O Desenvolvimento de estratégias pedagógicas e o processo de internalização de alunos com deficiência intelectual

• Autor(a) principal: Santos, Daiane Matos dos
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/37659
• topic: Déficit escolar; Portador de deficiência; Intelectual; Internalização

O presente trabalho descreve a pesquisa realizada a partir da prática desenvolvida no estágio curricular do curso de Licenciatura em Pedagogia, modalidade a distância, junto à turma de Ciclo II da Escola de Educação Especial João de Barro – APAE de Três Cachoeiras. O estudo partiu da seguinte questão: quais estratégias pedagógicas podem ser desenvolvidas para propiciar o processo de internalização de alunos com deficiência intelectual? Para responder a essa questão, foram formulados como objetivos: compreender em que consiste o processo de internalização de conceitos em alunos com deficiência intelectual; conhecer como ocorre o processo de aprendizagem segundo a teoria sociointeracionista; analisar e estabelecer estratégias pedagógicas que facilitem o processo de internalização e memorização nesses alunos; analisar e compreender a ação mediadora do professor no referido processo. Uma vez que se compreenda o processo de internalização e memorização do aluno com necessidades educacionais especiais, o professor poderá pensar em estratégias eficazes para conduzir sua prática pedagógica. O referencial teórico que dá suporte a esta pesquisa é a abordagem sociointeracionista de Lev Semionovich Vygotsky, que parte da premissa de que a ação mediadora do professor e de colegas mais experientes é fundamental para que o aluno com deficiência intelectual se aproprie do conhecimento (o que ocorre pelo processo de internalização que, segundo o mencionado autor, seria a reconstrução interna de uma operação externa). Assim, o estudo se apoiou em conceitos vygotskyanos, como por exemplo, internalização, mediação, zona de desenvolvimento proximal, memória etc. e, principalmente, na forma particular como o autor percebia o sujeito com deficiência e seu processo de aprendizagem. A pesquisa configurou-se em qualitativa, apresentando como instrumentos metodológicos a observação participante e o diário de campo, bem como a análise de documentos utilizados durante o estágio, tais como o diário de bordo, o planejamento pedagógico, o projeto de aprendizagem, os relatórios semanais etc. Os sujeitos totalizaram em quatro alunos, sendo três do sexo masculino e uma do sexo feminino, na faixa etária de 11 a 14 anos, todos apresentando deficiência intelectual. A partir da análise de todos esses elementos, chegou-se a várias considerações a respeito do processo de internalização e memorização do aluno com deficiência intelectual. Basicamente, constatou-se que é por meio das relações sociais que o indivíduo se constitui como membro autônomo da espécie humana, não havendo distinções entre esse aluno e os demais, senão pelo fato de ele ter um histórico de preconceito de uma sociedade voltada para as pessoas que não possuem deficiência alguma. Assim, dentre as práticas pedagógicas desenvolvidas visando à internalização, destacam-se as seguintes: adiantar-se sempre ao desenvolvimento do aluno, atuando em sua zona de desenvolvimento proximal; estimular as atividades compartilhadas, pois promovem a interação, cooperação, afetividade etc.; desenvolver atividades que sejam contextualizadas e significativas para os alunos, ou seja, realizadas dentro de suas expectativas, principalmente se utilizarem o lúdico e estimularem a curiosidade e o desejo de aprender.