Cultura, paisagem e educação no contexto da retomada Mbyá Guarani em Maquiné, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peruzzo, Gustavo do Amaral
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/198240
Resumo: A partir do movimento de Retomada no Yvyrupá, território ancestral Guarani, e a recente retomada, no dia 27 de janeiro de 2017, de área abandonada, mas sob posse jurídica do Estado, em Maquiné, RS, propôs-se um estudo em parceria com a comunidade Mbyá Guarani da recém-formada Tekoá Ka’aguy Porã, no qual seu modo de se relacionar com a paisagem, sua luta política e suas perspectivas de educação foram focos vivenciadas em campo, buscando-se uma tradução interpretativa das vozes dos indígenas com quem se conviveu. Para tanto, o estudo traz reflexões sobre as vivências, a tradução do conceito de tekó jeapó, “cultura em ação”, bem como as motivações envolvidas no projeto de escola Tekó Jeapó, dessa comunidade. O trabalho de Ingold (2000), Carneiro da Cunha (2009) e Wagner (2010) constituem as principais bases teóricas do estudo. Os cerca de 85 Mbyá Guarani estão vivendo no território onde funcionava a Fepagro, extinta pelo governo estadual então vigente. O cacique da Tekoá Ka’aguy Porã, André Benites, explica que não se trata de invasão, nem ocupação, mas de uma retomada de um território que sempre foi do seu povo. A retomada em Maquiné integra um movimento mais amplo, em que lideranças das comunidades Mbyá Guarani do Rio Grande do Sul, apoiadas por suas comunidades, em consonância com outros movimentos indígenas no Brasil, investem num processo de articulação com pessoas e organizações não indígenas, buscando apoio para a conquista de direitos já garantidos em lei, mas que na prática não funcionam. Um dos direitos mais importantes é a garantia de territórios que permitam um viver saudável, contemplando seus jeitos tradicionais de relação com a paisagem, com o mundo, possibilitando retomar esses processos geradores de conhecimentos, ensinar aos jovens ao permitir-lhes a vivência. Portanto, a Retomada no Yvyrupá é muito mais que a retomada do território, o qual foi apropriado, invadido pelos colonizadores europeus. Retomada é a retomada da vida, da possibilidade de viver numa paisagem que possibilite o nhanderekó, jeito de ser Guarani. A criação de uma escola própria, desvinculada do Estado, representa a retomada da autonomia, um objetivo da luta política dos Mbyá Guarani do Estado.
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