Tensões em Cidade de Deus : discurso indireto livre como um articulador narrativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira, Nathielle Rodrigues
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242023
Resumo: Cidade de Deus (2002) é uma obra cujo processo narrativo merece especial atenção. Por ter sido morador do bairro carioca Cidade de Deus, não raro, aponta-se que Paulo Lins, autor do romance, traria um olhar interno do ambiente narrado. No entanto, em muitas entrevistas, Lins nega que sua obra seja o que se chama de “literatura periférica”, afirmando que a teria escrito pensando no público acadêmico, colocando-se, portanto, como um olhar externo. Nesse sentido, esse trabalho busca não só repensar sobre o lugar que Cidade de Deus ocupa em nossa literatura, mas também entender como se dá a articulação desses dois olhares na obra, que se concretizam por meio do uso do discurso direto e do discurso indireto, sendo o primeiro o que representa a fala das personagens e o segundo o que encarna a linguagem lírica utilizada pelo narrador. Esse distanciamento entre discursos resulta na necessidade de que, em certos momentos, essa distância seja dissipada, o que ocorre pelo uso do discurso indireto livre, que faz com que enxerguemos o que é narrado pelos olhos do narrador e das personagens concomitantemente, resultando em tensões narrativas mais articuladas. De posse desses apontamentos, esse trabalho visa entender a construção narrativa de Cidade de Deus, apontando o uso do discurso indireto livre como uma solução conciliatória para que dois olhares possam coexistir nessa narrativa.
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spelling Nogueira, Nathielle RodriguesLeite, Carlos Augusto Bonifácio2022-07-07T04:58:55Z2019http://hdl.handle.net/10183/242023001143520Cidade de Deus (2002) é uma obra cujo processo narrativo merece especial atenção. Por ter sido morador do bairro carioca Cidade de Deus, não raro, aponta-se que Paulo Lins, autor do romance, traria um olhar interno do ambiente narrado. No entanto, em muitas entrevistas, Lins nega que sua obra seja o que se chama de “literatura periférica”, afirmando que a teria escrito pensando no público acadêmico, colocando-se, portanto, como um olhar externo. Nesse sentido, esse trabalho busca não só repensar sobre o lugar que Cidade de Deus ocupa em nossa literatura, mas também entender como se dá a articulação desses dois olhares na obra, que se concretizam por meio do uso do discurso direto e do discurso indireto, sendo o primeiro o que representa a fala das personagens e o segundo o que encarna a linguagem lírica utilizada pelo narrador. Esse distanciamento entre discursos resulta na necessidade de que, em certos momentos, essa distância seja dissipada, o que ocorre pelo uso do discurso indireto livre, que faz com que enxerguemos o que é narrado pelos olhos do narrador e das personagens concomitantemente, resultando em tensões narrativas mais articuladas. De posse desses apontamentos, esse trabalho visa entender a construção narrativa de Cidade de Deus, apontando o uso do discurso indireto livre como uma solução conciliatória para que dois olhares possam coexistir nessa narrativa.Cidade de Deus (City of God, 2002) is a work which narrative process deserves special attention from the critics. Paulo Lins, the author who lived in the City of God district, is identified as the bearer of an internal point of view over the environment depicted in the book. However, in many interviews Lins denies the allegation that his work is actually “periferic literature”, sustaining, on the other hand, that he wrote the book aiming the academic public, thus situating himself as an outsider. As such this present monography seeks not only to redefine the place that the book City of God occupies in Brazilian literature, but also it tries to enlight how these two points of view are intertwined within the book by means of the use of the direct speech which depicts the language of the characters in one hand, and in the other hand the use of the indirect speech which embodies the liric language of the narrator. The distance between these two forms of discourse implies that the gap must be shortened, and that occurs whenever the free indirect speech is displayed in the book. Therefore the reader can see things from the point of view of the narrator and from the point of view of the characters at the same time, what yields more hinged narrative tensions. Taking that into account, this monography studies the narrative construction of City of God, stressing the use of the free indirect speech as a conciliatory solution for both point of views expressed in the book.application/pdfporLins, Paulo, 1925-1977. Cidade de DeusLiteratura e cinemaAnálise literáriaDiscurso diretoDiscurso indiretoNarrativa literáriaCity of GodFree indirect speechPeriferic literatureTensões em Cidade de Deus : discurso indireto livre como um articulador narrativoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2019Letras: Português e Literatura Portuguesa: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143520.pdf.txt001143520.pdf.txtExtracted Texttext/plain78028http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242023/2/001143520.pdf.txt9b6ef0687ef42ed17e7993a8bcca75bbMD52ORIGINAL001143520.pdfTexto completoapplication/pdf478693http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242023/1/001143520.pdfd8f9d2666702accc9765de25be3778ffMD5110183/2420232022-08-06 04:56:28.944541oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242023Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:56:28Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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