Aspectos biológicos de interações predatórias entre vespas solitárias (hymenoptera: aculeata) e aranhas em um fragmento de mata atlântica do sul do brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Henrique Negrello
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/258426
Resumo: Redes de interação ecológicas, construídas ao associar espécies que interagem em uma comunidade biológica, representam uma importante ferramenta na descrição de assembleias ecológicas. Ao prover um meio de abordar diferentes resoluções taxonômicas em uma mesma estrutura matemática, redes de interação permitem também detectar padrões do nível de espécies ao de comunidades. Tais padrões podem ser úteis para explicar a coexistência de insetos predadores e parasitóides, para os quais tem se dado pouca atenção às relações tróficas com suas presas dentro de redes complexas. Neste estudo, nós testamos se vespas sintópicas caçadoras de aranhas dos gêneros Auplopus e Trypoxylon (Hymenoptera: Aculeata) diferiam na utilização de recursos (ninhos, tipo e tamanho de presa) em uma área florestal de Mata Atlântica do sul do Brasil. Nós analisamos os efeitos que três diferentes níveis de resolução taxonômica causaram nos parâmetros das redes calculadas. Foram coletadas 75 vespas e 1216 aranhas em dois verões consecutivos (2019-2020), com o uso de ninhos-armadilha. A maior parte das aranhas capturadas eram juvenis (80.4%), impedindo a determinação taxonômica a nível de gênero ou espécie. As três espécies de vespas coletadas (Trypoxylon lactitarse, Trypoxylon agamemnon e Auplopus subaurarius) apresentaram diferenças significantes quanto ao uso de recursos, com Auplopus usando ninhos e capturando aranhas de maior calibre que ambas Trypoxylon. Parâmetros como a densidade de ligação e especialização aumentaram com o grau de resolução taxonômica, enquanto a sobreposição de nicho diminuiu. A conectância e a modularidade foram particularmente instáveis, exibindo valores irregulares nos três níveis de resolução calculados. As variações causadas pela exclusão de juvenis nas redes de maior resolução taxonômica causaram desvios significativos na interpretação das métricas de rede. Nossos resultados reforçam a hipótese de que vespas sintópicas caçadoras de aranhas apresentam estratégias para evitar a competição interespecífica, porém mostram também que redes de interações que desconsideram os juvenis podem gerar abordagens imprecisas e artificiais desse sistema.
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