Efeito da metformina no potencial metastático de células epiteliais endometriais primárias em um ambiente hiperinsulinêmico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/130566 |
Resumo: | O endométrio é a camada mucosa que reveste o útero internamente. Este tecido sofre alterações cíclicas em mulheres ainda na idade reprodutiva, decorrente da estimulação por hormônios. Os principais hormônios neste tecido são a progesterona e o estrogênio que modulam a proliferação e diferenciação das células endometriais, processos importantes na regeneração após o ciclo menstrual. O endométrio pode ser alvo de patologias como o câncer, endometriose e cistos, que afetam a sua função fisiológica. O câncer de endométrio tem se tornado cada vez mais prevalente devido ao estilo de vida moderno, aumento de casos de obesidade e consequentemente hiperglicemia e hiperinsulinemia. A faixa etária mais acometida com esta patologia são mulheres após os 50 anos, na menopausa. Neste período elas se tornam mais predispostas ao acúmulo de gordura abdominal e atrofia endometrial devido à ausência do hormônio estrogênio. Este estado se agrava com o desenvolvimento de metástases, que conferem agressividade à doença pela proliferação excessiva das células tumorais e invasividade. A hiperinsulinemia surge principalmente do aumento da resistência à insulina, que faz aumentar os níveis glicêmicos na circulação sanguínea. A hiperglicemia leva a uma superprodução de insulina no pâncreas, sendo que este hormônio é considerado um antiapoptótico e promotor da proliferação celular. O mecanismo provável da proliferação provocada pela insulina está envolvido com a via PI3K/Akt e mTOR diretamente e com a IGF-1 indiretamente. Sabe-se que a insulina e a IGF-1 agem por vias semelhantes. Estudos epidemiológicos mostraram uma associação entre altos níveis de insulina e diversos tipos de câncer, incluindo o câncer endometrial, sendo que mulheres acometidas com a diabetes apresentam alto risco de desenvolver neoplasias. Isto levou à proposta da utilização de agentes insulino-sensibilizantes no tratamento do câncer, sendo o fármaco metformina um dos melhores candidatos na classe. Os mecanismos pela qual a metformina atua ainda não são completamente esclarecidos. Desta forma, avaliamos o efeito da metformina no potencial metastático de células epiteliais endometriais primárias de pacientes saudáveis, quando na presença de excesso de insulina. Os parâmetros avaliados foram a habilidade de invasão, migração e proliferação destas células após um período de tratamento com a metformina. Para isso as células foram divididas nos grupos G1 (Controle), G2 (Insulina), G3 (Metformina) e G4 (Insulina+Metformina). Foi utilizado o Ensaio de Invasão e Ensaio de Migração para testar a capacidade de invadir e migrar (n=4). No primeiro ensaio, os resultados mostraram uma redução da taxa de migração do grupo G3 em relação aos grupos G1 e G4. A invasão das células tratadas com metformina (G3) também diminuiu quando comparada ao grupo G4, mas não ao Controle. Não se observou um aumento da migração e invasão no grupo tratado com insulina. Para avaliar à capacidade de proliferação foi realizado o Ensaio de Proliferação EdU (n=1) com as células tratadas por 24 horas. Os dados obtidos são demonstrativos e indicaram uma redução acentuada da densidade celular dos grupos G3 e G4 em relação ao grupo tratado com insulina após as 24 horas. No entanto as taxas de proliferação de todos os grupos nas 4 horas subsequentes ao tratamento foram significativamente maiores que o grupo Controle. Estes resultados sugerem que a metformina atua diminuindo a invasão, migração e proliferação das células endometriais primárias, sendo necessários mais estudos para confirmar e melhor elucidar os mecanismos envolvidos. |
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