Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Raquel Beatriz Boni da Silva
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Silveira, Themis Reverbel da, Rosling, Liane, Bandinelli, Eliane
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/54751
Resumo: Objetivo: determinar a freqüência de deficiência da proteína C (PC), proteína S (PS) e antitrombina (AT) e das mutações fator V Leiden (FVL), G20210A, no gene da protrombina (PTR), e C677T da metilenotetraidrofolato redutase (MTFR) em crianças e adolescentes com trombose da veia porta (TVP), e definir o padrão hereditário de uma eventual deficiência. Métodos: durante o período de dois anos, foi investigada a presença de distúrbios trombofílicos em 14 crianças e adolescentes (grupo 1) com TVP, seus pais (grupo 2, n = 25) e dois grupos controles constituídos, o primeiro, por crianças e adolescentes sem hepatopatia, pareados por idade com as crianças do grupo 1 (n=28), e o outro, por pacientes com cirrose (n=24). Os pacientes com TVP foram investigados do ponto de vista clínico, laboratorial, endoscópico e com biópsia de fígado. O diagnóstico da trombose foi realizado por ultra-sonografia abdominal com Doppler e/ou estudo angiográfico. Resultados: a freqüência da deficiência de PC, PS e AT nos pacientes com TVP foi de 6/14 (42,9%) (p<0,05 versus controles sem hepatopatia), 3/14 (21,4%) (p>0,05) e 1/14 (7,1%) (p>0,05), respectivamente. Nos pacientes com cirrose, a freqüência da deficiência de PC, PS e AT foi de 14/24 (58,3%), 7/24 (29,2%) e 11/24 (45,8%), respectivamente (p<0,05 versus controles sem hepatopatia). A deficiência dessas proteínas não foi identificada nos pais dos pacientes com TVP e em nenhum controle sem hepatopatia. A mutação G20210A da PTR foi identificada em um paciente com TVP e em um controle sem hepatopatia (p=0,999). A mutação C677T da MTFR foi observada na forma homozigótica, em 3/14 (21,4%) dos pacientes com TVP, e em 5/28 (17,9%) controles (p=0,356). Em nenhum paciente ou controle sem hepatopatia foi identificado o FVL. Conclusões: metade das crianças e adolescentes com TVP apresentou deficiência de uma ou mais proteínas inibidoras da coagulação, principalmente da proteína C, mas esta deficiência não parece ser de origem genética. Os distúrbios trombofílicos hereditários não representaram papel importante como causa da TVP nas crianças e adolescentes. Nos pacientes cirróticos, houve maior freqüência de deficiência das proteínas na presença de doença de maior intensidade.
id UFRGS-2_d36e17b251a5ff2772660aa0dd5e1379
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/54751
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Pinto, Raquel Beatriz Boni da SilvaSilveira, Themis Reverbel daRosling, LianeBandinelli, Eliane2012-08-31T01:34:57Z20030021-7557http://hdl.handle.net/10183/54751000389563Objetivo: determinar a freqüência de deficiência da proteína C (PC), proteína S (PS) e antitrombina (AT) e das mutações fator V Leiden (FVL), G20210A, no gene da protrombina (PTR), e C677T da metilenotetraidrofolato redutase (MTFR) em crianças e adolescentes com trombose da veia porta (TVP), e definir o padrão hereditário de uma eventual deficiência. Métodos: durante o período de dois anos, foi investigada a presença de distúrbios trombofílicos em 14 crianças e adolescentes (grupo 1) com TVP, seus pais (grupo 2, n = 25) e dois grupos controles constituídos, o primeiro, por crianças e adolescentes sem hepatopatia, pareados por idade com as crianças do grupo 1 (n=28), e o outro, por pacientes com cirrose (n=24). Os pacientes com TVP foram investigados do ponto de vista clínico, laboratorial, endoscópico e com biópsia de fígado. O diagnóstico da trombose foi realizado por ultra-sonografia abdominal com Doppler e/ou estudo angiográfico. Resultados: a freqüência da deficiência de PC, PS e AT nos pacientes com TVP foi de 6/14 (42,9%) (p<0,05 versus controles sem hepatopatia), 3/14 (21,4%) (p>0,05) e 1/14 (7,1%) (p>0,05), respectivamente. Nos pacientes com cirrose, a freqüência da deficiência de PC, PS e AT foi de 14/24 (58,3%), 7/24 (29,2%) e 11/24 (45,8%), respectivamente (p<0,05 versus controles sem hepatopatia). A deficiência dessas proteínas não foi identificada nos pais dos pacientes com TVP e em nenhum controle sem hepatopatia. A mutação G20210A da PTR foi identificada em um paciente com TVP e em um controle sem hepatopatia (p=0,999). A mutação C677T da MTFR foi observada na forma homozigótica, em 3/14 (21,4%) dos pacientes com TVP, e em 5/28 (17,9%) controles (p=0,356). Em nenhum paciente ou controle sem hepatopatia foi identificado o FVL. Conclusões: metade das crianças e adolescentes com TVP apresentou deficiência de uma ou mais proteínas inibidoras da coagulação, principalmente da proteína C, mas esta deficiência não parece ser de origem genética. Os distúrbios trombofílicos hereditários não representaram papel importante como causa da TVP nas crianças e adolescentes. Nos pacientes cirróticos, houve maior freqüência de deficiência das proteínas na presença de doença de maior intensidade.Objective: to determine the frequency of protein C, protein S and antithrombin deficiency, and factor V Leiden, prothrombin G20210A, and methylenetetrahydrofolate reductase C677T mutations in children and adolescents with portal vein thrombosis, as well as assessing the hereditary character of this disorders. Methods: a two-year study was carried out to determine the frequency of thrombophilic disorders in children and adolescents with portal vein thrombosis (n=14), their parents (n=24), and two control groups, one age-matched children and adolescents free of liver disease (n=28) and another group with cirrhosis (n=24). The portal vein thrombosis patients were investigated by clinical and laboratory means, esophagogastroduodenal endoscopy and liver biopsies. The presence of portal vein thrombosis was assessed by Doppler ultrasonography and/or angiographic analysis. Results: the frequency of protein C, protein S and antithrombin deficiency was 6/14 (42.9%) (p < 0.05 versus. controls), 3/14 (21.4%) (p > 0.05) and 1/14 (7.1%) (p > 0.05) of children and adolescents with portal vein thrombosis, respectively. The frequency of protein C, protein S and antithrombin deficiency in cirrhotic patients was 14/24 (58.3%), 7/24 (29.2%) and 11/24 (45.8%), respectively (p < 0.05 versus controls free of liver disease). None of the portal vein thrombosis parents or controls presented protein C, protein S or antithrombin deficiency. One portal vein thrombosis patient and one control (p=0.999) presented prothrombin G20210A mutation. The homozygous form of methylenetetrahydrofolate reductase C677T mutation was observed in 3/14 (21.4%) patients with portal vein thrombosis and in 5/28 (17.9%) (p=0.356) controls. None of the patients or controls presented the factor V Leiden. Conclusions: half of the children and adolescents with portal vein thrombosis presented deficiency of one or more coagulation inhibitor proteins, mainly protein C, but this deficiency does not seem to be an inherited condition. The hereditary prothrombotic disorders do not seem to play a vital role in thrombosis in patients with portal vein thrombosis of this study. In the cirrhotic patients, there was a higher frequency of protein deficiency when the disease was more intense.application/pdfporJornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 79, n. 2 (mar./abr. 2003), p. 165-172Veia portaTromboseCriançaAdolescentePortal vein thrombosisPortal hypertensionCoagulation inhibitor proteinsProtein CProtein SAntithrombinFactor V LeidenDistúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia portaThrombophilic disorders in children and adolescents with portal vein thrombosis info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000389563.pdf000389563.pdfTexto completoapplication/pdf228606http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/1/000389563.pdf900da7176edb258af2aebe5cdf6fc47bMD51TEXT000389563.pdf.txt000389563.pdf.txtExtracted Texttext/plain34546http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/2/000389563.pdf.txt01b61ddab2714304be5f2bc3fbe962d2MD52THUMBNAIL000389563.pdf.jpg000389563.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1765http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/3/000389563.pdf.jpg363114dea550c79071b9b622f075dd38MD5310183/547512018-10-23 09:09:13.158oai:www.lume.ufrgs.br:10183/54751Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-23T12:09:13Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Thrombophilic disorders in children and adolescents with portal vein thrombosis
title Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
spellingShingle Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
Pinto, Raquel Beatriz Boni da Silva
Veia porta
Trombose
Criança
Adolescente
Portal vein thrombosis
Portal hypertension
Coagulation inhibitor proteins
Protein C
Protein S
Antithrombin
Factor V Leiden
title_short Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
title_full Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
title_fullStr Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
title_full_unstemmed Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
title_sort Distúrbios trombofílicos em crianças e adolescentes com trombose da veia porta
author Pinto, Raquel Beatriz Boni da Silva
author_facet Pinto, Raquel Beatriz Boni da Silva
Silveira, Themis Reverbel da
Rosling, Liane
Bandinelli, Eliane
author_role author
author2 Silveira, Themis Reverbel da
Rosling, Liane
Bandinelli, Eliane
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pinto, Raquel Beatriz Boni da Silva
Silveira, Themis Reverbel da
Rosling, Liane
Bandinelli, Eliane
dc.subject.por.fl_str_mv Veia porta
Trombose
Criança
Adolescente
topic Veia porta
Trombose
Criança
Adolescente
Portal vein thrombosis
Portal hypertension
Coagulation inhibitor proteins
Protein C
Protein S
Antithrombin
Factor V Leiden
dc.subject.eng.fl_str_mv Portal vein thrombosis
Portal hypertension
Coagulation inhibitor proteins
Protein C
Protein S
Antithrombin
Factor V Leiden
description Objetivo: determinar a freqüência de deficiência da proteína C (PC), proteína S (PS) e antitrombina (AT) e das mutações fator V Leiden (FVL), G20210A, no gene da protrombina (PTR), e C677T da metilenotetraidrofolato redutase (MTFR) em crianças e adolescentes com trombose da veia porta (TVP), e definir o padrão hereditário de uma eventual deficiência. Métodos: durante o período de dois anos, foi investigada a presença de distúrbios trombofílicos em 14 crianças e adolescentes (grupo 1) com TVP, seus pais (grupo 2, n = 25) e dois grupos controles constituídos, o primeiro, por crianças e adolescentes sem hepatopatia, pareados por idade com as crianças do grupo 1 (n=28), e o outro, por pacientes com cirrose (n=24). Os pacientes com TVP foram investigados do ponto de vista clínico, laboratorial, endoscópico e com biópsia de fígado. O diagnóstico da trombose foi realizado por ultra-sonografia abdominal com Doppler e/ou estudo angiográfico. Resultados: a freqüência da deficiência de PC, PS e AT nos pacientes com TVP foi de 6/14 (42,9%) (p<0,05 versus controles sem hepatopatia), 3/14 (21,4%) (p>0,05) e 1/14 (7,1%) (p>0,05), respectivamente. Nos pacientes com cirrose, a freqüência da deficiência de PC, PS e AT foi de 14/24 (58,3%), 7/24 (29,2%) e 11/24 (45,8%), respectivamente (p<0,05 versus controles sem hepatopatia). A deficiência dessas proteínas não foi identificada nos pais dos pacientes com TVP e em nenhum controle sem hepatopatia. A mutação G20210A da PTR foi identificada em um paciente com TVP e em um controle sem hepatopatia (p=0,999). A mutação C677T da MTFR foi observada na forma homozigótica, em 3/14 (21,4%) dos pacientes com TVP, e em 5/28 (17,9%) controles (p=0,356). Em nenhum paciente ou controle sem hepatopatia foi identificado o FVL. Conclusões: metade das crianças e adolescentes com TVP apresentou deficiência de uma ou mais proteínas inibidoras da coagulação, principalmente da proteína C, mas esta deficiência não parece ser de origem genética. Os distúrbios trombofílicos hereditários não representaram papel importante como causa da TVP nas crianças e adolescentes. Nos pacientes cirróticos, houve maior freqüência de deficiência das proteínas na presença de doença de maior intensidade.
publishDate 2003
dc.date.issued.fl_str_mv 2003
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-08-31T01:34:57Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/54751
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0021-7557
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000389563
identifier_str_mv 0021-7557
000389563
url http://hdl.handle.net/10183/54751
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Jornal de pediatria. Rio de Janeiro. Vol. 79, n. 2 (mar./abr. 2003), p. 165-172
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/1/000389563.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/2/000389563.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/54751/3/000389563.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 900da7176edb258af2aebe5cdf6fc47b
01b61ddab2714304be5f2bc3fbe962d2
363114dea550c79071b9b622f075dd38
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224770872672256