O ressentimento na psicoterapia de orientação analítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baeza, Fernanda Lucia Capitanio
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Dal Zot, Jussara Schestatsky
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/201482
Resumo: Introdução: Apesar de ser um aspecto frequente e marcante, o tema do ressentimento foi pouco abordado pela teoria psicanalítica. Este trabalho tem o objetivo de (1) buscar na teoria psicanalítica uma compreensão do ressentimento, tendo como foco as situações onde há uma separação conjugal envolvida, e (2) buscar caminhos possíveis para sua resolução. Métodos: O ressentimento foi considerado a partir das questões que emergiram no atendimento de uma paciente com dificuldades de elaborar um divórcio. Para tanto, realizou-se uma revisão na literatura psicanalítica específica sobre o ressentimento, além de temas relacionados, como luto, inveja e masoquismo. Resultados: O paciente ressentido é caracterizado como aquele que não pode deixar de recordar. Nessas situações, a libido está tenazmente ligada a um objeto devedor, prevalecendo uma inércia psíquica através da qual o paciente pode ficar retido na temática torturante. Na psicoterapia, o ressentimento se apresenta como uma face intransigente da resistência. Considerações finais: A elaboração do ressentimento é um longo e complexo processo. Um foco possível no tratamento desses casos pode ser resumido em fazer do ressentimento interminável – baseado na memória do rancor – terminável, relacionado com a memória da dor. O ressentimento interminável pode passar a ser terminável quando o sujeito puder abrir mão do desejo de triunfar sobre o outro por meio da vingança. Essa renúncia se dá através de um trabalho de elaboração, no qual o cindido e projetado no ressentimento deve ser reintegrado e introjetado no próprio sujeito.
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