extinction. The natural environment changed to make room for urban areas, and for the expansion of the agricultural border, impacting the environment and, in general, not exercising the function of sustaining a society in harmony with nature. Processes linked to human activity modify the ecological processes of populations, giving rise to anthropogenic habitat. Besides the urbanization process, there are several other components that clarify the concept of human activities: burning, deforestation for agricultural production, construction of roads, poaching, animals trafficking, introductions of invasive species as well as terrestrial and aquatic pollution. All of these affect, directly or indirectly, the health of wildlife modifying the ecological structures providing new hosts and consequently new cycles of emerging diseases. So far 77% of pathogens in livestock and 91% of pathogens in domestic carnivores infect multiple hosts what corroborates the relationship between domestic and wild hosts. The purpose of this study was to analyze, through literature review, the relations of anthropogenic pressure to zoonotic diseases using as an example the fasciolisis and baylisascariasis. The habitat loss and degradation necessarily increase human contact with wild animals providing a risk factor for the spread of zoonotic diseases. Natural selection, in these environments, presses the dominance of pathogens that adapt to these new conditions. Wildlife becomes more susceptible to these diseases due to the low genetic variability. The environment modification caused by man may entail contact with new host species and pathogens, leading to a dynamic of diseases not yet know. The wildlife in turn become the reservoir and in many cases the main victims of such diseases and may take the role of sentinel to many of them. It is necessary to have ecological knowledge of these zoonosis to create control measures for them.application/pdfporZoonosesEcologiaAnimais silvestresZoonosisEcologyWild animalsA influência da pressão antrópica sobre a saúde da fauna silvestre nativa brasileira no contexto de enfermidades parasitáriasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do sulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2014/1Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000939044.pdf000939044.pdfTexto completoapplication/pdf456034http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/104890/1/000939044.pdfa04c3029ae4c83baef86142d0edf3177MD51TEXT000939044.pdf.txt000939044.pdf.txtExtracted Texttext/plain82185http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/104890/2/000939044.pdf.txt46f76c4b2d86aeb622686d73ad9d510eMD52THUMBNAIL000939044.pdf.jpg000939044.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1023http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/104890/3/000939044.pdf.jpg439937f5136281360e24d0f3f060467fMD5310183/1048902018-10-05 07:31:17.954oai:www.lume.ufrgs.br:10183/104890Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-05T10:31:17Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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