As caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/216413 |
Resumo: | Este estudo considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona faz parte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e das caminhoneiras enquanto locutoras dessa realidade. A identidade é vista a partir da noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante. Gênero no trabalho trata dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade, sobretudo do ponto de vista da crítica feminista à biologia do sexo, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. A compreensão de não lugares trata da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam o desenrolar de uma identidade de fronteira. Abordamos o trabalho por meio do entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais. |
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Salvagni, Julice2020-12-11T04:12:02Z20201679-3951http://hdl.handle.net/10183/216413001118531Este estudo considera caminhoneira a mulher que, para além de ser motorista de caminhão, opta por trabalhar com rotas longas. Desenvolvemos a problemática da elaboração da identidade de gênero no trabalho por parte da caminhoneira, especialmente do ponto de vista das características de uma atividade itinerante. A carona faz parte de uma pesquisa etnográfica, que visa à participação ativa da pesquisadora nas viagens da caminhoneira e das caminhoneiras enquanto locutoras dessa realidade. A identidade é vista a partir da noção de identificação, diferença e différance, a fim de pensar a realidade da caminhoneira de modo articulado com sua rotina itinerante. Gênero no trabalho trata dos formatos de legitimação dos papéis e identidades sociais solidificados na atualidade, sobretudo do ponto de vista da crítica feminista à biologia do sexo, que desconstrói o mito de suposta vantagem de força física. A compreensão de não lugares trata da transitoriedade característica da ocupação, já que os resultados apontam o desenrolar de uma identidade de fronteira. Abordamos o trabalho por meio do entendimento das hierarquias, dos poderes e da divisão sexista do trabalho, onde enfatizamos a maternidade como principal entrave à continuidade da mulher na atividade de caminhoneira. Por fim, destacamos que, embora a mulher esteja conquistando novos espaços de trabalho, as relações hierárquicas e de poder se reorganizam no interior das instituições, criando novas relações de gênero, mas não menos desiguais.This study looks at female truck drivers who, besides being truck drivers, choose to work the long routes. The problem of gender identity in the workplace was addressed by analyzing the female truck driver, considering she performs an itinerant activity. Riding along is a constituent part of this ethnographic research, which aims at the researcher’s active participation in the female trucker’s journeys and the participation of the female truck drivers as a voice to be heard over this reality. Identity is seen from the notion of identity, difference and différance in order to see the female truck drivers’ reality connected with their itinerant routine. Gender in the workplace is handled from the legitimation formats of social roles and identities, which are solidified nowadays, especially from the point of view of the feminist critique of sex biology. This critique deconstructs the myth of supposed physical strength advantage. An understanding of non-places was used to address the transience quality of occupation since the results point to the development of a marginal identity. We approach the work through the understanding of hierarchies, the powers, and the sexist division of labor proposed, where motherhood is emphasized as the main obstacle for female truck drivers to continue their occupations. At last, it is pointed out that although women are conquering new workspaces, hierarchical and power relations are reorganized within the institutions, creating new gender relations, but remaining unequal.Este estudio considera ‘camionera’ a la mujer que, además de ser conductora de camiones, opta por trabajar con rutas largas. Desarrollamos la problemática de la elaboración de la identidad de género en el trabajo por parte de la camionera, especialmente desde el punto de vista de las características de una actividad itinerante. Carona (autostop) forma parte de una investigación etnográfica, que tiene como objetivo la participación activa de la investigadora en los viajes de las camioneras y de las camioneras como locutoras de esa realidad. La identidad es vista desde la noción de identificación, diferencia y différance, a los efectos de pensar la realidad de la camionera de manera articulada con su rutina itinerante. El género en el trabajo trata de los formatos de legitimación de los roles e identidades sociales solidificados en la actualidad, especialmente desde el punto de vista de la crítica feminista a la biología del sexo, que deconstruye el mito de la supuesta ventaja de la fuerza física. La comprensión de los no lugares aborda la transitoriedad característica de la ocupación, ya que los resultados apuntan al desarrollo de una identidad fronteriza. Enfocamos el trabajo a través de una comprensión de las jerarquías, los poderes y la división sexista del trabajo, donde enfatizamos la maternidad como el principal obstáculo para la continuidad de la mujer en la actividad de camionera. Finalmente, enfatizamos que, aunque la mujer esté conquistando nuevos espacios de trabajo, las relaciones jerárquicas y de poder se reorganizan dentro de las instituciones, creando nuevas relaciones de género, pero no menos desiguales.application/pdfporCadernos EBAPE.BR. Rio de Janeiro. Vol. 18, n. 3 (jul./set. 2020), p. 572-582CaminhoneirasDivisão do trabalhoRelações de gêneroIdentidade de gêneroFemale truck driversWorkGenderIdentityNon-placesAs caminhoneiras : uma carona nas discussões de gênero, trabalho e identidadeFemale truck driver : a journey of gender, work, and identity discussionsLas camioneras : un viaje por las discusiones de género, trabajo e identidadinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001118531.pdf.txt001118531.pdf.txtExtracted Texttext/plain60963http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216413/2/001118531.pdf.txt4498ca8bf95764f1595588e737da3418MD52ORIGINAL001118531.pdfTexto completoapplication/pdf444865http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216413/1/001118531.pdf92d01acf108993d2238e22084ea0ccfdMD5110183/2164132020-12-12 05:21:00.409212oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216413Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2020-12-12T07:21Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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