Estudantes do curso de ciências biológicas : uma contribuição para compreender o acesso e a permanência na UFRGS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Luana Vasconcellos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/198193
Resumo: Dadas as desigualdades presentes na educação básica entre as escolas públicas e privadas e a forma como são feitos os processos seletivos, através de provas de vestibulares, o acesso às universidades se torna difícil e restrito a uma pequena parcela da população. Medidas como cotas e cursos pré-vestibulares populares vêm se destacado ao tomarem a frente no processo de democratização do ensino superior. Conquistada a tão sonhada vaga em uma faculdade é preciso se manter lá dentro e, para isso, deve haver investimentos e apoio dessas instituições para garantir a permanência de seus estudantes. Assim, este trabalho teve como objetivo geral analisar o ingresso e a permanência de estudantes do Curso de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa foi feita, a partir de questionários e entrevistas, com estudantes do Curso, utilizando uma metodologia de cunho quali-quantitativo. Com a análise dos resultados obtidos, fundamentada em Grisa (2013), Pereira (2013), Zago (2008), entre outros, ficou claro que houve avanços nos últimos anos quanto à diversificação de público que está ingressando nesse espaço de educação, principalmente pelo aumento de reservas de vagas para estudantes oriundos da escola pública, que contempla também as categorias de baixa renda e racial. Porém, a UFRGS ainda é predominantemente composta por estudantes brancos de classe média. No curso de Biologia em questão, com esse trabalho viu-se que existem muitos fatores, como uma excessiva carga horária, as aulas em diferentes campi e a forma como são trabalhados os conteúdos pelos professores, que contribuem para a desmotivação e a dificuldade de realizar a faculdade. Quanto às políticas de permanência, a Universidade oferece auxílios para estudantes que comprovam carência financeira, como alimentação e transporte, contudo, esses não se mostram suficientes para grande parte destes. Deve, portanto, haver maiores investimentos na área de assistência estudantil, já que em muitos casos os auxílios recebidos não condizem com a realidade dos alunos e alunas. Concluiu-se então, que para as universidades se tornarem lugares diversos e democráticos de fato, é preciso ainda muita lutadas classes populares, pois para além do apoio econômico, também se colocam como necessárias mudanças curriculares e pedagógicas, capazes de acolher e atender os grupos sociais e culturais minoritários que conseguiram, a partir dos últimos anos, ter acesso ao ensino superior.
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