Marcha das Vadias : práticas de resistência e políticas queer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dell'Aglio, Daniela Dalbosco
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/132954
Resumo: Esse trabalho é uma reflexão a respeito de processos que se relacionam com vivências políticas do feminismo, somados a experiências acadêmicas, com a tentativa de produzir a respeito da fluidez e da pluralidade dos feminismos na contemporaneidade. A partir do conceito de resistência, de Michel Foucault e outros autores e autoras, tendo como ponto de análise a Marcha das Vadias de Porto Alegre, o trabalho busca fazer uma discussão a respeito das políticas queer, questionando se movimentos autônomos, como a Marcha das Vadias, podem ser considerados práticas de resistência dentro de um potencial ético-político e se essa forma de fazer feminismo pode ser visto enquanto um processo instituinte em relação à norma e ao esperado. Para isso, busca-se compreender como se dão as relações de poder, a partir de uma lógica institucional, em que a resistência acaba por ser e fazer parte de uma complexidade de forças. As questões da governamentalidade e da biopolítica inserem-se nesse processo, uma vez que compõem tecnologias que constroem modos de vidas a partir do controle dos corpos. Os feminismos fazem parte dessa rede, uma vez que o gênero e a sexualidade, interseccionando com outros marcadores sociais, tanto produzem como são efeitos de hierarquias de relações de poder. O momento político do feminismo, chamado academicamente de “terceira onda”, faz parte desse ponto de análise em que o pósestruturalismo e o anarquismo compõem a possibilidade de pensar estratégias de horizontalidade em relação às potenciais pluralidades de expressões. A Marcha das Vadias se insere no trabalho como uma forma de problematizar os pontos teorizados, uma vez por se tratar de um movimento contemporâneo, em que sua principal pauta originalmente esteve relacionada com as políticas que tangem corpo e que, atualmente, está-se percebendo tentativas de cooptação e de institucionalização. Busca-se problematizar, então, a Marcha das Vadias como um potencial movimento que provoque as políticas queer, os corpos ciborgues, os abjetos no que tange as questões de gênero e de sexualidade. Como uma possibilidade de escapar da norma, de subverter o esperado, sendo assim, a política queer seria uma tentativa de resistir aos instituídos, tanto em relação ao gênero e a sexualidade, quanto em relação às práticas políticas.
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Para isso, busca-se compreender como se dão as relações de poder, a partir de uma lógica institucional, em que a resistência acaba por ser e fazer parte de uma complexidade de forças. As questões da governamentalidade e da biopolítica inserem-se nesse processo, uma vez que compõem tecnologias que constroem modos de vidas a partir do controle dos corpos. Os feminismos fazem parte dessa rede, uma vez que o gênero e a sexualidade, interseccionando com outros marcadores sociais, tanto produzem como são efeitos de hierarquias de relações de poder. O momento político do feminismo, chamado academicamente de “terceira onda”, faz parte desse ponto de análise em que o pósestruturalismo e o anarquismo compõem a possibilidade de pensar estratégias de horizontalidade em relação às potenciais pluralidades de expressões. A Marcha das Vadias se insere no trabalho como uma forma de problematizar os pontos teorizados, uma vez por se tratar de um movimento contemporâneo, em que sua principal pauta originalmente esteve relacionada com as políticas que tangem corpo e que, atualmente, está-se percebendo tentativas de cooptação e de institucionalização. Busca-se problematizar, então, a Marcha das Vadias como um potencial movimento que provoque as políticas queer, os corpos ciborgues, os abjetos no que tange as questões de gênero e de sexualidade. Como uma possibilidade de escapar da norma, de subverter o esperado, sendo assim, a política queer seria uma tentativa de resistir aos instituídos, tanto em relação ao gênero e a sexualidade, quanto em relação às práticas políticas.This paper is a reflection about the process that relates with the political experiences of feminism, in addition to academic experiences, trying to theorize about the fluidity and the plurality on feminisms in contemporary times. From the concept of resistance, of Michel Foucault and other authors, and the analyse of the Slutwalk of Porto Alegre, this paper aims to make a discussion about the queer politics, questioning whether autonomous movements, such as the Slutwalk, can be considered resistance practices within an ethical-political potential and if this way of doing feminism can be seen as an instituing process. For this, we aim to understand how the power relations work, from an institutional logic, in which the resistance turns out to be part of a complex of forces. The issues of governmentality and biopolitics are part of this process, since that they compose technologies that build lives modes from the control of people’s bodies. Feminisms are part of this network, since gender and sexuality, intersecting with other social markers, both produce as are effects of power relations hierarchies. This feminism political moment, academically called “third wave”, is part of this analysis point in which the post-structuralism and the anarchism make up the possibility of thinking horizontal strategies regarding potential plurality of expressions. The Slutwalk fits into this paper as a way to question the theorized points once it is a contemporary movement, in which their main agenda originally was related to the politics that are concern to the body and that, currently, there are groups trying to co-opt and to institutionalize it. The aim is to discuss, then, the Slutwalk as a potential movement that is related to the queer politics, the cyborg bodies, abject bodies regarding gender and sexuality issues. As a possibility to escape from the norm, to subvert the expected, therefore, the queer politics are an attempt to resist the established, both in relation to gender and sexuality, than to the political practices.application/pdfporFeminismoMovimentos sociaisAnálise institucionalMarcha das Vadias : práticas de resistência e políticas queerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPorto Alegre, BR-RSespecializaçãoCurso de Especialização em Instituições em Análiseinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000980561.pdf000980561.pdfTexto completoapplication/pdf612388http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132954/1/000980561.pdfb8d83ac0e37ca05e328d448bc130c63fMD51TEXT000980561.pdf.txt000980561.pdf.txtExtracted Texttext/plain71021http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132954/2/000980561.pdf.txt77189ec33d18ba5f9b6b817c7de4d807MD52THUMBNAIL000980561.pdf.jpg000980561.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg940http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132954/3/000980561.pdf.jpgb4cb667de2a0e74a7d5d9b0648c57eb9MD5310183/1329542018-10-26 09:46:33.565oai:www.lume.ufrgs.br:10183/132954Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-26T12:46:33Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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