O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cyrino, Carolina De Oliveira e Silva
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Marques, Pâmela Marconatto, Anjos, José Carlos Gomes dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/255397
Resumo: Este trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada,via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genéticae/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias.
id UFRGS-2_cd24c6c5f8b4fc779eaf136292fb8e11
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/255397
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Cyrino, Carolina De Oliveira e SilvaMarques, Pâmela MarconattoAnjos, José Carlos Gomes dos2023-03-07T03:26:02Z20222316-1620http://hdl.handle.net/10183/255397001162799Este trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada,via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genéticae/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias.This paper focuses on the post-abolition period of the First Republic, during which paradigms for nationality improvement were formulated based on proposals for progressive ethnic reduction. A population that had previously been enslaved, whose human condition had been canceled, found itself just liberated, living among the free society. What to do with all these black people? Scientific racism brought answers. The main goal of this work is to analyze speeches that emerged as a space for the invention of scientific theories in order to support the idea of “human improvement” through the elimination of its “degenerative component”. It is a collection composed of documents, manuals and periodicals prepared by doctorsJoão Batista Lacerda and Renato Kehl, who,despite their different approaches, questioned the human character of the black population, promoted divisions between racialized segments and pointed out possibilities of elimination of their genetic and/or cultural expression, simultaneously genocidal and civilizing.Este trabajo se dedica al período posterior a la abolición de la esclavitud, de la Primera República, durante el cual se formularon paradigmas de mejoramiento la nacionalidada partir de propuestas de reducción étnica progresiva. Una población previamente esclavizada, cuya condición humana había sido cancelada, se encontraba recién-liberta, conviviendo con la sociedad libre. ¿Qué hacer con toda esta gente negra? El racismo científico trajo respuestas. Analizaremos, aquí, los discursos que emergieron como espacio de invención de teorías científicas con el fin de apoyar la idea de “mejoramiento humano” mediante la eliminación de su “componente degenerativo”. Se trata de una colección compuesta por documentos, manuales y periódicos elaborados por los doctores João Batista Lacerda y Renato Kehl, quienes, a pesar de sus diferentes enfoques, cuestionaron el carácter humano de la población negra, promovieron divisiones entre segmentos racializados y señalaron posibilidades de eliminación gradual de la expresión génica y/o cultural a la vez genocida y civilizadora.application/pdfporSimbiótica. Revista eletrônica. Vitória, ES. Vol. 9, n. 2 (maio/ago. 2022), p. 23-49RacismoCiênciaBrasilScientific racismPost-abolitionRacismo científicoPost-aboliciónEugeniaO que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-aboliçãoWhat to do with all these black people? : scientific racismand post-abolition captivity¿Qué hacer con toda esta gente negra? : racismocientífico y cautiverios post-abolicióninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001162799.pdf.txt001162799.pdf.txtExtracted Texttext/plain0http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255397/2/001162799.pdf.txtd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD52ORIGINAL001162799.pdfTexto completo (inglês)application/pdf6331592http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255397/1/001162799.pdf92bf237e4ce68117c7be9ce7bcf1bb08MD5110183/2553972023-03-08 03:26:04.801077oai:www.lume.ufrgs.br:10183/255397Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-03-08T06:26:04Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
dc.title.alternative.en.fl_str_mv What to do with all these black people? : scientific racismand post-abolition captivity
dc.title.alternative.es.fl_str_mv ¿Qué hacer con toda esta gente negra? : racismocientífico y cautiverios post-abolición
title O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
spellingShingle O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
Cyrino, Carolina De Oliveira e Silva
Racismo
Ciência
Brasil
Scientific racism
Post-abolition
Racismo científico
Post-abolición
Eugenia
title_short O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_full O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_fullStr O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_full_unstemmed O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
title_sort O que fazer com toda essa gente preta? : racismo científico e cativeiros do pós-abolição
author Cyrino, Carolina De Oliveira e Silva
author_facet Cyrino, Carolina De Oliveira e Silva
Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
author_role author
author2 Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cyrino, Carolina De Oliveira e Silva
Marques, Pâmela Marconatto
Anjos, José Carlos Gomes dos
dc.subject.por.fl_str_mv Racismo
Ciência
Brasil
topic Racismo
Ciência
Brasil
Scientific racism
Post-abolition
Racismo científico
Post-abolición
Eugenia
dc.subject.eng.fl_str_mv Scientific racism
Post-abolition
dc.subject.spa.fl_str_mv Racismo científico
Post-abolición
Eugenia
description Este trabalho debruça-se sobre o período pós-abolição, da Primeira República, durante o qual paradigmas de aperfeiçoamento da nacionalidade foram formulados a partir de propostas de redução étnica progressiva. Uma população antes escravizada, cuja condição humana estivera cancelada,via-se recém liberta, convivendo com a sociedade livre. O que fazer com toda essa gente preta? O racismo científico trazia respostas. Analisaremos, aqui, discursos que emergiram como espaço de invenção de teorias científicas a fim de respaldar a ideia de “aperfeiçoamento humano” através da eliminação do seu “componente degenerativo”. Trata-se de um acervo composto por documentos, manuais e periódicos elaborados pelos médicos João Batista Lacerda e Renato Kehl, que, em que pese suas diferentes abordagens, questionaram o caráter humano da população preta, promoveram cisões entre segmentos racializados e apontaram possibilidades da eliminação gradual de sua expressão genéticae/ou cultural simultaneamente genocidas e civilizatórias.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-03-07T03:26:02Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/255397
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 2316-1620
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001162799
identifier_str_mv 2316-1620
001162799
url http://hdl.handle.net/10183/255397
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Simbiótica. Revista eletrônica. Vitória, ES. Vol. 9, n. 2 (maio/ago. 2022), p. 23-49
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255397/2/001162799.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255397/1/001162799.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e
92bf237e4ce68117c7be9ce7bcf1bb08
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225082023968768