Traqueostomias em pacientes portadores de COVID-19 : perfil e evolução ventilatória
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/255702 |
Resumo: | A traqueostomia é um procedimento cirúrgico frequentemente realizado em pacientes com intubação orotraqueal prolongada. Entre seus potenciais benefícios, a traqueostomia auxilia no desmame da ventilação mecânica, facilita a higiene pulmonar e diminui os riscos tanto de pneumonia associada à ventilação mecânica quanto de lesões laringotraqueais.[1][2] A literatura ainda é carente de evidências quanto ao real benefício deste procedimento. Dúvidas referente quais paciente são realmente beneficiados, qual é o melhor momento a se realizar; tempo de intubação orotraqueal prolongado versus padrão ventilatório do paciente.[3] Diante deste fato o estudo caracterizou os pacientes infectados pelo vírus COVID-19 submetidos a traqueostomia decorrente de ventilação mecânica prolongada e seus desfechos clínicos e ventilatórios após a realização do procedimento. Foi realizado um estudo retrospectivo de revisão de prontuários incluindo todos os pacientes internados na unidade de terapia intensiva adulta do Hospital de Clínicas de Porto Alegre com diagnóstico de COVID-19, que tenham realizado traqueostomia pelas equipes de otorrinolaringologia e cirurgia torácica. Foram analisados o perfil epidemiológico, evolução ventilatória, desfechos clínicos e complicações cirúrgicas, além de descritos o modo ventilatório entre o primeiro dia antes e o nono após a traqueostomia. Foram revisados os primeiros 100 pacientes que preencheram os critérios de inclusão. A média de idade foi 58 anos (19-79 anos), sendo 59% do sexo masculino e 86% caucasianos. A média do índice de massa corporal foi 31 kg/m² (20-77 kg/m²) e do SAPS3 de 60,71. Foi encontrada uma mortalidade de 45%, 39% de alta hospitalar e em 16% dos casos houve transferência para unidades hospitalares de menor complexidade. Comorbidades estavam presentes em 80% dos casos e o período médio entre ventilação mecânica e traqueostomia foi de 24 dias (10-44 dias). Ao todo, 82 pacientes completaram 9 dias de seguimento pós traqueostomia, dos quais 44 (53,6%) progrediram para ayre durante esse período. A amostra incluiu pacientes com alto índice de massa corporal e foi identificada alta mortalidade nessa população. Apesar disso, a traqueostomia pareceu ter um papel importante na evolução desses pacientes como observado no índice de pacientes que não necessitavam de ventilação mecânica no nono dia pós-procedimento. Poucos estudos sobre traqueostomia em pacientes com COVID estão disponíveis na literatura. Os dados apresentados podem contribuir para um melhor entendimento do papel da traqueostomia nessa população. |
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