Caracterização de microplásticos em conteúdos de tratos gastrointestinais de peixes do estuário do Rio Tramandaí - Litoral Norte do Rio Grande do Sul através de digestão de tecidos biológicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/189034 |
Resumo: | Hoje em dia os plásticos são considerados poluentes emergentes no meio ambiente marinho, sendo caracterizado como 60% a 80% de todo o lixo encontrado nos oceanos. A degradação dos polímeros está diretamente relacionada ao tipo de aditivos que são adicionados, com o intuito de fornecer diferentes características aos polímeros possibilitando sua aplicação em diferentes áreas. A exposição desses polímeros a intempéries e fatores físico-químicos no ambiente marinho faz com que o material plástico vá se fragmentando e assumindo diferentes tamanhos, de microplásticos (>5mm), a nano partículas plásticas (incapazes de serem medidas), ou filamentosas (microfibras plásticas) (~1μm). Essa diferenciação de tamanho que esses materiais podem assumir permite que os mesmos estejam presentes em praticamente todos os níveis da cadeia trófica ao serem ingeridos pelos grandes mamíferos ou peixes, até associarem-se a cadeias de fitoplâncton ou zooplâncton. Com o objetivo de identificar a presença desses materiais em peixes do estuário do Rio Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, foram coletados 21 indivíduos, de seis espécies diferentes. Os tratos gastrointestinais (TGI) dos peixes foram analisados através do método de digestão de material biológico com a utilização de hidróxido de potássio (KOH), aperfeiçoando metodologias já descritas com o mesmo reagente. A caracterização dos materiais foi via micro infravermelho. O teste de digestão mostrou-se eficiente com a adição de temperatura (50ºC) e agitação durante 3 horas. Dos 21 peixes analisados, apenas um deles não apresentou contaminação. Foram encontrados no TGIs 116 microplásticos, sendo 115 microfibras plásticas (MF) de diferentes coloração (azul, branca, preta, vermelha e verde) e um fragmento. A maior quantidade de fibras estava presente nas Tainhas, que pode estar atribuído ao tipo de habitat e hábitos alimentares da espécie. A caracterização via micro infravermelho mostrou que há fortes indícios de que as MFs pretas e vermelhas sejam o polímero PET e as MFs azuis e verdes sejam poliamida. Porém para uma confirmação exata do material, devem ser feitas análises térmicas e termogravimétricas. No entanto, fica comprovada a contaminação dos peixes do estuário do Rio Tramandaí por microfibras plásticas. |
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Luz, Jamile Arruda daMaffessoni, DaianaSantos, Evelise Fonseca dos2019-02-27T02:28:39Z2018http://hdl.handle.net/10183/189034001085682Hoje em dia os plásticos são considerados poluentes emergentes no meio ambiente marinho, sendo caracterizado como 60% a 80% de todo o lixo encontrado nos oceanos. A degradação dos polímeros está diretamente relacionada ao tipo de aditivos que são adicionados, com o intuito de fornecer diferentes características aos polímeros possibilitando sua aplicação em diferentes áreas. A exposição desses polímeros a intempéries e fatores físico-químicos no ambiente marinho faz com que o material plástico vá se fragmentando e assumindo diferentes tamanhos, de microplásticos (>5mm), a nano partículas plásticas (incapazes de serem medidas), ou filamentosas (microfibras plásticas) (~1μm). Essa diferenciação de tamanho que esses materiais podem assumir permite que os mesmos estejam presentes em praticamente todos os níveis da cadeia trófica ao serem ingeridos pelos grandes mamíferos ou peixes, até associarem-se a cadeias de fitoplâncton ou zooplâncton. Com o objetivo de identificar a presença desses materiais em peixes do estuário do Rio Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, foram coletados 21 indivíduos, de seis espécies diferentes. Os tratos gastrointestinais (TGI) dos peixes foram analisados através do método de digestão de material biológico com a utilização de hidróxido de potássio (KOH), aperfeiçoando metodologias já descritas com o mesmo reagente. A caracterização dos materiais foi via micro infravermelho. O teste de digestão mostrou-se eficiente com a adição de temperatura (50ºC) e agitação durante 3 horas. Dos 21 peixes analisados, apenas um deles não apresentou contaminação. Foram encontrados no TGIs 116 microplásticos, sendo 115 microfibras plásticas (MF) de diferentes coloração (azul, branca, preta, vermelha e verde) e um fragmento. A maior quantidade de fibras estava presente nas Tainhas, que pode estar atribuído ao tipo de habitat e hábitos alimentares da espécie. A caracterização via micro infravermelho mostrou que há fortes indícios de que as MFs pretas e vermelhas sejam o polímero PET e as MFs azuis e verdes sejam poliamida. Porém para uma confirmação exata do material, devem ser feitas análises térmicas e termogravimétricas. No entanto, fica comprovada a contaminação dos peixes do estuário do Rio Tramandaí por microfibras plásticas.Nowadays plastics are considered emerging pollutants in the marine environment, being characterized as 60% to 80% of all waste found in the oceans. The degradation of the polymers is directly related to the type of additives that are added, with the purpose of providing different characteristics to the polymers allowing their application in different areas. Exposure of these polymers to weathering and physico-chemical factors in the marine environment causes the plastic material to fragment and assume different sizes, from microplastics (> 5mm), to nano plastic particles (unable to be measured), or filaments (microfibers plastic) (~ 1μm). This size differentiation that these materials can assume allows them to be present at virtually all levels of the trophic chain when ingested by large mammals or fish until they are associated with phytoplankton or zooplankton chains. In order to identify the presence of these materials in fish of the Tramandaí River estuary, in the Northern Coast of Rio Grande do Sul, 21 individuals from six different species were collected. The gastrointestinal tract (GIT) of the fish was analyzed by the method of digestion of biological material with the use of potassium hydroxide (KOH), improving methodologies already described with the same reagent. The material characterization was via micro infrared. The digestion test proved to be efficient with the addition of temperature (50 ° C) and stirring for 3 hours. Of the 21 fish analyzed, only one of them showed no contamination. A total of 115 microplastic microfibers (MF) of different coloration (blue, white, black, red and green) and a fragment were found in the TGIs 116 microplásticos. The greatest amount of fiber was present in the mullet, which may be attributed to the habitat type and feeding habits of the species. The micro-infrared characterization showed that there are strong indications that the MFs found are PET and poliamida, but for an exact confirmation of the material, thermal and thermogravimetric analyzes must be carried out.application/pdfporPeixes : Água doce : Tramandaí, Rio (RS) Rio Grande do SulMicropoluentesPlasticsMicroplasticsDigestionCaracterização de microplásticos em conteúdos de tratos gastrointestinais de peixes do estuário do Rio Tramandaí - Litoral Norte do Rio Grande do Sul através de digestão de tecidos biológicosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPorto Alegre, BR-RS2018Ciências Biológicas: Ênfase em Gestão Ambiental, Marinha e Costeira: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001085682.pdf.txt001085682.pdf.txtExtracted Texttext/plain91173http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189034/2/001085682.pdf.txt94526840d6decf6d2584732383edc2a5MD52ORIGINAL001085682.pdfTexto completoapplication/pdf1296763http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/189034/1/001085682.pdf71a47854cd8d3bc3c4c5bb168946d538MD5110183/1890342022-06-15 04:45:22.137018oai:www.lume.ufrgs.br:10183/189034Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-15T07:45:22Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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