Respostas na fisiologia da digestão ruminal ao uso de taninos na alimentação de ruminantes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/252688 |
Resumo: | A atividade pecuária no Brasil é basicamente representada pelo sistema pastoril. No entanto as adversidades edafoclimáticas promovem uma falta de uniformidade na oferta e qualidade de forragem, acarretando na maior intensificação dos sistemas de produção. A busca por alternativas de alimentação visando à melhoria no desempenho animal, tem sido objeto de muitas pesquisas, como o uso de forrageiras adaptadas a determinadas condições ambientais. Geralmente, estas plantas podem apresentar compostos que alteram a produção animal, seja positiva ou negativamente. Dentre estes compostos, destacam-se os taninos condensados (TC) que são compostos polifenólicos oriundos do metabolismo secundário das plantas. Em concentrações elevadas (6 a 12 % da matéria seca (MS)) eles reduzem a palatabilidade, o consumo, atividade enzimática, digestibilidade de proteínas e carboidratos, e consequentemente reduzem o desempenho animal. Porém, quando esse consumo é médio ou baixo (2 a 5 % da MS), permite uma eficiência na utilização da proteína dietética, formando complexos através de ligações de hidrogênio, assim, acaba protegendo a proteína da degradação ruminal, aumentando o fluxo de aminoácidos para absorção intestinal. Além de melhorar a eficiência proteica da dieta, pode-se dizer que os TC reduzem a produção de metano, e trazem benefícios no controle de parasitas gastrintestinais, melhora o desempenho reprodutivo, desenvolvimento fetal, a resposta do sistema imunológico, as concentrações séricas de hormônio, a produção de lã e lactação. O uso de plantas com baixa concentração de taninos condensados pode ser uma boa estratégia nutricional para ruminantes, desde que seu mecanismo de ação sobre o metabolismo proteico seja considerado. Esta revisão tem como objetivo, trazer algumas respostas ao uso de TC na alimentação de ruminantes, com o foco nas alterações da fisiologia digestiva do rúmen, que se torna responsável pelas consequências secundárias dos taninos sobre a produção animal. |
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Tontini, Jalise FabíolaSilva, Joseane Anjos daFarias, Mariana de SouzaPoli, Cesar Henrique Espirito Candal2022-12-14T04:55:12Z20211982-1263http://hdl.handle.net/10183/252688001124972A atividade pecuária no Brasil é basicamente representada pelo sistema pastoril. No entanto as adversidades edafoclimáticas promovem uma falta de uniformidade na oferta e qualidade de forragem, acarretando na maior intensificação dos sistemas de produção. A busca por alternativas de alimentação visando à melhoria no desempenho animal, tem sido objeto de muitas pesquisas, como o uso de forrageiras adaptadas a determinadas condições ambientais. Geralmente, estas plantas podem apresentar compostos que alteram a produção animal, seja positiva ou negativamente. Dentre estes compostos, destacam-se os taninos condensados (TC) que são compostos polifenólicos oriundos do metabolismo secundário das plantas. Em concentrações elevadas (6 a 12 % da matéria seca (MS)) eles reduzem a palatabilidade, o consumo, atividade enzimática, digestibilidade de proteínas e carboidratos, e consequentemente reduzem o desempenho animal. Porém, quando esse consumo é médio ou baixo (2 a 5 % da MS), permite uma eficiência na utilização da proteína dietética, formando complexos através de ligações de hidrogênio, assim, acaba protegendo a proteína da degradação ruminal, aumentando o fluxo de aminoácidos para absorção intestinal. Além de melhorar a eficiência proteica da dieta, pode-se dizer que os TC reduzem a produção de metano, e trazem benefícios no controle de parasitas gastrintestinais, melhora o desempenho reprodutivo, desenvolvimento fetal, a resposta do sistema imunológico, as concentrações séricas de hormônio, a produção de lã e lactação. O uso de plantas com baixa concentração de taninos condensados pode ser uma boa estratégia nutricional para ruminantes, desde que seu mecanismo de ação sobre o metabolismo proteico seja considerado. Esta revisão tem como objetivo, trazer algumas respostas ao uso de TC na alimentação de ruminantes, com o foco nas alterações da fisiologia digestiva do rúmen, que se torna responsável pelas consequências secundárias dos taninos sobre a produção animal.The livestock activity in Brazil is basically represented by the pastoral system. However, climatic adversities promote a lack of uniformity in forage supply and quality, leading to greater intensification of production systems. The search for feeding alternatives aiming to improve animal performance has been the object of many researches, such as the use of forages adapted to certain environmental conditions. Generally, these plants may have compounds that alter animal production, either positively or negatively. These compounds include condensed tannins (CT), which are polyphenolic compounds from secondary plant metabolism. At high concentrations (6 to 12% of dry matter (DM)) they reduce palatability, consumption, enzyme activity, protein and carbohydrate digestibility, and consequently reduce animal performance. However, when this consumption is medium or low (2 to 5 % of DM), it allows an efficient use of dietary protein, forming complexes through hydrogen bonds, thus protecting the protein from ruminal degradation, increasing amino acid flow for intestinal absorption. In addition to improving the protein efficiency of the diet, CT can be said to reduce methane production, and bring benefits in the control of gastrointestinal parasites, improves reproductive performance, fetal development, immune system response, serum hormone concentrations, wool production and lactation. The use of plants with low concentration of condensed tannins may be a good nutritional strategy for ruminants, provided that its mechanism of action on protein metabolism is considered. This review aims to provide some answers to the use of CT in ruminant feeding, focusing on changes in rumen digestive physiology, which becomes responsible for the secondary consequences of tannins on animal production.La actividad ganadera en Brasil está representada básicamente por el sistema pastoril. Sin embargo, las adversidades edafoclimáticas promueven una falta de uniformidad em el suministro y la calidad del forraje, lo que lleva a mayor intensificación de os sistemas de producción. La búsqueda de alternativas de alimentación con el objetivo de mejorar el rendimiento de los animales ha sido objeto de muchas investigaciones, como el uso de forrajes adaptados a ciertas condiciones ambientales. Generalmente, estas plantas pueden tener compuestos que alteran la producción animal, ya sea positiva o negativamente. Estos compuestos incluyen los taninos condensados (TC), que son compuestos polifenólicos del metabolismo secundario de la planta. A altas concentraciones (6 a 12% de materia seca (MS)) reducen la palatabilidad, el consumo, la actividad enzimática, la digestibilidad de proteínas y carbohidratos y, em consecuencia, reducen el rendimiento animal. Sin embargo, cuando este consumo es medio a bajo (2 a 5 % de MS), permite un uso eficiente de la proteína de la dieta, formando complejos a través de enlaces de hidrógeno, protegiendo así la proteína de la degradación ruminal, aumentando el flujo de aminoácidos para absorción intestinal. Además de mejorar la eficiencia proteica de la dieta, se puede decir que la TC reduce la producción de metano y aporta beneficios para controlar los parásitos gastrointestinales, mejorar el rendimiento reproductivo, el desarrollo fetal, la respuesta del sistema inmunitario y las concentraciones de hormonas séricas, producción de lana y lactancia. El uso de plantas con baja concentración de taninos condensados puede ser una buena estrategia nutricional para los rumiantes, siempre que se considere su mecanismo de acción sobre el metabolismo de las proteínas. Esta revisión tiene como objetivo aportar algunas respuestas al uso del TC em la alimentación de rumiantes, centrándose em los cambios en la fisiología digestiva del rumen, que se hace responsable de las consecuencias secundarias de los taninos em la producción animal.application/pdfporPubvet. Londrina. Vol. 15, n. 3 (mar. 2021), a780, p.1-14RuminanteNutricao animalTaninoMetabolismo animalDigestãoCondensed tanninsMetabolismSecondary compoundsCompuestos secundariosTaninos condensadosRespostas na fisiologia da digestão ruminal ao uso de taninos na alimentação de ruminantesResponses in the physiology of ruminal digestion to the use of tannins in ruminant feeding Respuestas en la fisiología de la digestión ruminal al uso de taninos en la alimentación de rumiantes info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001124972.pdf.txt001124972.pdf.txtExtracted Texttext/plain58184http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252688/2/001124972.pdf.txt423c7ec05545e5a7eac8e48046e50d4dMD52ORIGINAL001124972.pdfTexto completoapplication/pdf405097http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252688/1/001124972.pdf39ee60103b285b23d38a6bfe950f9ad4MD5110183/2526882022-12-15 05:50:14.798057oai:www.lume.ufrgs.br:10183/252688Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-12-15T07:50:14Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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