Realismo e relativismo na epistemologia da ciência de Thomas S. Kuhn

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Alexandre
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/280747
Resumo: Persiste na filosofia contemporânea da ciência a leitura de Thomas Kuhn como um relativista radical que pôs em questão a própria racionalidade da atividade científica. Sua epistemologia da ciência é, por essa razão, amiúde associada ao programa forte em sociologia da ciência. O presente texto rejeita essa leitura e se propõe a investigar temas como relativismo, realismo, racionalidade e verdade no pensamento de Kuhn, em particular em seu período tardio. Para tanto, parte-se das críticas que foram endereçadas a seu magnum opus, A estrutura das revoluções científicas, acusando-o de irracionalismo e relativismo, bem como das teses centrais do programa forte, que pretendiam inspirar-se diretamente em Kuhn. Argumenta-se que foi especialmente o desafio representado pelo relativismo sociológico que levou Kuhn a elaborar uma versão reconstruída das teses centrais de A estrutura. O exame de alguns de seus textos tardios revela que Kuhn pode ser corretamente interpretado como um realista moderado e não como um relativista. Embora não aceitasse alguns dos pressupostos do realismo tradicional, como o da convergência para a verdade como o fim da ciência, Kuhn põe grande ênfase no papel da experimentação e da observação da natureza na construção do conhecimento científico, o que fornece subsídios para classificá-lo do lado realista do debate contemporâneo entre realismo e antirrealismo.
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