Fatores de risco associados ao desenvolvimento de mucosite oral em pacientes pediátricos oncológicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/238421 |
Resumo: | A mucositeoral (MO) é uma reação tóxica,aguda e inflamatória causadapelos regimes citotóxicos para o tratamento de diferentes neoplasias. Apesar da MO afetar grande parte dos pacientes que recebem tratamento antineoplásico, nem todos os pacientes desenvolvem a forma grave da MO, a importância de identificar quais fatores de risco podem levar ao desenvolvimento de quadros graves da MO, auxilia no correto manejo e intervenção em cada caso individualmente. Em crianças, poucos estudos relatam os fatores de risco associados a MO e as individualidades desta população devem ser consideradas. No presente trabalho de conclusão de curso realizamos 3 estudos nesta temática. No artigo 1 realizamos uma revisão sistemática com o objetivo de identificar potenciais fatores de risco associados ao desenvolvimento de OM em pacientes pediátricos com câncer. Uma busca foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas para identificar estudos que analisaram os fatores de risco para OM em pacientes pediátricos com câncer. Dezenove artigos foram incluídos. A incidência de OM variou de 20% a 80,4%. Os agentes quimioterápicos foram fatores de risco potenciais para MO em oito (42%) estudos. Parâmetros hematológicos, hepáticos e renais também foram considerados em oito (42%) estudos, enquanto fatores individuais específicos foram relatados em cinco (26,3%) estudos. Doença de linha de base, microbiota oral, perfil genético e biomarcadores foram relatados em quatro (21,5%) estudos cada. Meta-análise mostrou que os grupos submetidos a alto risco quimioterapia para OM teve um aumento de 2,79 vezes aumento do risco de OM. No artigo 2 objetivamos avaliar a relação do MO com o tempo de metabolismo do metotrexato (MTX) e outras toxicidades em pacientes oncológicos pediátricos recebendo altas doses de metotrexato (HD-MTX). Foram avaliados setenta e sete pacientes infantis recebendo altas doses de metotrexato (HD-MTX) para tratamento de leucemia, osteossarcoma ou linfoma e a avaliação do nível sérico de MTX, hepático e parâmetros de função renal, e presença e intensidade de MO foram analisados. Os pacientes foram submetidos a 255 ciclos de quimioterapia. MO foi diagnosticada em 191 (74,9%) ciclos. Destes, 119 (46,6%) apresentaram lesões ulcerosas. O linfoma foi associado a MO grave (p= 0,01). MO foi associada com níveis séricos mais elevados de aspartato aminotransferase (p= 0,006), alanina aminotransferase (p= 0,04) e creatinina (p= 0,008). O aumento de uma unidade de bilirrubina total e bilirrubina indireta foi associada, respectivamente, com 11% e 39% maior prevalência de MO. Para cada aumento de uma unidade do nível sérico de creatinina, foi observada uma prevalência 37% maior de MO em pacientes com linfoma. Nenhuma associação foi encontrada entre a excreção retardada de MTX e o desenvolvimento de MO. No artigo 3 nosso objetivo foi investigar a incidência e os fatores de risco para mucosite oral (MO) em pacientes com câncer infantil recebendo tratamento quimioterápico. Foram avaliados oitocentos e vinte e nove ciclos de quimioterapia em 112 pacientes com câncer infantil. O protocolo de quimioterapia, parâmetros hematológicos, hepáticos e de função renal foram coletados e comparados à presença e gravidade de MO. Maior incidência e gravidade de MO foi observada em pacientes que utilizaram metotrexato em altas doses (MTX-HD), combinação de ciclofosfamida/doxorrubicina MTX-HD, e MTX-HD combinado com ciclofosfamida (p <0,001). Pacientes com MO grave tinham níveis mais baixos de leucócitos (p= 0,003), hemoglobina (p= 0,005), plaquetas (p= 0,034) e níveis mais elevados de bilirrubina total (p= 0,027), alanina aminotransferase (ALT) (p= 0,001) e creatinina (p= 0,007). Estes estudos contribuíram para a elucidação dos fatores de risco para o desenvolvimento e gravidade da MO em pacientes pediátricos. Identificar precocemente estes fatores de risco é primordial para permitir um tratamento individualizado. |
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Gabriel, Amanda de FariasMartins, Manoela Domingues2022-05-12T04:49:36Z2021http://hdl.handle.net/10183/238421001140394A mucositeoral (MO) é uma reação tóxica,aguda e inflamatória causadapelos regimes citotóxicos para o tratamento de diferentes neoplasias. Apesar da MO afetar grande parte dos pacientes que recebem tratamento antineoplásico, nem todos os pacientes desenvolvem a forma grave da MO, a importância de identificar quais fatores de risco podem levar ao desenvolvimento de quadros graves da MO, auxilia no correto manejo e intervenção em cada caso individualmente. Em crianças, poucos estudos relatam os fatores de risco associados a MO e as individualidades desta população devem ser consideradas. No presente trabalho de conclusão de curso realizamos 3 estudos nesta temática. No artigo 1 realizamos uma revisão sistemática com o objetivo de identificar potenciais fatores de risco associados ao desenvolvimento de OM em pacientes pediátricos com câncer. Uma busca foi realizada em quatro bases de dados eletrônicas para identificar estudos que analisaram os fatores de risco para OM em pacientes pediátricos com câncer. Dezenove artigos foram incluídos. A incidência de OM variou de 20% a 80,4%. Os agentes quimioterápicos foram fatores de risco potenciais para MO em oito (42%) estudos. Parâmetros hematológicos, hepáticos e renais também foram considerados em oito (42%) estudos, enquanto fatores individuais específicos foram relatados em cinco (26,3%) estudos. Doença de linha de base, microbiota oral, perfil genético e biomarcadores foram relatados em quatro (21,5%) estudos cada. Meta-análise mostrou que os grupos submetidos a alto risco quimioterapia para OM teve um aumento de 2,79 vezes aumento do risco de OM. No artigo 2 objetivamos avaliar a relação do MO com o tempo de metabolismo do metotrexato (MTX) e outras toxicidades em pacientes oncológicos pediátricos recebendo altas doses de metotrexato (HD-MTX). Foram avaliados setenta e sete pacientes infantis recebendo altas doses de metotrexato (HD-MTX) para tratamento de leucemia, osteossarcoma ou linfoma e a avaliação do nível sérico de MTX, hepático e parâmetros de função renal, e presença e intensidade de MO foram analisados. Os pacientes foram submetidos a 255 ciclos de quimioterapia. MO foi diagnosticada em 191 (74,9%) ciclos. Destes, 119 (46,6%) apresentaram lesões ulcerosas. O linfoma foi associado a MO grave (p= 0,01). MO foi associada com níveis séricos mais elevados de aspartato aminotransferase (p= 0,006), alanina aminotransferase (p= 0,04) e creatinina (p= 0,008). O aumento de uma unidade de bilirrubina total e bilirrubina indireta foi associada, respectivamente, com 11% e 39% maior prevalência de MO. Para cada aumento de uma unidade do nível sérico de creatinina, foi observada uma prevalência 37% maior de MO em pacientes com linfoma. Nenhuma associação foi encontrada entre a excreção retardada de MTX e o desenvolvimento de MO. No artigo 3 nosso objetivo foi investigar a incidência e os fatores de risco para mucosite oral (MO) em pacientes com câncer infantil recebendo tratamento quimioterápico. Foram avaliados oitocentos e vinte e nove ciclos de quimioterapia em 112 pacientes com câncer infantil. O protocolo de quimioterapia, parâmetros hematológicos, hepáticos e de função renal foram coletados e comparados à presença e gravidade de MO. Maior incidência e gravidade de MO foi observada em pacientes que utilizaram metotrexato em altas doses (MTX-HD), combinação de ciclofosfamida/doxorrubicina MTX-HD, e MTX-HD combinado com ciclofosfamida (p <0,001). Pacientes com MO grave tinham níveis mais baixos de leucócitos (p= 0,003), hemoglobina (p= 0,005), plaquetas (p= 0,034) e níveis mais elevados de bilirrubina total (p= 0,027), alanina aminotransferase (ALT) (p= 0,001) e creatinina (p= 0,007). Estes estudos contribuíram para a elucidação dos fatores de risco para o desenvolvimento e gravidade da MO em pacientes pediátricos. Identificar precocemente estes fatores de risco é primordial para permitir um tratamento individualizado.Oral mucositis (OM) is a toxic, acute and inflammatory reaction caused by cytotoxic regimens for the treatment of different neoplasms. Although OM affects most patients who receive antineoplastic treatment, not all patients develop the severe form of OM, the importance of identifying which risk factors can lead to the development of severe OM conditions helps in the correct management and intervention in each case individually. In children, few studies report the risk factors associated with OM and the individualities of this population should be considered. In this undergraduate thesis we carried out 3 studies on this topic. In article 1 we perform a systematic review with the aim of identifying potential risk factors associated with the development of OM in pediatric cancer patients. A search was performed in four electronic databases to identify studies that analyzed risk factors for OM in pediatric cancer patients. Nineteen articles were included. The incidence of OM ranged from 20% to 80.4%. Chemotherapeutic agents were potential risk factors for OM in eight (42%) studies. Hematological, hepatic, and renal parameters were also considered in eight (42%) studies, while specific individual factors were reported in five (26.3%) studies. Baseline disease, oral microbiota, genetic profile, and biomarkers were reported in four (21.5%) studies each. Metaanalysis showed that groups undergoing high-risk chemotherapy for OM had a 2.79-fold increased risk of OM. In the article 2 we evaluated the relationship of OM with methotrexate metabolism time (MTX) and other toxicities in pediatric cancer patients receiving high doses of methotrexate (HD-MTX). Seventy-seven pediatric patients receiving high doses of methotrexate (HD-MTX) for the treatment of leukemia, osteosarcoma or lymphoma were evaluated and the assessment of serum MTX level, liver and renal function parameters, and the presence and intensity of OM were analyzed. Patients underwent 255 cycles of chemotherapy. OM was diagnosed in 191 (74.9%) cycles. Of these, 119 (46.6%) had ulcerous lesions. Lymphoma was associated with severe OM (p= 0.01). OM was associated with higher serum levels of aspartate aminotransferase (p= 0.006), alanine aminotransferase (p= 0.04) and creatinine (p= 0.008). An increase of one unit of total bilirubin and indirect bilirubin was associated, respectively, with 11% and 39% higher prevalence of OM. For every one-unit increase in serum creatinine level, a 37% higher prevalence of OM was observed in patients with lymphoma. No association was found between delayed MTX excretion and OM development. In article 3 we investigated the incidence and risk factors for oral mucositis (OM) in childhood cancer patients receiving chemotherapy treatment. Eight hundred twenty-nine cycles of chemotherapy were evaluated in 112 patients with childhood cancer. Chemotherapy protocol, hematological, hepatic, and renal function parameters were collected and compared to the presence and severity of OM. Higher incidence and severity of OM was observed in patients who used high-dose methotrexate (MTX-HD), cyclophosphamide/doxorubicin combination, MTX-HD, and MTX-HD combined with cyclophosphamide (p<0.001). Patients with severe OM had lower levels of leukocytes (p= 0.003), hemoglobin (p= 0.005), platelets (p= 0.034) and higher levels of total bilirubin (p= 0.027), alanine aminotransferase (ALT) (p= 0.001) and creatinine (p= 0.007). These studies contributed to the elucidation of risk factors for the development and severity of OM in pediatric patients. 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