Quimioestratigrafia dos carbonatos da Formação Irati no leste do estado de São Paulo, Bacia do Paraná

• Autor(a) principal: Kunrath, Rafaela Ferreira
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/150926
• topic: Formacao irati; Quimioestratigrafia; Isótopos estáveis; Irati Formation; Chemiostratigraphy; Carbonates; Stable isotopes

A Formação Irati (Permiano inferior) é caracterizada pela ritmicidade de camadas com extensa continuidade litológica lateral, alternando entre calcários dolomíticos e folhelhos ricos em matéria orgânica, além de apresentar diversas intrusões referentes ao magmatismo Serra Geral, aparecendo como um potencial gerador de hidrocarbonetos para a Bacia do Paraná. Essa unidade é tema de diversos debates em relação a seu ambiente deposicional, por conta de suas características singulares que podem causar ambiguidade nas interpretações ao indicar desde ambientes lacustres até ambientes de mar-epicontinental, ou ainda transicionais, onde há restrição na circulação das águas. Considerando a recorrente necessidade de entendimento dos sistemas potencialmente geradores de hidrocarbonetos, propõe-se que a determinação de razões isotópicas estáveis de carbono e oxigênio em carbonatos, assim como a geoquímica inorgânica, integram à estratigrafia uma interessante ferramenta para a compreensão dos paleoambientes e paleoclimas formadores de rochas na Formação Irati. Como área de trabalho, foram escolhidas três pedreiras no Estado de São Paulo: Bonança e Calcário Cruzeiro (sem intrusões visíveis) e Partecal (com a ocorrência de soleiras). A partir da identificação de minerais índices na petrografia e nos resultados de difração de raios X das amostras, foi possível desenvolver um zoneamento metamórfico, definindo as zonas do talco, da serpentina e do piroxênio, relacionadas aos efeitos hidrotermais do metamorfismo de contato gerado pelas intrusões As análises de isótopos estáveis de carbono e oxigênio apresentam valores entre -13,22 e +1,18‰ (VPDB) no δ13C e valores entre -18,45 e -8,82‰ (VPDB) no δ18O para a pedreira Partecal. Para as pedreiras Bonança e Calcário Cruzeiro os valores de δ13C variam entre -0,74 e +14,98‰ (VPDB), enquanto os do δ18O variam entre -7,79 e 6,65‰ (VPDB). A correlação entre elas possibilita observar um shift negativo de ambas assinaturas na pedreira Partecal, possivelmente por influência das alterações do contato com os corpos ígneos. Foram analisados parâmetros geoquímicos das razões de Mn/Sr e Fe/Sr, onde sugere-se que os valores de δ13C e δ18O das amostras nas pedreiras Bonança e Calcário Cruzeiro (com exceção de duas amostras anômalas) podem ser considerados próximos a suas assinaturas primárias.