Relações entre branquitude, pactos narcísicos, racismo institucional e epistemicídio na formação em psicologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Piccinini, Sofia Lopes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/256335
Resumo: Este trabalho surge de reflexões da autora acerca da experiência na formação em psicologia, que emergem em um contexto de movimentos insurgentes na universidade pública, advindos das ações afirmativas. A análise da experiência articulada a alguns operadores conceituais se dá através da metodologia do ensaio, perpassada pela concepção de “saberes localizados” e “perspectivas parciais”, de modo que a neutralidade da pesquisadora não é aqui um objetivo, ou sequer uma possibilidade. Sendo o ensaio a abordagem metodológica escolhida, este trabalho se propõe mais a uma abertura para questões e reflexões, do que a uma busca por respostas. Também, justamente por se tratar de uma autora e um trabalho situados, a intenção é pensá-lo como um trabalho que não se pretende universal, atemporal ou eterno. Exatamente, a localização do saber permite que possamos repensar e dialogar com as relações leitores-autora, sem generalizações e de forma que a crítica ao texto também possa ocorrer. Parte-se de uma revisão bibliográfica, a partir dos estudos críticos da branquitude, de alguns conceitos como branquitude, pacto narcísico da branquitude, racismo institucional e epistemicídio, relacionando-os à experiência da autora, de modo a se pensar em que medida seriam operadores conceituais indissociáveis na manutenção do racismo e lógica colonial na formação em psicologia. A escolha com relação à revisão bibliográfica dos conceitos, talvez mais teórica, refere-se à tentativa de se romper com a “prática comum da branquitude acadêmica” (Cardoso, 2018) de invisibilização dos/as autores/as negros/as e apropriação de conceitos - o epistemicídio - ou da prática, também comum, da branquitude de falar sobre relações raciais sem fundamentação teórica, a qual é, paradoxalmente, tão valorizada em outros campos psis. Com relação à formação em psicologia, esta é aqui abordada e pensada como englobando diferentes experiências no percurso de tornar-se psicólogos/as: sejam os espaços acadêmicos da universidade, os campos de atuação da psicologia, bem como as conversas de corredor, os entre atendimentos, relações entre colegas. Nessa linha, cabe pensar na necessidade de se pensar articuladamente os operadores conceituais apresentados no ensaio, nesses diferentes espaços de formação em psicologia; no entanto, sabendo que apenas o pensar não dá conta das mudanças ou transformações necessárias para uma psicologia que possa trabalhar as diferenças sem produzir desigualdades, cabe perguntar que rupturas os/as psicólogos/as brancos/as em formação ou em atuação estão dispostos a fazer.
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