Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas

Bibliographic Details
Main Author: Moraes, Maurício
Publication Date: 2017
Other Authors: Ceccim, Ricardo Burg
Format: Article
Language: por
Source: Repositório Institucional da UFRGS
Download full: http://hdl.handle.net/10183/175277
Summary: Trata-se de artigo resultante de uma pesquisa com adolescentes grávidas, uma amostra de 136 meninas, dentre 540 de uma coorte acompanhada ao sul do Brasil. Busca contribuir à educação médica, colocando os termos da “atenção” e da “educação para a atenção”, sob os desígnios da “integralidade e humanização”. O objetivo foi trazer as “vozes” das adolescentes grávidas, sem representação, mas expressão. Sem uma “figura” à realidade, mas o acesso à “real” realidade (viva, não representada). A metodologia foi qualitativa, com base em questionário e temas geradores. Foram coletados dados de perfil da população (organizados em uma tabela de “perfil quantitativo”) e manifestações verbais (mantidas intactas em um quadro de “expressão original”). Uma distinção importante do convencional é que o artigo se orienta pelo “encontro terapêutico”, não pela prevenção da gravidez, tampouco por políticas para a saúde de adolescentes e nem pela orientação à gestão da clínica/redes de atenção. Reconhece nas produções em conjunto de docentes e estudantes em medicina, enfermagem ou psicologia a mesma abordagem: a gravidez na adolescência como indesejável (desde um ponto de vista da saúde pública e desde um ponto de vista que a trata como obviamente indesejada pela adolescente, com sugestões de educação e prevenção, acompanhada da queixa de falta de políticas e da necessidade de compartilhar conhecimento adequado). Em discrepância dessa linha de pensamento, o artigo explora abordagens ampliadas. Na conclusão, desafia à troca de sentidos e à partilha de significados no encontro terapêutico para que diga respeito às “singulares meninas grávidas”. Meninas na consulta médica são reais, não números, já estão grávidas, não há o que prevenir, e já estão na cena do cuidado, requerem atenção com ligação e afinidade. Desafia – na atenção e na educação para a atenção – tanto habilidades e capacidades, quanto condições de composição cognitiva para atender/tratar/cuidar com alteridade, envolvimento e “intensa amizade”. O artigo revela um componente de “informação populacional” (a amostra) e outro de “sentidos para o encontro” (a noção de voz). A cena da atenção é singular e é real, a educação para a atenção precisa dessa inclusão (subjetiva e objetiva). O artigo polariza “gestão da clínica ou epidemiologia”, que somente passam como “informação”, e as “vozes” daquelas a quem se vai tratar/atender/cuidar e que devem passar ao corpo do terapeuta/cuidador como acolhimento/guarida.
id UFRGS-2_d2063b1b1f644c068044c4faa79e8dbd
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/175277
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Moraes, MaurícioCeccim, Ricardo Burg2018-05-03T02:26:30Z20172446-4813http://hdl.handle.net/10183/175277001064395Trata-se de artigo resultante de uma pesquisa com adolescentes grávidas, uma amostra de 136 meninas, dentre 540 de uma coorte acompanhada ao sul do Brasil. Busca contribuir à educação médica, colocando os termos da “atenção” e da “educação para a atenção”, sob os desígnios da “integralidade e humanização”. O objetivo foi trazer as “vozes” das adolescentes grávidas, sem representação, mas expressão. Sem uma “figura” à realidade, mas o acesso à “real” realidade (viva, não representada). A metodologia foi qualitativa, com base em questionário e temas geradores. Foram coletados dados de perfil da população (organizados em uma tabela de “perfil quantitativo”) e manifestações verbais (mantidas intactas em um quadro de “expressão original”). Uma distinção importante do convencional é que o artigo se orienta pelo “encontro terapêutico”, não pela prevenção da gravidez, tampouco por políticas para a saúde de adolescentes e nem pela orientação à gestão da clínica/redes de atenção. Reconhece nas produções em conjunto de docentes e estudantes em medicina, enfermagem ou psicologia a mesma abordagem: a gravidez na adolescência como indesejável (desde um ponto de vista da saúde pública e desde um ponto de vista que a trata como obviamente indesejada pela adolescente, com sugestões de educação e prevenção, acompanhada da queixa de falta de políticas e da necessidade de compartilhar conhecimento adequado). Em discrepância dessa linha de pensamento, o artigo explora abordagens ampliadas. Na conclusão, desafia à troca de sentidos e à partilha de significados no encontro terapêutico para que diga respeito às “singulares meninas grávidas”. Meninas na consulta médica são reais, não números, já estão grávidas, não há o que prevenir, e já estão na cena do cuidado, requerem atenção com ligação e afinidade. Desafia – na atenção e na educação para a atenção – tanto habilidades e capacidades, quanto condições de composição cognitiva para atender/tratar/cuidar com alteridade, envolvimento e “intensa amizade”. O artigo revela um componente de “informação populacional” (a amostra) e outro de “sentidos para o encontro” (a noção de voz). A cena da atenção é singular e é real, a educação para a atenção precisa dessa inclusão (subjetiva e objetiva). O artigo polariza “gestão da clínica ou epidemiologia”, que somente passam como “informação”, e as “vozes” daquelas a quem se vai tratar/atender/cuidar e que devem passar ao corpo do terapeuta/cuidador como acolhimento/guarida.This is an article resulting from a survey with pregnant adolescents, a sample of 136 girls, out of 540 of a cohort followed in southern Brazil. It seeks to contribute to the medical education by placing the terms "care" and "education for caring" under the purposes of "integrality and humanization". The goal was to bring the "voices" of pregnant adolescents, not with representation, but expression. Without an "image" to reality, but access to "real" reality (living, not represented). The methodology was qualitative, based on questionnaire and generating themes. Were collected population profile data (organized in tables of "quantitative profile") and verbal manifestations (kept intact in an "original expression" frame). An important distinction from the conventional is that the article is guided by the "therapeutic encounter", not pregnancy prevention, neither adolescent health policies, or even orientation to clinic management/care networks. It recognizes in the joint productions of teachers and students in medicine, nursing or psychology the same approach: pregnancy in adolescence as undesirable (from a public health perspective and from a point of view that treats the pregnancy as obviously undesired by the adolescent, with suggestions of education and prevention, followed by the complaint of lack of policies and the need to share adequate knowledge). In disagreement with this line of thought, the article explores broadened approaches. In conclusion, it brings a challenge to the exchange of meanings and the sharing of meanings in the therapeutic encounter so that "it concerns the singular pregnant girls". Girls at the doctor's office are real, not numbers, they are already pregnant, there is nothing to prevent, and they are already in the care stage, they require attention with connection and affinity. It challenges - in care and education for caring - both skills and abilities, as well as conditions of cognitive composition to attend/treat/care for otherness with involvement and "intense friendship". The article reveals a component of "population information" (the sample) and another of "meanings for the encounter" (the notion of voice). The care stage is unique and real, education for attention needs this inclusion (subjective and objective). The article polarizes "clinic management or epidemiology", which only passes as "information", and the "voices" of those to be treated/cared for and that should pass to our body as refuge/shelter.application/pdfporSaúde em Redes. Porto Alegre. Vol. 3, n.4 (2017), p. 367-388Sistema Único de SaúdeGravidez na adolescênciaSaúde da mulherSaúde do adolescentePregnancy in adolescenceWomen's healthAdolescent healthEducationmedicalVozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperasVoices of pregnant adolescents : a contribution to medical education, according to the narrative statement of a cohort of puerperaeinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001064395.pdf001064395.pdfTexto completoapplication/pdf629964http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175277/1/001064395.pdf178215c29cc1dfaa473acf25e4853e20MD51TEXT001064395.pdf.txt001064395.pdf.txtExtracted Texttext/plain56592http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175277/2/001064395.pdf.txtde05ba070c0c50966ea71809327c5958MD5210183/1752772018-05-04 02:25:45.539083oai:www.lume.ufrgs.br:10183/175277Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-05-04T05:25:45Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Voices of pregnant adolescents : a contribution to medical education, according to the narrative statement of a cohort of puerperae
title Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
spellingShingle Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
Moraes, Maurício
Sistema Único de Saúde
Gravidez na adolescência
Saúde da mulher
Saúde do adolescente
Pregnancy in adolescence
Women's health
Adolescent health
Education
medical
title_short Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
title_full Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
title_fullStr Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
title_full_unstemmed Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
title_sort Vozes de adolescentes grávidas : contribuição à educação médica, segundo o extrato narrativo de uma coorte de puérperas
author Moraes, Maurício
author_facet Moraes, Maurício
Ceccim, Ricardo Burg
author_role author
author2 Ceccim, Ricardo Burg
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moraes, Maurício
Ceccim, Ricardo Burg
dc.subject.por.fl_str_mv Sistema Único de Saúde
Gravidez na adolescência
Saúde da mulher
Saúde do adolescente
topic Sistema Único de Saúde
Gravidez na adolescência
Saúde da mulher
Saúde do adolescente
Pregnancy in adolescence
Women's health
Adolescent health
Education
medical
dc.subject.eng.fl_str_mv Pregnancy in adolescence
Women's health
Adolescent health
Education
medical
description Trata-se de artigo resultante de uma pesquisa com adolescentes grávidas, uma amostra de 136 meninas, dentre 540 de uma coorte acompanhada ao sul do Brasil. Busca contribuir à educação médica, colocando os termos da “atenção” e da “educação para a atenção”, sob os desígnios da “integralidade e humanização”. O objetivo foi trazer as “vozes” das adolescentes grávidas, sem representação, mas expressão. Sem uma “figura” à realidade, mas o acesso à “real” realidade (viva, não representada). A metodologia foi qualitativa, com base em questionário e temas geradores. Foram coletados dados de perfil da população (organizados em uma tabela de “perfil quantitativo”) e manifestações verbais (mantidas intactas em um quadro de “expressão original”). Uma distinção importante do convencional é que o artigo se orienta pelo “encontro terapêutico”, não pela prevenção da gravidez, tampouco por políticas para a saúde de adolescentes e nem pela orientação à gestão da clínica/redes de atenção. Reconhece nas produções em conjunto de docentes e estudantes em medicina, enfermagem ou psicologia a mesma abordagem: a gravidez na adolescência como indesejável (desde um ponto de vista da saúde pública e desde um ponto de vista que a trata como obviamente indesejada pela adolescente, com sugestões de educação e prevenção, acompanhada da queixa de falta de políticas e da necessidade de compartilhar conhecimento adequado). Em discrepância dessa linha de pensamento, o artigo explora abordagens ampliadas. Na conclusão, desafia à troca de sentidos e à partilha de significados no encontro terapêutico para que diga respeito às “singulares meninas grávidas”. Meninas na consulta médica são reais, não números, já estão grávidas, não há o que prevenir, e já estão na cena do cuidado, requerem atenção com ligação e afinidade. Desafia – na atenção e na educação para a atenção – tanto habilidades e capacidades, quanto condições de composição cognitiva para atender/tratar/cuidar com alteridade, envolvimento e “intensa amizade”. O artigo revela um componente de “informação populacional” (a amostra) e outro de “sentidos para o encontro” (a noção de voz). A cena da atenção é singular e é real, a educação para a atenção precisa dessa inclusão (subjetiva e objetiva). O artigo polariza “gestão da clínica ou epidemiologia”, que somente passam como “informação”, e as “vozes” daquelas a quem se vai tratar/atender/cuidar e que devem passar ao corpo do terapeuta/cuidador como acolhimento/guarida.
publishDate 2017
dc.date.issued.fl_str_mv 2017
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2018-05-03T02:26:30Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/175277
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 2446-4813
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001064395
identifier_str_mv 2446-4813
001064395
url http://hdl.handle.net/10183/175277
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Saúde em Redes. Porto Alegre. Vol. 3, n.4 (2017), p. 367-388
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175277/1/001064395.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/175277/2/001064395.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 178215c29cc1dfaa473acf25e4853e20
de05ba070c0c50966ea71809327c5958
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798487374175404032