Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Marina Hentschke
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Botton, Mariana Rodrigues, Borges, Pâmella, Freitas, Martiela Vaz de, Mancuso, Aline Castello Branco, Matte, Ursula da Silveira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/274398
Resumo: No Brasil, o uso off label de azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina (o “kit-COVID”) foi sugerido para tratar COVID-19 sem que tivéssemos evidências clínicas ou científicas de sua eficácia. Estas drogas têm causado reações adversas (RA) em quem as tomam. Este estudo almejou analisar se a venda dos medicamentos que compõem o “kit-COVID” correlaciona-se com o número relatado de RAs após o início da pandemia da COVID-19. Os dados sobre vendas e RA associados a azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina foram obtidos no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos os estados brasileiros. Comparamos o período entre março de 2019 e fevereiro de 2020 (antes da pandemia) ao de março de 2020 a fevereiro de 2021 (durante a pandemia). Ajustamos tendências para os dados de séries temporais e as análises de correlação cruzada para investigar a correlação entre vendas e RA em um mesmo mês (lag 0) e nos seguintes (lag 1 e 2). O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a magnitude das correlações. Após o início da pandemia, as vendas de todos os medicamentos investigados aumentaram significativamente (69,75% para azitromicina, 10.856.481,39% para hidroxicloroquina e 12.291.129,32% para ivermectina). Os níveis de RAs de todos os medicamentos (com exceção de azitromicina) eram zero antes da pandemia mas aumentaram após seu início. A análise de correlação cruzada foi significativa no lag 1 para todas as drogas em todo o país. A correlação de Spearman foi moderada para azitromicina e hidroxicloroquina, mas ausente para ivermectina. Os dados devem ser interpretados com cautela, uma vez que não realizamos uma busca ativa por RA. Nossos resultados mostram que o uso aumentado e indiscriminado do “kit-COVID” durante a pandemia se correlaciona com uma ocorrência aumentada de RAs.
id UFRGS-2_d241acf7bed5ecc68fa185e9e0800b4a
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274398
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Lopes, Marina HentschkeBotton, Mariana RodriguesBorges, PâmellaFreitas, Martiela Vaz deMancuso, Aline Castello BrancoMatte, Ursula da Silveira2024-04-02T06:34:15Z20220102-311Xhttp://hdl.handle.net/10183/274398001162242No Brasil, o uso off label de azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina (o “kit-COVID”) foi sugerido para tratar COVID-19 sem que tivéssemos evidências clínicas ou científicas de sua eficácia. Estas drogas têm causado reações adversas (RA) em quem as tomam. Este estudo almejou analisar se a venda dos medicamentos que compõem o “kit-COVID” correlaciona-se com o número relatado de RAs após o início da pandemia da COVID-19. Os dados sobre vendas e RA associados a azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina foram obtidos no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos os estados brasileiros. Comparamos o período entre março de 2019 e fevereiro de 2020 (antes da pandemia) ao de março de 2020 a fevereiro de 2021 (durante a pandemia). Ajustamos tendências para os dados de séries temporais e as análises de correlação cruzada para investigar a correlação entre vendas e RA em um mesmo mês (lag 0) e nos seguintes (lag 1 e 2). O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a magnitude das correlações. Após o início da pandemia, as vendas de todos os medicamentos investigados aumentaram significativamente (69,75% para azitromicina, 10.856.481,39% para hidroxicloroquina e 12.291.129,32% para ivermectina). Os níveis de RAs de todos os medicamentos (com exceção de azitromicina) eram zero antes da pandemia mas aumentaram após seu início. A análise de correlação cruzada foi significativa no lag 1 para todas as drogas em todo o país. A correlação de Spearman foi moderada para azitromicina e hidroxicloroquina, mas ausente para ivermectina. Os dados devem ser interpretados com cautela, uma vez que não realizamos uma busca ativa por RA. Nossos resultados mostram que o uso aumentado e indiscriminado do “kit-COVID” durante a pandemia se correlaciona com uma ocorrência aumentada de RAs.Off-label use of azithromycin, hydroxychloroquine, and ivermectin (the "COVID kit") has been suggested for COVID-19 treatment in Brazil without clinical or scientific evidence of efficacy. These drugs have known adverse drug reactions (ADR). This study aimed to analyze if the sales of drugs in the "COVID kit" are correlated to the reported number of ADR after the COVID-19 pandemic began. Data was obtained from the Brazilian Health Regulatory Agency (Anvisa) website on reported sales and ADRs for azithromycin, hydroxychloroquine, and ivermectin for all Brazilian states. The period from March 2019 to February 2020 (before the pandemic) was compared to that from March 2020 to February 2021 (during the pandemic). Trend adjustment was performed for time series data and cross-correlation analysis to investigate correlation between sales and ADR within the same month (lag 0) and in the following months (lag 1 and lag 2). Spearman's correlation coefficient was used to assess the magnitude of the correlations. After the pandemic onset, sales of all investigated drugs increased significantly (69.75% for azithromycin, 10,856,481.39% for hydroxychloroquine, and 12,291,129.32% for ivermectin). ADR levels of all medications but azithromycin were zero before the pandemic, but increased after its onset. Cross-correlation analysis was significant in lag 1 for all drugs nationwide. Spearman's correlation was moderate for azithromycin and hydroxychloroquine but absent for ivermectin. Data must be interpreted cautiously since no active search for ADR was performed. Our results show that the increased and indiscriminate use of "COVID kit" during the pandemic correlates to an increased occurrence of ADRs.Se ha sugerido el uso fuera de lo establecido de azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina (el “kit-COVID”) para el tratamiento de la COVID-19 en Brasil sin evidencia clínica o científica de su eficacia. Estos medicamentos tienen reacciones adversas (RAM) conocidas. Este estudio pretendía analizar si las ventas de medicamentos del “kit-COVID” están correlacionadas con el número de reacciones adversas notificadas tras el inicio de la pandemia de COVID-19. Los datos se obtuvieron del sitio web de la Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria (Anvisa) sobre las ventas y las RAM notificadas para la azitromicina, la hidroxicloroquina y la ivermectina para todos los estados brasileños. Se comparó el periodo de marzo de 2019 a febrero de 2020 (antes de la pandemia) con el de marzo de 2020 a febrero de 2021 (durante la pandemia). Se realizó un ajuste de tendencia para los datos de las series de tiempo y un análisis de correlación cruzada para investigar la correlación entre las ventas y la RAM dentro del mismo mes (lag 0) y en los meses siguientes (lag 1 y lag 2). Se utilizó el coeficiente de correlación de Spearman para evaluar la magnitud de las correlaciones. Tras el inicio de la pandemia, las ventas de todos los medicamentos investigados aumentaron significativamente (69,75% para la azitromicina, 10.856.481,39% para la hidroxicloroquina y 12.291.129,32% para la ivermectina). Los niveles de RAM de todos los medicamentos, excepto la azitromicina, eran nulos antes de la pandemia, pero aumentaron tras su inicio. El análisis de correlación cruzada fue significativo en el lag 1 para todos los medicamentos a nivel nacional. La correlación de Spearman fue moderada para la azitromicina y la hidroxicloroquina, pero no para la ivermectina. Los datos deben interpretarse con cautela, ya que no se realizó una búsqueda activa de RAM. Nuestros resultados muestran que el uso creciente e indiscriminado del “kit-COVID” durante la pandemia se correlaciona con una mayor aparición de las RAM.application/pdfengCadernos de saúde pública. Rio de Janeiro. Vol. 38, no. 7 (2022), e00001022, 14 p.COVID-19Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentosAzitromicinaHidroxicloroquinaIvermectinaSales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory AgencyVendas de “kit-COVID” e reações adversas a esses medicamentos relatadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Ventas de medicamentos del “kit-COVID” y reacciones adversas a los medicamentos notificadas por la Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001162242.pdf.txt001162242.pdf.txtExtracted Texttext/plain29671http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274398/2/001162242.pdf.txtac0694036bc3100c712e11309716cefaMD52ORIGINAL001162242.pdfTexto completo (inglês)application/pdf353314http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274398/1/001162242.pdff6d9f0e2d1e12903798ad282364222deMD5110183/2743982024-04-03 06:43:39.387057oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274398Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-04-03T09:43:39Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
dc.title.alternative.pt.fl_str_mv Vendas de “kit-COVID” e reações adversas a esses medicamentos relatadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
dc.title.alternative.es.fl_str_mv Ventas de medicamentos del “kit-COVID” y reacciones adversas a los medicamentos notificadas por la Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria
title Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
spellingShingle Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
Lopes, Marina Hentschke
COVID-19
Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos
Azitromicina
Hidroxicloroquina
Ivermectina
title_short Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
title_full Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
title_fullStr Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
title_full_unstemmed Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
title_sort Sales of "COVID kit" drugs and adverse drug reactions reported by the Brazilian Health Regulatory Agency
author Lopes, Marina Hentschke
author_facet Lopes, Marina Hentschke
Botton, Mariana Rodrigues
Borges, Pâmella
Freitas, Martiela Vaz de
Mancuso, Aline Castello Branco
Matte, Ursula da Silveira
author_role author
author2 Botton, Mariana Rodrigues
Borges, Pâmella
Freitas, Martiela Vaz de
Mancuso, Aline Castello Branco
Matte, Ursula da Silveira
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lopes, Marina Hentschke
Botton, Mariana Rodrigues
Borges, Pâmella
Freitas, Martiela Vaz de
Mancuso, Aline Castello Branco
Matte, Ursula da Silveira
dc.subject.por.fl_str_mv COVID-19
Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos
Azitromicina
Hidroxicloroquina
Ivermectina
topic COVID-19
Efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos
Azitromicina
Hidroxicloroquina
Ivermectina
description No Brasil, o uso off label de azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina (o “kit-COVID”) foi sugerido para tratar COVID-19 sem que tivéssemos evidências clínicas ou científicas de sua eficácia. Estas drogas têm causado reações adversas (RA) em quem as tomam. Este estudo almejou analisar se a venda dos medicamentos que compõem o “kit-COVID” correlaciona-se com o número relatado de RAs após o início da pandemia da COVID-19. Os dados sobre vendas e RA associados a azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina foram obtidos no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos os estados brasileiros. Comparamos o período entre março de 2019 e fevereiro de 2020 (antes da pandemia) ao de março de 2020 a fevereiro de 2021 (durante a pandemia). Ajustamos tendências para os dados de séries temporais e as análises de correlação cruzada para investigar a correlação entre vendas e RA em um mesmo mês (lag 0) e nos seguintes (lag 1 e 2). O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a magnitude das correlações. Após o início da pandemia, as vendas de todos os medicamentos investigados aumentaram significativamente (69,75% para azitromicina, 10.856.481,39% para hidroxicloroquina e 12.291.129,32% para ivermectina). Os níveis de RAs de todos os medicamentos (com exceção de azitromicina) eram zero antes da pandemia mas aumentaram após seu início. A análise de correlação cruzada foi significativa no lag 1 para todas as drogas em todo o país. A correlação de Spearman foi moderada para azitromicina e hidroxicloroquina, mas ausente para ivermectina. Os dados devem ser interpretados com cautela, uma vez que não realizamos uma busca ativa por RA. Nossos resultados mostram que o uso aumentado e indiscriminado do “kit-COVID” durante a pandemia se correlaciona com uma ocorrência aumentada de RAs.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-04-02T06:34:15Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/274398
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0102-311X
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001162242
identifier_str_mv 0102-311X
001162242
url http://hdl.handle.net/10183/274398
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Cadernos de saúde pública. Rio de Janeiro. Vol. 38, no. 7 (2022), e00001022, 14 p.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274398/2/001162242.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274398/1/001162242.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv ac0694036bc3100c712e11309716cefa
f6d9f0e2d1e12903798ad282364222de
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225115422162944