Saber total ou retorno ao obscurantismo? : o papel do segredo nas comunicações digitais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Ana Tais
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/220916
Resumo: Esse trabalho propõe-se refletir sobre as consequências que a vontade de informação plena acarreta aos imaginários através da digitalização das comunicações sociais. A potencialidade interativa das redes sociais traria uma virtual fragmentação do poder, subvertendo-se ordens secularmente estabelecidas. O ideal democrático da transparência teria um aliado na facilidade técnica do acesso a bancos de modo a se concretizar o direito à informação pública. Num mundo em que as sombras parecem ter sido eliminadas, nossa atenção crítica é solicitada a examinar as questões do imaginário, do mistério e do segredo face à circulação das informações nas comunicações digitais durante as eleições presidenciais brasileiras em 2018. Para tanto, parte-se da heurística afiliada à Teoria Geral do Imaginário (DURAND) e utiliza-se a metodologia filosófica (FOLSCHEID & WUNENBURGER), buscando os paradoxos da problemática, trabalhando com a oposição entre as doutrinas e explorando os sentidos diferentes no interior de uma mesma noção. Conclui-se que as práticas comunicacionais no contexto das eleições brasileiras em 2018 apresentam traços de sobrevivência do mito às custas de um processo degenerativo em que se transpõem para o tempo histórico características como a ruptura com a duração, o totemismo e o milenarismo. A comunicação interpessoal contradiz a alegada iluminação da disponibilidade universal de informações na internet, constituindo zonas de sombra protetivas nas quais ideias que normalmente sofreriam imediata oposição crescem e se fortalecem antes de se institucionalizarem.
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