Citogenética do complexo Eriochrysis cayennensis – E. villosa (Poaceae: Andropogoneae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Luana Crestani de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/236214
Resumo: Eriochrysis é um gênero de gramínea que pertence à tribo Andropogoneae e possui ca. 7–12 espécies, tendo sua distribuição principal em regiões tropicais da América, África e Índia. Dentro do gênero, a delimitação das espécies é bastante controversa em virtude dos poucos caracteres morfológicos capazes de uma diferenciação clara, bem como da existência de morfotipos intermediários. O “complexo Eriochrysis cayennensis – E. villosa” retrata essa situação. Em uma região de simpatria das espécies E. cayennensis, E. villosa e E. laxa num banhado em São Borja/RS, foram encontrados indivíduos de morfologia intermediária, os quais por análises moleculares foram definidos como híbridos naturais entre E. laxa e E. villosa, possivelmente poliploides e identificados como Eriochrysis aff. laxa. O presente estudo teve por objetivos determinar o número cromossômico, analisar o comportamento meiótico, determinar a viabilidade e a morfologia dos grãos de pólen, assim como estimar o tamanho de genoma de E. cayennensis, E. laxa, E. villosa e Eriochrysis aff. laxa, visando caracterizá-los citogeneticamente e investigar a condição híbrida. Inflorescências jovens de cada um dos taxa foram coletadas para as análises meióticas realizadas por esmagamento das anteras em carmim propiônico 2%. Inflorescências próximas à antese foram fixadas para as análises de viabilidade e morfologia dos grãos de pólen mediante o método de Alexander. Estimou-se também a quantidade de DNA através de análises de citometria de fluxo utilizando amostras de folhas frescas. Todos os taxa analisados apresentaram 2n = 2x = 20, corroborando dados da literatura para E. cayennensis e E. laxa e trazendo registro inédito para E. villosa, mantendo o número básico x = 10 para o gênero. As análises citogenéticas evidenciaram claramente que todas as espécies, incluindo os putativos híbridos, são diploides. Não foram encontradas séries poliploides ou citótipos variantes. 6 As três espécies e o possível híbrido mostraram alta regularidade meiótica (mais de 99% de meiócitos normais) e 100% dos pólens viáveis, indicando espécies já estabelecidas. Todos os taxa possuem pólen prolado esferoidal, inclusive o putativo híbrido. Os valores 2C para tamanho de genoma foram de 3,33 pg para E. cayennensis, 3,42 pg para E. laxa, 3,46 pg para E. villosa e 3,41 pg para Eriochrysis aff. laxa. A alta regularidade nos supostos híbridos e o número cromossômico diploide não seriam esperados para plantas originadas de aloploidização, como sugerido previamente pelos dados moleculares. Embora o status híbrido não possa ser totalmente descartado a partir das análises citogenéticas realizadas até o momento, a condição poliploide não foi confirmada em nenhum dos indivíduos de morfologia intermediária analisados neste estudo. Análises citogenéticas complementares utilizando técnicas como GISH e FISH são necessárias para esclarecer se esses indivíduos analisados poderiam ser híbridos, porém homoploides, ou apenas representantes da plasticidade fenotípica das espécies analisadas.
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