Repadronização de protocolo na tarefa de condicionamento aversivo ao contexto para emprego com nova cepa de ratos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boos, Flávia Zacouteguy
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/149971
Resumo: Centenas de trabalhos foram publicados demonstrando que memórias consolidadas, quando evocadas, podem ser reativadas/desestabilizadas, precisando de síntese de novas proteínas para que sejam reconsolidadas e persistam. Interferir nesse processo e prejudicar memórias patológicas permanentemente é uma estratégia com apelo terapêutico. Há anos no Laboratório de Psicobiologia e Neurocomputação (UFRGS) estuda-se o processo de reconsolidação com um protocolo efetivo em desestabilizar uma memória de Condicionamento Aversivo ao Contexto (CAC). Porém, a recente mudança da cepa de ratos fornecida ao laboratório exigiu mudanças no protocolo padrão utilizado anteriormente, pois esse não era mais capaz de desestabilizar a memória. Objetivo geral: repadronizar a tarefa de CAC, buscando um protocolo efetivo em desestabilizar a memória, e, se possível, investigar a origem das diferenças observadas. Material e métodos: foram utilizados ratos Wistar machos (3 meses, 290-400g) da nova cepa em uma tarefa de CAC (2x2 choques 0,7 ou 0,5mA, reativação de 3 ou 5min) com injeção i.p. de CHX (2,2, 2,2x2 ou 4,4 mg/mL/kg) ou seu veículo (DMSO 1%) imediatamente após o treino (para avaliar as doses sobre a consolidação) ou após a reativação (dose efetiva em prejudicar a consolidação sobre a reconsolidação). O n de cada grupo variou de 6-10. Resultados: A CHX 2,2 mg/mL/kg não teve efeito sobre a consolidação (p=0,760). Em outro experimento foi testado diferentes doses de CHX (2,2, 2,2x2 ou 4,4 mg/mL/kg) após o treino, e somente o grupo CHX 4,4 mg/mL/kg diferiu do controle (p<0,05). A dose de CHX efetiva em inibir a consolidação (4,4 mg/mL/kg) foi utilizada nos demais experimentos após a reativação. A administração de CHX pós-reativação no protocolo padrão (choque 0,7mA, reativação 3min) não teve efeito sobre a memória (p=0,935). A CHX pós-reativação não teve efeito sobre a memória no protocolo com choque 0,7mA e reativação de 5min (p=0,487). Foi realizada uma sessão de treino mais fraca (choque 0,5mA), mas a CHX não teve efeito no protocolo com 3min de reativação (p=0,141) nem no protocolo com 5min (p=0,885). Conclusões: Mesmo alterando as principais variáveis que influenciam a desestabilização da memória no protocolo de CAC não foi possível encontrar um protocolo adequado que desestabilize a memória de medo nos animais da nova cepa, de forma que essa seja prejudicada através da inibição de sua reconsolidação pela CHX. Talvez essa linhagem de ratos seja muito sensível ao choque e forme memórias ainda mais robustas, ou que tenha níveis basais de estresse mais elevados. Investigar a origem dessa inesperada diferença, porém, vai além do escopo deste trabalho. Uma das implicações deste estudo é que o laboratório está solicitando nova cepa de animais para contornar o problema e prosseguir seus estudos.
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