“Embarque nesse Carrossel": lições sobre escola e educação das infâncias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Heinen, Heidi
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/133621
Resumo: Esta pesquisa tem como tema o espaço televisivo e, mais propriamente, a novela Carrossel. Mais propriamente, o trabalho volta-se para o estudo sobre um artefato da cultura direcionado ao público infantil, tendo como objetivo analisar como e a partir de que estratégias televisivas, a novela Carrossel compõe sentidos específicos sobre dois elementos: o espaço escolar e as relações étnico-raciais que se passam dentro dele. O arcabouço teórico da pesquisa sustenta-se sobre o conceito de dispositivo pedagógico da mídia, ou seja, inscrito sob o pressuposto segundo o qual a televisão vem funcionando como importante operador “educativo”, ensinando aos sujeitos-infantis certos modos de ser e estar na cultura. Metodologicamente, foram selecionados 16 capítulos da novela Carrossel, os quais correspondem a dois eventos singulares da narrativa: o primeiro dia de aula, com a chegada da professora Helena e o sequestro da personagem Maria Joaquina. A escolha desses momentos se sustenta na crença de que ambos concentram, em seu desenvolvimento, elementos emblemáticos das relações mais amplas que se estabelecem no produto. As análises se encontram organizadas a partir de duas unidades: inicialmente, em torno das concepções de escola e de docência presentes na novela Carrossel. Neste sentido, nesta unidade, as análises voltam-se para a caracterização da figura da professora Helena: uma professora amiga, sensível, cujas ações condizem com uma visão de docente que, atrelada às concepções de gênero, se efetiva de modo vocacional e maternal. Da mesma forma, fazem-se visíveis nesta categoria concepções de uma escola controladora e reguladora, com moldes evidentemente tradicionais. Já na segunda unidade analítica, caracterizamos a perspectiva das discussões étnico-raciais em Carrossel, atentando para a relação entre o personagem Cirilo e as atitudes hostis de Maria Joaquina. Por meio disso, mostramos como o artefato cultural auxiliam na reafirmação de uma “pedagogia da branquidade”, na qual o branco é tomado como algo natural e puro.
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